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Minho não lembrava do caminho ser tão irritantemente longo, mas em alguns minutos que pareceram horas chegou no destino desejado, estacionou o carro e desceu para tocar a campainha ironicamente sendo atendido pela razão de sua raiva.

— Christopher eu espero do fundo do meu coração que você tenha uma explicação muito plausível pra não ter me contado que o Jisung andou bebendo desde que eu fui pra aquela porra de Canadá. — ditou com a voz firme e séria adentrando na casa sem ao menos olhar para a cara de um dos melhores amigos. 

— Minho, agora não é uma boa hora o Seungmin está aqui e-

— Foda-se! Eu quero saber o motivo de você não ter me contado! Eu teria saído de onde fosse pra cuidar do Jisung e você sabe muito bem disso. 

Christopher conhecia o temperamento de Minho não era de hoje, o Lee era extremamente calmo e compreensivo quando se tratava de Jisung, mas virava outra pessoa quando qualquer coisa que comprometesse a segurança e saúde do mais novo acontecia e principalmente se lhe omitiam coisas importantes em relação a ele. 

— FALA ALGUMA COISA, PORRA. — gritou alterado e pôde observar Seungmin sair do cômodo às pressas para um dos quartos. 

— Lee, eu preciso que você se acalme.

— COMO EU VOU ME ACALMAR, SEU FILHO DA PUTA? VOCÊ NUNCA ME CONTOU QUE O HAN ESTAVA BEBENDO E QUER QUE EU FIQUE CALMO? — em um ato impensado, Lee empurrou Christopher com bastante força.

O australiano respirou fundo para manter a sua calma tão característica, não brigaria com Minho nem se lhe pagassem e também entendia o motivo da revolta vinda do rapaz de cabelos pretos.

— Ele pediu pra todos nós não contarmos pra você, Minho. Como você ficou sabendo? — O mais novo entre os dois riu sem humor, pressionando a língua contra a parte interna da bochecha.

— É sério que essa é sua preocupação? Como eu fiquei sabendo? — perguntou incrédulo — Eu achei que você prezasse pela segurança do Jisung tanto quanto eu, Christopher.

— E você acha que eu não prezo? Que eu não cuido dele todo santo dia? Quem você acha que acalmou ele durante uma semana inteira de crises porque você voltaria, hein? — cruzou os braços na frente do peitoral e ergueu a sobrancelha na direção do maior. 

— Ah que lindo, vai jogar na minha cara que eu não estive aqui igual ao Felix? Não sabia que conseguia ser tão infantil, Bang. 

Christopher sentiu o sangue ferver, odiava ser diminuído ainda mais quando fazia tudo que estava ao seu alcance e então se aproximou de Lee ainda com a pose superior que mantinha anteriormente.

— É apenas constatação de fatos, Lee.

— Seu filho da puta... EU VOU ACABAR COM VOCÊ. — gritou e agarrou o colarinho de Christopher. — Eu sairia até do inferno pra cuidar desse garoto e você sabe disso melhor do que ninguém.

Jisung estava em seu quarto se trocando após um longo banho e ouviu uma gritaria no andar de baixo, saindo correndo para ver o que estava acontecendo antes mesmo de vestir uma camiseta. Seus olhos se arregalaram ao ver Minho segurando Chris pela blusa e podia jurar que suas pernas vacilaram, tinha péssimas lembranças em situações que envolviam violência.

— Min...? — questionou com a voz baixinha, mas o suficiente para que ele o escutasse.

Lee largou Chris imediatamente e foi correndo de encontro ao menor, o abraçando com toda a sua força e proteção, deixando algumas lágrimas solitárias que nem sabia que estava prendendo escorrerem. Han se assustou de início ao sentir as gotinhas em sua pele, mas logo retribuiu o abraço de seu amado, acariciando calmamente as costas alheias. Christopher olhava a cena com carinho e alívio, sabia que a briga de segundos atrás era puramente fruto da proteção de Minho com Jisung e nesse quesito o entendia melhor do que ninguém.

Han encarou Bang com uma feição confusa, mas o mais velho apenas negou com a cabeça sorrindo e saiu do recinto, indo de encontro ao marido no quarto do casal.

— Lino, vamos pro meu quarto... — falou em um tom calmo e baixinho, segurando a mão do mais velho para o guiar até o cômodo.

Lee admirou o lugar com o olhar, era definitivamente a cara de Jisung. Todos aqueles livros milimetricamente arrumados, os pôsteres de alguns animes que lembra de ter visto com o menor e alguns novos, o setup predominantemente iluminado por luzes coloridas e... as pelúcias que havia dado pra ele quando eram apenas crianças.

— Você guardou... — praticamente sussurrou enquanto caminhava até a cama para abraçar o coelhinho e o esquilinho.

— Eu sempre abraço o Leebit quando penso em fazer alguma besteira. — confessou um pouco envergonhado ao se sentar ao lado do rapaz.

Um silêncio confortável tomou o ambiente por alguns longos minutos, estavam apenas aproveitando a companhia um do outro sem se preocupar com nada, porém era óbvio que isso não duraria por muito tempo.

— Por que você e o Chris estavam brigando, hyung? — perguntou com a cabeça baixa, brincando com os próprios dedos.

Minho respirou fundo antes de o responder, pensando nas palavras cautelosamente. — Ji... Há quanto tempo você tem problemas com álcool?

Han travou no lugar e arregalou os olhos na direção do maior, definitivamente não era para ele saber daquilo, não queria ter que dar mais uma preocupação a ele e muito menos mais um peso. Em um reflexo rápido, Jisung sorriu com os olhinhos fechados e negou com a cabeça.

— De onde você tirou isso, Ho? Acho que quem andou bebendo foi você, hein. — brincou com seu tom de voz mais convincente.

— Esquilinho não mente pra mim, eu tava discutindo com o Lix hoje e ele acabou soltando que você bebia o tempo todo depois que eu fui embora... 

— Não se preocupa, Lino! Isso já passou, foi só uma fase.

— Mesmo? — recebeu um aceno positivo e respirou frustrado, se levantando e indo até a gaveta ao lado do setup, tirando dali uma garrafa de vodka quase vazia. 

— Me desculpa eu não sei como lidar com tudo isso! É demais pra mim, Minho. — e novamente Jisung estava chorando e se sentindo envergonhado por tamanha fraqueza. — Me perdoa...

— Ei pequeno, não chora... Eu não vou brigar com você, vem cá.

Largou a garrafa naquele local novamente, a tiraria mais tarde já que agora tinha preocupações maiores a lidar. Foi até a cama novamente e se deitou, puxando o garoto para se aconchegar em seu lado e o abraçou, fazendo um cafuné nos cabelos castanhos.

— Eu estou aqui agora, quokka. E eu não vou sair por nada nesse mundo. — sussurrou para o mais novo e continuou com as carícias.

Era muito para Han, uma explosão de emoções o invadia diante a tal situação e Minho sabia disso, então realmente jamais o forçaria a contar algo para si. O garoto tinha seu tempo e Lee mais do que ninguém sabia como esse tempo era de extrema importância. Ficaram ali abraçados e trocando carícias em silêncio até pegarem no sono e pela primeira vez em muito tempo, Jisung não acordou de madrugada e nem teve um pesadelo.

Seu porto seguro estava de volta. 


NOTAS FINAIS:

Prontinho, a att dupla que eu prometi! O que acharam, meus amores?

Bom, peço desculpas caso esse capítulo não tenha sido exatamente o que vocês esperavam, mas eu achei muito importante ressaltar o respeito que o Min tem pelo tempo do Ji.

É isso, até o próximo capítulo meus amores! Se cuidem e bebam bastante água.

Beijinhos da Lia! <3

panic room | minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora