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No dia seguinte nenhum dos garotos teve coragem de levantar cedo para fazer suas obrigações, era sábado mesmo então não havia um motivo particular para o fazerem, certo?

Jisung passara uma noite consideravelmente desconfortável pela dor perto de seu ombro, mas os braços de Lee o envolviam com tanto cuidado que em certo momento acabou por descansar profundamente, dessa vez sem nenhum pesadelo ou pensamento ruim. Estava relativamente de bom humor, o suficiente para levantar da cama e ajudar com a organização de toda a bagunça feita na noite anterior pelos rapazes.

Como havia prometido, assim que Seo acordou chamou os Bang em um dos quartos da casa para explicar a situação com calma, fora meio complicado ver Christopher segurar as lágrimas a todo custo enquanto Seungmin deixava algumas escorrerem por seu rosto sem se incomodar com elas ali, mas era necessário deixá-los a par da situação de Jisung já que todos daquele grupo viam os Bang como os pais do garoto.

O casal agradeceu profundamente a Changbin e logo os três estavam de volta na sala, Seungmin praticamente correu até Jisung e o abraçou com uma força segura já que não tinha plena noção de onde havia se machucado, deixando um selar delicado em sua testa.

— Vamos cuidar disso, pequeno. — Seungmin falou baixinho para que apenas ele o escutasse e Han concordou com a cabeça em silêncio, sorrindo aliviado por não tomar um sermão.

Chan observava a cena com ternura e decidiu não intervir no momento dos dois, mas algo o tirou de seus pensamentos felizes, era uma notificação de mensagem e ao ver quem era, fechou a cara no mesmo instante. Se pudesse jogaria o celular longe, porém apenas o guardou em uma gaveta qualquer antes de se juntar novamente aos amigos e se misturar em um dos assuntos que eram falados.

[...]

Os dias que passara na casa dos Bang foram tranquilos, divertidos e calmos, era realmente como um paraíso para Jisung. Mas aquilo que tanto o angustiava aconteceu, teve de voltar para sua "casa" e nesse momento temia qualquer barulho semelhante ao de um carro sendo estacionado ou uma porta se abrindo. Odiava aquele lugar.

Quando chegou com apenas a mochila da escola, se esparramou na cama com um lençol branco e comum sentindo uma falta imensa de Leebit e Quokka, mas fechou os olhos na intenção de descansar pelo menos enquanto podia. A ansiedade o tomava profundamente em um sentimento tão ruim que não presenciava desde a festa do pijama há uma semana atrás.

Não demorou muito para que o barulho da porta de entrada no andar de baixo se fizesse presente e então o Han mais novo entrou em estado de alerta, já ficando parado em frente à porta de seu quarto.

— HAN JISUNG, VENHA RECEBER SEU PAI. — Kwan gritou assim que tirou os sapatos e Jisung sentiu calafrios, não demorando para acatar a ordem do mais velho.

Desceu as escadas rapidamente e parou em frente ao homem, fazendo uma reverência em um ângulo perfeito de noventa graus, temendo receber alguma bronca pelo tempo fora de casa como da última vez.

— Bem-vindo de volta, senhor. —  falou em um tom firme que exalava respeito, havia aprendido aquilo ao longo dos anos.

— Estava com o Bang, eu suponho. — ditou de forma ríspida com um claro desprezo em sua voz.

— Sim, espero que não tenha causado nenhum transtorno para o senhor, pai. 

— Tirando a porra do olho roxo que seu querido amigo me deu, eu não me importo com aonde você esteja, só não morra. — por um segundo, Jisung acreditou que o pai ainda tinha um resquício de amor por si. — Eu ainda preciso da minha boa imagem na empresa.

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