11;

621 74 293
                                    

Jisung acordou completamente assustado com o barulho incessante de batidas em sua porta, lhe causando uma ansiedade imediata. Olhou para a porta com os olhos arregalados e correu para se colocar contra a madeira, seu corpo não era nada forte mas não confiava cem por cento na estrutura daquela casa.

— Jisung, abre por favor! — era sua mãe, pela voz ele pôde identificar que dessa vez ela estava sóbria e visivelmente apavorada, Han não demorou para destrancar a porta e puxar a mulher para dentro.

— O que aconteceu dessa vez? — Jisung perguntou genuinamente preocupado com a mãe ao ver a bochecha esquerda dela em tons avermelhados.

— Eu não sei, ele bebeu com os amigos dele e... começou a se irritar porque eles estavam lembrando do quão ruim o ros-

— SUA VADIA, COMO OUSA SE ESCONDER DE MIM? — gritava no corredor e graças ao tom, o filho notou que ele tinha passado dos limites mais uma vez com o álcool.

Jisung colocou o indicador na frente dos lábios pedindo silêncio para a mulher à sua frente, sabia exatamente o que fazer em momentos como aquele porque geralmente não havia ninguém ao seu lado.

— VOCÊ NÃO PRESTA NEM PRA GERAR UM FILHO! ME DEU ESSE VIADINHO QUE NÃO SABE FAZER PORRA NENHUMA.

Os passos e a voz de Kwan foram ficando cada vez mais altos e aquilo assustou ambos os presentes naquele quarto, Jisung viu a mãe começar a chorar enquanto sussurrava diversas "desculpas". O garoto queria chorar junto à ela e dizer que estava tudo bem, mas ele precisava ser forte por sua mãe, precisava lhe passar uma segurança que ao seu ver era inexistente.

Uma batida extremamente forte na porta assustou ao mais novo que encarou os olhos apavorados da mãe e por um único segundo ele cogitou pegar seu celular e ligar para a polícia, mas não poderia fazer aquilo com a mais velha, acima de tudo ela amava Kwan. Respirou fundo e pegou o aparelho em seu bolso, procurando o número de Christopher para pedir ajuda.

— HAN JISUNG. — agora as batidas eram contínuas — ISSO É TUDO CULPA SUA! — Han sequer absorvia as palavras dirigidas a si naquele momento, estava apenas esperando Bang o atender. — SE VOCÊ NÃO TIVESSE IDO PRA CASA DAQUELE MERDA... — Christopher o atendeu e então o garoto respirou aliviado, já tirando completamente o volume da chamada. — AQUELE DESGRAÇADO DO SEU IRMÃO.

Jisung gelou por alguns poucos segundos antes de sentir o sangue ferver em uma raiva absurda, como ele ousaria dizer algo assim de Christopher?

— ELE É MUITO MAIS QUE UM IRMÃO PRA MIM, KWAN. ELE É MAIS MEU PAI DO QUE VOCÊ, PORRA. — pela primeira vez em sua vida, teve coragem de respondê-lo a altura — VOCÊ NUNCA SE IMPORTOU COMIGO, ESSE QUARTO PARECE UMA CLÍNICA PSIQUIATRICA E VOCÊ SEQUER SABE DO QUE EU GOSTO.

Uma risada alta fora ouvida do outro lado da porta e logo em seguida um som de soco, provavelmente na parede ao lado da única madeira que o protegia de ser totalmente quebrado no soco por seu progenitor.

— Esses anos todos e ele nunca te contou, Jisung? Tantos anos te tirando dessa casa, te tirando de perto de mim e ele nunca te disse a verdade? 

— Q-que verdade? — Han xingou-se mentalmente por vacilar, mas precisava entender aquilo.

A porta da entrada da casa fora aberta com tanta brutalidade que até mesmo Kwan se assustou com o barulho, mas nada chegou perto do gelo que seu corpo se tornou ao olhar para a face de Christopher completamente irritado subindo as escadas em uma velocidade consideravelmente perigosa. Han olhou para o próprio celular e notou que a chamada já não era mais efetuada, estava na tela da conversa com Bang e uma última mensagem era exibida.

panic room | minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora