panic room | minsung

07;

— Vocês vão ficar em casa hoje? — Chris perguntou a Lee com um sorriso reconfortante, como se dissesse que não precisava se desculpar pela noite anterior.

— Acho melhor a gente ficar... Eu cuido dele, Chris. — respirou fundo e o abraçou — Você sabe que eu não quis dizer nada daquilo, né?

— Não se preocupa, Ho. — bagunçou os cabelos do mais novo — Você só se preocupa com ele, fico feliz em ver que isso nunca mudou.

Minho sorriu e suspirou de forma aliviada, a culpa o tomou naquela manhã assim que acordou e se lembrou de tudo que havia dito para o Bang na noite anterior, porém sabia que ele o perdoaria.

— Eu e o Minnie vamos pra faculdade e voltamos tarde, aproveite pra conversar com ele e colocar as ideias em ordem, ok? As coisas de primeiros-socorros estão no meu armário, mas espero que não precisem.

Ficaram mais uns minutos conversando até Seungmin sair do quarto pronto para ir, estava bravo com o Lee mas o entendia perfeitamente, afinal ele faria até pior pelo marido. O casal se despediu rapidamente do garoto e saíram de casa, Minho aproveitou para fazer um café da manhã para o garoto que estava adormecido no andar de cima. Não demorou muito para concluir, porém assustou-se ao ver Jisung parado na porta da cozinha coçando os olhinhos. 

— Achei que você tinha ido embora. — resmungou com a voz um pouco rouca por ter acordado há pouco tempo.

— Oh Hannie... — abraçou o corpinho sonolento e deixou um beijo casto em sua bochecha— Eu não vou deixar mais ninguém me tirar de perto de você.

Era incrível como nada havia mudado, durante todos esses anos pensou que Han o odiaria por ter ido embora para outro país e essa sensação só piorou quando deixou de obter respostas às suas mensagens diárias. Jisung por outro lado estava apreensivo, com medo do tamanho da mágoa que havia deixado em Lee, ele tinha um motivo para ter o ignorado por tanto tempo, mas temia que Minho não acreditasse em si.

— Min... Me desculpa por tudo. Eu sempre respondi suas mensagens em um bloquinho porque eu não queria te preocupar com nada. — as lágrimas começaram a se acumular nos olhos e a voz ficou trêmula — Você tava trabalhando em um fuso-horário completamente diferente, se eu ficasse te contando tudo você iria perder seu tempo querendo me acalmar como está fazendo agora, só tá perdendo aula e me deixando te atrasar.

Lee o escutava com muita atenção, analisava cada movimento do menor com cautela e captava suas palavras de forma compreensiva. Conhecia a mente do garoto desde quando eram apenas crianças, sabia como Jisung tinha pavor de ser um fardo para qualquer um.

— Meu amor... — soltou sem perceber, rindo ao ver o menor com as bochechas gordinhas molhadas pelas lágrimas e vermelhas pelas vergonha —  Você nunca foi e nem serpa um fardo para mim, okay? Sei que isso vai demorar pra entrar nessa cabecinha oca, mas é a mais pura verdade. — apertou as bochechas carinhosamente.

— Eu me sinto como uma criancinha assustada de novo. — riu envergonhado e esfregou o rosto contra a mão do outro — Mas dessa vez eu não me sinto sozinho.

Praticamente havia sussurrado a última frase, sentia-se um pouco culpado em dizer aquilo pois sempre estava carcado pelo grupinho que tanto amava, mas a falta que Minho fazia era tão grande que Han se sentia vazio. É claro que tivera muitos momentos bons e inesquecíveis durante os últimos anos, mas sempre que se encontrava sozinho sentia a saudade e a culpa o invadirem sem pena.

— Você nunca esteve, Hannie. Eu sempre estive aqui. — apontou para o peito nu do garoto. — Você sabe disso, se não, não abraçaria o Leebit o tempo todo. 

Jisung sorriu de forma abobada para o rapaz, seu corpo inteiro estava em uma calmaria desconhecida para si, a sensação era maravilhosa. Se viu novamente como um garotinho entrando na adolescência e descobrindo sua primeira paixão, a agitação do coração em um sentimento bom chegava até a ser surreal, não tinha medo quando estava na presença do mais velho. Passaram longos segundos se encarando como se apreciassem cada mínimo detalhe do rosto um do outro, absorvendo tudo aquilo que havia mudado e prevalecido.