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— Chris hyung eu não quero ir hoje, o Lee vai estar lá!

Já havia se passado uma semana, aquela manhã de segunda-feira estava começando de uma forma terrível e desagradável, primeiro havia sujado a roupa que estava usando enquanto escovava os dentes com pasta, depois tinha derrubado um copo de vidro e agora não estava achando as chaves da porta. Reclamava com Bang implorando para que ele o deixasse ficar em casa, mas incrivelmente desta vez ele parecia mil vezes mais relutante quanto a isso. Estranho.

— Não Ji, você não vai faltar! Conversamos sobre isso a semana toda, você precisa encarar essa situação!  — estava visivelmente estressado, nem parecia o Chris de sempre.

Han se deu por vencido e decidiu obedecer às ordens do amigo, não queria o estressar e principalmente perder a carona para aquele local infernal que tanto odiava. Christopher parecia tenso e sério, Jisung estranhava e se questionava se realmente deveria tocar em tal assunto, chegando a conclusão de que se Chris se sentisse confortável e quisesse falar sobre isso, ele já teria feito. 

O caminho para o colégio que o moreno estudava não era muito longo, durava cerca de cinco a sete minutos. Quando chegou decidiu que iria caminhar de cabeça baixa para não ter a chance de cruzar o olhar com Minho e acabar surtando de vez logo cedo sem nem ter começado a primeira aula, ouviu diversos murmúrios de algumas pessoas ao seu lado e pôde ter certeza de que falavam sobre Lee e Hwang que eram relativamente famosos devido aos trabalhos de modelo executados durante os anos em que estavam fora da Coréia do Sul. 

— Jico, você não achou que ia passar o dia sozinho, né? — a voz de Changbin tomou os ouvidos de Han, o fazendo levantar a cabeça e sorrir de forma aliviada.

— Obrigado Binnie, mas você sabe que não precisa fazer isso, eu fico bem sozinho. — mentira

— Não fica mesmo, meu querido. — riu anasalado e rodeou os ombros do maior com um dos braços, logo tomando o rumo à sala.

— Mas e o Lix?

— Ele vai ficar com o irmão dele e eu com o meu de consideração. — bagunçou os cabelos de Jisung carinhosamente.

O dia letivo fora bem tenso para o pequeno Han, este que se sentia acuado e temeroso o tempo todo, o coração acelerava, as mãos suavam e às vezes se pegava com as mãos tremendo. Sabia que tudo isso não era nada mais nada menos do que puro nervosismo de saber da possibilidade de encontrar o par de olhos os quais sempre sonha e possui tantas lembranças boas, mas que agora provavelmente o encararia com desprezo e decepção. Tais pensamentos fizeram os olhos de Jisung se inundarem com algumas lágrimas que o rapaz lutava incessantemente para segurar e então sem ao menos pedir pra professora presente na classe, saiu correndo em direção aos banheiros do andar de sua turma e se trancou em uma das cabines. 

Chorava silenciosamente com muito esforço, parecia que haviam diversos gritos e súplicas atolados na garganta mas que se recusavam a todo custo a saírem dali, Han os reprimia como se fosse aquele garotinho de nove anos novamente sentado do lado de fora da casa com medo de ser encontrado por aquele homem que tanto admirava antes de revelar a verdadeira face. Suas mãos estavam inquietas e percorriam por todo o corpo de maneira agressiva, ora puxava os próprios fios com tanta força que chegava a lhe dar dor de cabeça e outra deixava alguns tapas e socos pela própria perna fortes o suficiente para o garoto saber que alguns deixariam poucas marcas por alguns dias. Ouviu o barulho da porta sendo aberta e tampou a boca mesmo que não emitisse nenhum som, colocando os pés pra cima para não reconhecerem seus All Stars tão característicos  e tentou a todo custo normalizar a respiração ofegante.

— Jisung? — aquela voz o fez engasgar, denunciando a exata cabine que se encontrava.

 [...]

panic room | minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora