Vida

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Carlisle

Vivi por mais de trezentos anos e nunca me senti tão inútil como agora, parte do meu coração está solitário, mesmo quando Amélia viaja pra França e ficava meses longe eu não me sentia assim, porque eu sabia que todo final de semana ela nos ligaria e eu ouviria o doce som da sua risada. Mas agora, meses sem ouvi-la, me sinto vazio, Amy é minha garotinha, parte de mim. Faço o teste mais uma vez e vejo seu pé se contraindo, levou longos três meses até suas pernas e pés voltarem a responder. A coloquei em um quarto que a vista da pra floresta, diariamente vem animais a observarem, e isso tem sido minha esperança. Agora tudo o que peço é que ela acorde.

- Precisa acordar querida. Os Volturis estão querendo levar as meninas pra Itália, Aruna arremessou Felix pela janela, Flora afundou Alec na terra e Ariel prendeu Dimitri por três outras debaixo do rio. - sorrio levemente me lembrando do acontecimento, olho o monitor e seus batimentos continuam calmos - Seus irmãos estão acabados Amy, sua mãe ela... e eu, não somos mais os mesmo. - encaro o monitor mais uma vez, preciso pensar em algo - Paul está entrando em depressão Amélia, ele estava indo bem, mas quando terminou a cabana, acho que tudo veio de uma vez, ele não se transforma mais, até mesmo Sam está preocupado com ele. - os equipamentos disparam, me concentro neles, ouço passos rápidos, uivos e rugidos, os pássaros no céu se agitam, formam um tipo de nuvem, olho pela janela e há vários animais postados ali. E então o monitor para.

Não

Não

Não

- Amélia, por favor filha, não! - sem me importar muito pego seu corpo e o aperto contra meu peito. Encaro a linha reta no monitor, minha garotinha não.

A porta é aberta em um rompante, vejo as garotos ofegantes me encarando com os olhos arregalados.

- Entregue ela a eles Carlisle. - Ariel diz desesperada, enquanto Aruna começa a tirar os fios dela.

- O que...

- Confie em nós Carlisle, eles vieram buscá-la. - Gaia segura meu ombro gentilmente.

Apenas assinto e me afasto.

- Tire o tubo. - Yuki diz.

Tiro o tubo, e as agulhas de seu braço, me sinto fazendo tudo no automático. Vejo seu corpo flutuando, e passando pela janela, Gaia posiciona seu corpo delicadamente nas costas de uma pantera... pantera? Como se agradecesse ela faz um leve acendo com a cabeça e adentra a floresta com o corpo de Amélia, sendo seguida por todos os outros animais.

- O que... que...

- Estávamos esperando pelo seu grito silencioso. - Flora diz, levemente envergonhada - Não tínhamos certeza se aconteceria por isso não contamos, o batimento dela dispararam não é?

Apenas assinto.

- É o grito silencioso de uma fada, quando acontece ela está mais conectada do que nunca com a natureza e seus poderes, sua força está recarregada...

- Mas o coração dela parou. - sussurro.

- Exige muito poder. - Gaia diz - Ela chamou todos os animais das proximidades, até mesmo os dos mares estão agitados - ela aponta pra Ariel que confirma.

- O que eles farão?

- Eles darão um rugido de vida pra ela. - Aruna é quem diz, encarando seriamente a floresta.

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