Amélia
Sinto meu corpo relaxado, como se tivesse dormindo por dias, tento abrir meus olhos mas não consigo, sinto a brisa fria batendo no rosto, ouço pássaros cantando, uma leve camada de orvalho sobre minha pele, mas então tudo fica silencioso, porém um rugido faz meu coração dar um solavanco, e puxo o ar como se não respirasse por minutos, me levanto de uma vez. Olho em volta e estou no meio da floresta. A pantera negra está a minha frente e os outros animais formam um círculo em minha volta.
- AMÉLIA!
Ouço o grito e olho em volta, meu pai e minha amigas. Corro até eles e os abraço.
- Nunca mais faça isso.
- Foram os piores meses da minha vida!
- Vou te colocar dentro de uma árvore manhoso e te prender lá.
- Quem iria fazer iglus comigo?
- Espera, como assim meses? - pergunto me separando deles.
Vejo meu pai travando, e as meninas engolindo em seco.
- Amy, você ficou 19 meses em coma. - resposta vem de Aruna.
Sinto o tempo parando ao meu redor. Tudo isso? Um desespero me abate.
- Paul?
- Ele não está bem Amy, está depressivo, não se transforma mais desde seu acidente...
- Onde ele está?
- Construiu uma cabana onde você sempre quiz. - Flora sorri doce.
Me viro para os animais que me olham curiosos e faço uma reverência, em sinal de respeito e agradecimento.
- Obrigada...
Abro minhas asas e voou o mais rápido de consigo, sinto elas doloridas, por terem ficado tanto tempo guardadas, cambaleio um pouco, mas não me importo, preciso chegar até Paul.
Avisto a bela cabana a margem do rio. Adentro ela silenciosamente, e vejo Paul deitado ao lado da lareira abraçado a um casaco meu.
- Vai embora Seth... - sua voz sai baixa e embargada, meu coração se contrai.
- Não é o Seth. - minha voz sai calma.
Paul me olha e se levanta lentamente, a barba por fazer, seu cabelo está maior, e bem mais magro do que me lembrava, ele se aproxima e leva suas mãos ao meu rosto, como se tivesse com medo de ser fruto da sua imaginação. Uma lágrima me escapa.
- Minha Amy?
- Oi lobinho.
Ele me aperta em seus braços, sinto seu coração disparados, seus soluços enchem meus ouvidos, caímos de joelhos no chão. Acaricio seus cabelos, e tento acalma-lo, ficamos assim por longos minutos.
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Paul
Acordo em um salto, Amélia, ela está aqui, dormindo tão calma em meus braços. Reparo que dormimos no tapete em frente a lareira, chorei até a exaustão e ela não saiu do meu lado.
Nada pode medir a minha felicidade agora, dormi a noite toda com a minha mulher, em meus braços. Encaro a pequena caixinha em cima da mesinha da sala, Carlisle me entregou á alguns dias, era da mãe de Amy, talvez seja o momento.
- Bom dia...- sua voz preenche meus ouvidos e sorrio.
- Bom dia amor. - beijo seus lábios e a abraço.
- Tenho que ir na casa dos meus pais...
- Sim. - me levanto e lhe estendo a mão - Mas antes, senta aqui, - aponto pra poltrona ao lado da janela, ela me olha desconfiada mas vai, pego a caixinha discretamente.
- O que foi?
- Foram os piores meses da minha vida, percebi que eu e muito menos meu lobo vivemos sem você. Sou péssimo com palavras Amy, e nem te pedi em namoro, mas quem liga? Sou um lobo e você uma fada, nada convencional mesmo - ela sorri - Se você soubesse o quanto seu sorriso me deixa feliz, sorriria mais vezes para mim. Amélia, - me ajoelho diante dela - te prometo três coisas, te amar e respeitar todos os dias da minha vida, sempre estar ao seu lado nos bons e maus momentos e te cuidar e proteger. - abro a caixinha e vejo lágrimas em seus olhos - Casa comigo?
- Paul...
- Temos a eternidade Amy, eu posso escolher não envelhecer... e...
- Eu aceito. - ela me interrompe e arregalo meus olhos, puta merda ela aceitou!
A pego em meus braços e a rodeio pela sala. Meu lobo depois de meses, está agitando dentro de mim. Sua risada me aquece por dentro.
Vou me casar com a mulher que amo.
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Lahote
FanfictionUm lobo temperamental, que explode facilmente. Uma fada fofa e amorosa, mas que não leva desaforo pra casa. Será que eles dariam certo? Ou teria alguém no caminho deles?