Capítulo 30: Erros Mortais

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Dormitório da Sonserina [5 de março ]

Ginerva observou com total fascinação enquanto ela mergulhava o pincel no líquido escuro cor de vinho, tomando cuidado para não derramar uma única gota na penteadeira preta antiga. Ela franziu as sobrancelhas em absoluta concentração, mordendo o lábio enquanto passava a tinta na unha. O cheiro químico era insuportável, mas a atividade de pintar as unhas era quase terapêutica para a jovem bruxa, então ela aprendeu a ignorá-lo. Ela fazia isso desde que conseguia se lembrar, e agora seu nariz apenas enrugava levemente com o cheiro.

Sua concentração foi abalada, porém, quando a enorme porta preta de seu quarto foi aberta. Ginerva praguejou baixinho quando o pincel sacudiu para o lado, deixando um rastro de tinta cor de sangue na lateral de seu dedo. Ela rapidamente o enxugou, franzindo a testa enquanto a mancha vermelha se recusava a desaparecer. Ginerva ficou um pouco surpresa por alguém ter conseguido derrubar todas as proteções que ela havia colocado em sua porta. Foi simplesmente uma precaução para impedir a entrada de visitantes indesejados.

E a garota que entrou na sala era definitivamente uma visitante indesejada. Ginerva colocou calmamente o pincel de volta no frasco de vidro e virou a cabeça para encarar sua companhia.

"Posso ajudar?" Ela ergueu uma sobrancelha friamente, olhando para a garota que ousou entrar em seus aposentos sem permissão. Em vez de se encolher como a maioria faria, a garota olhou de volta, com tanto – se não mais – veneno.

"Nós precisamos conversar." Astoria Greengrass falou baixinho, o tom gelado soando estranho em seu corpo pequeno e parecido com um wafer. Ela gentilmente fechou a porta atrás dela com um baque suave. O som foi suficiente para tirar Ginerva de sua postura indiferente, e ela ergueu o queixo em desafio.

"Não me lembro de ter convidado você para o meu quarto." Ginerva disse arrogantemente, estreitando ligeiramente os olhos quando Astoria começou a caminhar lentamente pelo quarto. Ela parou perto da mesa e seus olhos pousaram em um pequeno livro encadernado em couro preso entre as pilhas de livros didáticos. Ginerva enrijeceu imperceptivelmente quando Astoria abriu a capa.

"Quem é Tom Riddle?" Astoria questionou, olhando para a amiga com desconfiança. Ginerva colocou uma expressão desinteressada no rosto e casualmente colocou uma mecha de cabelo flamejante atrás da orelha.

"Um amigo."

Astoria assentiu com complacência, parecendo aceitar a resposta vaga. Ela desviou a atenção do diário e caminhou até a poltrona preta acolchoada em frente à janela.

Ignorando completamente o olhar ameaçador no rosto da ruiva, ela sentou-se na cadeira, jogando as pernas sobre um dos braços. Ela inclinou a cabeça para trás até que ela descansasse no outro braço da cadeira. Em um movimento fluido, ela tirou o cabelo liso e cor de mel dos olhos. Como resultado da água azul esverdeada do lado de fora da janela, a luz lançava um padrão marmorizado em sua pele pálida.

Ginerva suspirou internamente ao entender que Astoria não iria embora tão cedo. Ela se virou, recusando-se até mesmo a reconhecer sua presença. Em vez disso, ela voltou sua atenção para as unhas, embora a expressão dura que se instalou em seu rosto expressasse seu descontentamento muito melhor do que qualquer coisa que ela pudesse ter dito naquele momento.

Eles ficaram sentados em silêncio por vários minutos dolorosos, nenhum deles disposto a falar primeiro. Astoria tentou olhar nos olhos da amiga, mas Ginerva se recusou a desviar o olhar da pintura das unhas. Eventualmente, ela suspirou e percebeu que sua amiga era teimosa demais para olhar em sua direção.

Ela torceu as mãos e limpou a garganta, "Olha, eu não quero brigar, Gina."

Sua amiga se irritou levemente ao som de sua voz, mas não mostrou nenhum outro sinal de responder.

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