Capítulo 8

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Ellie

Éffie. Eu acabei de vê-lo no meio daquela fumaça.

Meu coração está acelerado de ansiedade. Que se dane a missão. Se Éffie está em perigo eminente, irei atrás dele. Ter que salvar outras crianças não deve ser um problema.

Somos conduzidos para fora do Templo de Jade, enquanto Luke contesta a decisão de Maise.

— Sacerdotisa, não quero ser petulante, mas tem certeza que eles devem ir?

Maise sorri para ele.

— Criança, essa missão necessita ser resolvida por eles – responde ela. – Aquilo que foi mostrado pelo Inevitável não pode haver alterações. Como eles lidarão com isso é que é o verdadeiro mistério.

— Eles nem são buscadores. Mal concluíram o básico do treinamento. - Insiste Luke. Ele nos lança um olhar de relance, e então sussurra para ela, entredentes: - A senhora sabe que eles precisam ficar sob supervisão constante. Especialmente aquele garoto.

— É um caso especial. Eles serão enviados com uma ordem de permissão que só se estenderá para esta missão.

Luke pega nas mãos de Maise e diz, em súplica:

— Então deixe com que vão em grupo, para garantir que tudo ocorra bem. Há pessoas habilidosas na turma deles, eu mesmo posso selecioná-los.

— A missão é dos dois – rebate ela. - Deixe que escolham. 

Luke faz que sim, num suspiro de derrota, e solta as mãos de Maise.

— Quero que já estejam prontos ao anoitecer – diz Maise, virando-se para nós. – O grupo só pode ter cinco pessoas, no total. Isto, claro, se vocês quiserem acompanhantes. E, caso a Srta. Camélia contrapor, digam que é uma missão especial requisitada pela Suma Sacerdotisa.

De volta à Casa Paraíso, Srta. Camélia enterra as mãos no rosto com um longo suspiro, absorvendo a informação que lhe passamos.

Ela ergue a cabeça e toma um gole de café.

— Tudo bem – concorda ela, abatida. – Vocês podem ir.

E nos dispensa, ainda sem olhar para nós.

Ethan e eu subimos as escadas e topamos com os outros agachados no corredor, bisbilhotando nossa conversa.

— Foram convocados? – Pergunta Maribel, inquieta, irradiando empolgação. - Quem vão levar?

— Decidiremos, ainda. – Ethan volta-se para mim. – Vou arrumar as minhas coisas. 

Entro no quarto das meninas, vou até meu beliche e pego o par de foices – minhas únicas posses – guardadas debaixo da cama. Enquanto isso, penso em quem irei chamar para nosso time.

Não sou tão boa de briga quanto pensei. Ethan nem se fala. Há algumas pessoas interessantes em nossa turma, é verdade. Anny e Mitchell são ótimos combatentes, mas não tenho o menor interesse em chamá-los. Nádia nem sequer passa pela minha cabeça.

Restam as pessoas da Casa. Maribel luta bem e é fácil de lidar. Nunca vi Sean lutando, mas duvido que saiba alguma coisa. John é meio insuportável, mas também é bom combatente. Lucy é legal, mas consegue ser pior que Ethan e eu juntos.

Avaliando minhas poucas alternativas boas, decido que chamarei Maribel e espero que Ethan já tenha pensado nos outros dois.

Srta. Jade vem até o quarto, com uma pequena mochila preta novinha em mãos, e desaparece num piscar de olhos.

Reviro o guarda-roupas. Shorts-saias, camisetas e uma pequena manta. Enfio tudo isso dentro da bolsa, juntamente a uma escova de dentes, surpreendendo-me que tanta coisa coube e ainda não pese quase nada. Deve ser mágica.

O País das Crianças Perdidas - O Príncipe de ObumbratioOnde histórias criam vida. Descubra agora