Capítulo 05 // Stella

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Alongo meus braços cansada e me estico. Eu e minha equipe de projetos organizamos algo para mudar o "comum" das cerâmicas da empresa o que gerou um grande debate e idéias para descobrir o que fazer para mudar. Agora que finalmente decidimos, íamos passar as próximas horas fazendo gráficos sobre.

- Hora do almoço - avisa o gerente.

Vejo meus colegas se levantarem aliviados por finalmente poder dar uma pausa e sair para lanchar saírem porta afora.

Me levanto prestes a fazer o mesmo e ouço um aviso:

- Stella, você só tem 30 minutos - adverte o gerente.
- O quê?! - digo incrédula - Como assim? Por quê?

Ele aponta o dedo indicador para cima.

- Ordens lá de cima.
- Como vou conseguir comer e voltar em trinta minutos?! - pergunto preocupada - Tem muitas pessoas, vai demorar até chegar minha vez para me servir e comer.
- Então eu acho melhor você correr - responde secamente dando de ombros.

Decido realmente correr. Chego no refeitório e uma grande fila está a espera. Me desespero. Quinze minutos depois chega a minha vez, observo vários tipos de comida a me olhar e eu retribuo com o estômago roncando. Seguro meu prato a espera da mulher colocar uma comida deliciosa, porém ela me analisa segurando um celular.

- Você é a senhorita Stella Lance? - indaga de cara embotada.
- Sim...? - respondo inquieta.
- Sinto muito, mas você só vai poder comer salada ou frutas daqui.
- O quê?! Mas... Como assim?
- Nem me pergunte - disse indiferente - Só estou seguindo ordens.
- Ah não.

Desanimada permito que ela coloque a comida vegetariana em meu prato quando raciocino suspirando e revirando os olhos: Isso só pode ser obra daquele chefe mesquinho. Não acredito que ele vai mexer até na minha comida.

E enquanto eu estava lamentando, meus olhos se direcionam para o corredor de nossa empresa que dá de frente para o refeitório. E parado em um canto reconheço uma figura familiar.

Escorado sobre a parede visualizo um homem de terno preto com cabelos de carvão. Que me observa com um sorriso triunfante no rosto piscando para mim.

Meus punhos se cerram. Agora eu tenho certeza do autor dessas confusões. Me contenho inspirando fundo e expirando de volta. Não posso piorar as coisas. Mas ainda assim me permito lançar um olhar mortal para ele que responde com uma careta convencida fazendo um gesto para o relógio em seu pulso.

- Moça, sua comida. - chama a cozinheira
- Ah - me viro para a mulher que me encara impaciente e pego o prato de suas mãos - Obrigada.

Volto meu olhar para o canto em que ele estava, porém não havia mais ninguém lá.

Olho para o meu prato extremamente alegre e colorido com várias frutas e verduras. É agora que eu consigo fazer minha dieta penso e rio. Vejo o celular e me desespero. Tenho cinco minutos. Me apresso e como quase engolindo tudo de uma vez.

Corro de volta para o escritório vazio. Sento na cadeira e me inclino fechando os olhos. Vai ser um longo dia. Encaro o computador e coloco as mãos na obra.

***

São quatro horas da tarde. Todos pegam suas coisas para ir embora e se despedem uns dos outros. Decido guardar minhas coisas também.

Quando vou desligar o computador, uma voz rude interrompe meus planos:

- Aonde você pensa que vai? - indaga.
- Para casa? - respondo duvidosa.
- Você ainda tem uma hora.
- Mas todos estão indo! - exclamo incrédula.
- Você é uma exceção.
- Mas por... - interrompo minha fala e ligo as peças - Já sei: "ordens lá de cima." - faço um aspas com os dedos.

Ele assente e sai para averiguar algumas coisas pela empresa. E me deixa lá sozinha com meus pensamentos.

Nunca achei que alguém seria capaz de me tirar do sério tão rapidamente como o Presidente. Uma coisa é certa, vou evitar de todas as formas possíveis me relacionar com ele. Porque não tem nenhuma chance de nós nos darmos bem aqui. Decido enquanto volto a mexer no computador e a mergulhar em gráficos.

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