Capítulo 12 // Marcos

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  Estou sentado em uma mesa que fica ao lado da grande janela do restaurante. É um lugar agradável com lâmpadas amareladas dando um aspecto melhor ao lugar. Há alguns vaso de plantas artificiais nos cantos das paredes e velas sobre as mesas.

  Olho pela janela esperando pela sua chegada. Batuco os dedos impaciente e confiro o relógio de tempos em tempos. Por que as mulheres sempre se atrasam?

  Finalmente a vejo. Com os cabelos soltos e levemente ondulados parecem dançar ao vento. Ela veste um vestido médio branco rodeado de pequenas flores azuis ao longo dele e um salto prateado. Um dos que comprei para ela. Sorrio ao perceber isso. Ela está simplesmente...

  - Marcos? - ela me olha e sorri.
  - Stella - me levanto e puxo a sua cadeira  fazendo sinal para ela sentar. Stella observa não conseguindo esconder sua surpresa -  Sente-se.
  - Obrigada - agradece e então passeia seus olhos em torno do lugar - Que restaurante lindo.
  - Realmente.

  Ficamos em silêncio e ela parece um pouco quieta demais. O que é estranho vindo de alguém como ela.

  - Posso pagar? - ela pergunta procurando minha aprovação - Eu deveria fazer pelo menos isso em agradecimento pelos presentes.
  - Não há necessidade - digo - Fui  eu quem a chamou para sair. Seria deselegante da minha parte deixá-la pagar sozinha.
  - Por favor - ela pede olhando em minha direção - Eu realmente quero retribuí-lo.
  - Está bem - deixo ela vencer - Tem certeza disso?
  - Sim - afirma ela.

  Porém vejo sua confiança ruir no momento em que ela segura o cardápio em mãos. Seus olhos se arregalam a medida que ela lê o que está a sua frente, quase escondendo o rosto atrás dele.

  Ela fecha abruptamente e olha para mim com descrença.

  - Por que isso é tão... Caro?
  - É um dos melhores restaurantes do país. Algumas pessoas ficam meses aguardando por uma mesa disponível.
  - Por que gastar tanto assim comigo? - questiona incrédula - Nem meus dois rins seriam capazes de pagar isso - confessa e cobre a boca parecendo surpresa consigo mesma.
  - Não tem problema se não puder pagar - digo contendo um sorriso por sua reação.

  Ela se levanta parecendo estar indo embora. Me coloco de pé pronto para tentar impedi-la caso o faça. Ela ser pobre não poderia ser um bom motivo para fugir do encontro. Ou poderia?

  Essa baixinha, quase do meu tamanho por conta dos saltos para de frente para mim e diz decidida com um sorriso suspeito no rosto:

  - Vamos! Vou te levar para comer algo bem melhor e econômico.
  - Mas fui eu quem a chamei para sair - argumento indignado.

  Sinto os dedos de Stella segurarem os meus e arrepios percorrem meu corpo com seu toque. Ela corre em direção a saída mais rápido do que deveria ser capaz com aqueles saltos e eu a sigo. Contanto que ela não largue minha mão, posso segui-la para qualquer lugar percebo não desviando os olhos de seu contato.

  Deixamos o restaurante e corremos em direção ao centro da cidade. Pessoas começam a nos encarar tentando entender o que está acontecendo. Eu também. Um constrangimento me invade Que garota estranha penso começando a suar da corrida.

  - Por que estamos correndo? - grito para ela confuso.
  - Eu não sei - ela grita de volta rindo e então para.

  Então percebe que ainda estamos de mãos dadas e rapidamente a solta. A percebo corar um pouco e sorrio convencido.

  Nos curvamos cansados tentando recuperar o fôlego. Suor escorre de minha testa e estar de terno só piora a situação. Já Stella, está com os cabelos grudados no rosto enquanto tenta arrumá-los com as mãos.

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