Sacrifício

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ALICE EVANS

Passamos todo o dia imersos em jogos, começando com Uno, onde meu filho demorou um pouco para se acostumar. Beatrice preparou o almoço, repetindo nossa refeição noturna, e depois nos envolvemos em partidas de Cara a Cara, culminando em uma divertida sessão de mímicas.

— Um dinossauro? — Palpitou Beatrice enquanto Jacob se expressava. — Um dragão?

— ISSO! — Exclamou ele quando ela acertou. A interação deles cresceu após algumas rodadas de Uno, ela se esforçando e ele baixando a guarda, aliviando minha preocupação sobre ele carregar meus traumas. Sei que passei um pouco para ele, mas ele não precisa pensar como eu.

— Sua vez, mamãe. — Apontou Jacob.

— Podemos jogar outra coisa? Sou péssima em mímica. — Respondi.

— Por favor, mãe. — Insistiu ele.

— Está bem, só uma vez. — Levantei-me e peguei uma carta que revelava "Avião." Ótimo.

Abri os braços, balançando o corpo em simulação de voo.

— AVIÃO. — Gritou Jacob.

— Acertou. — Sorri para ele.

— Viu, você é ótima mamãe.

— Você que é, acertou rápido. — Elogiei. — Agora, escova os dentes para dormir, já passou da hora.

— Já? — Fez beicinho, mas obedeceu e dirigiu-se ao banheiro. Beatrice recolhia as peças do jogo.

— Obrigada por estar aqui, por proteger a gente. — Agradeci a ela. — Você poderia ter passado o serviço para qualquer outro policial.

— Mas aí eu não teria certeza de que o serviço seria feito direito. — Respondeu e deu um sorriso.

Aquele sorriso maldito sorriso. Uma chama interior reascendeu. Definitivamente, eu ainda sentia algo por ela. Que ódio.

— Vou fazer ele dormir e volto para ajudar a guardar e limpar. — Comuniquei a Beatrice antes de ir até o quarto, onde Jacob já estava deitado. Deitei-me ao seu lado, e ele me abraçou.

Fiz carinho nos cabelos de Jacob até que ele adormecesse, o que não demorou muito. Com cuidado, levantei-me e dirigi-me à sala, mas Beatrice não estava lá. Na cozinha, a encontrei lavando louça.

— Já fez tudo? — Perguntei, percebendo-a se assustar.

— Hm, sim. Só falta a louça mesmo — Respondeu, continuando suas tarefas.

— Quer que eu lave? — Ofereci.

— Não, já estou acabando.

Puxei uma cadeira e me sentei.

— Teve mais alguma notícia? — Inquiri.

— Até agora não — Respondeu. — Sei que querem voltar para casa, espero que seja logo.

— Tá tudo bem, não é culpa sua.

A infiltrada (romance lésbico) Onde histórias criam vida. Descubra agora