Desvelando Mágoas

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BEATRICE PARKER/EVA COLLINS

Ao atravessar a porta da delegacia, meu chefe logo percebeu minha chegada, avançando em minha direção com urgência palpável.

— Não pode estar aqui. Se ela te ver, pode estragar tudo. — Sua mão firme segurou meu braço, conduzindo-me para o canto.

— Precisamos conversar. — Afirmei.

— Mais tarde. Por agora, estamos interrogando Alice. — Ele me empurrou em direção à saída.

— Alice é inocente. — Sussurrei, a voz quase um segredo para seus ouvidos.

— E como tem tanta certeza disso? — Uma sobrancelha arqueada expressava seu interesse.

Inspirei profundamente, nervosa, ciente de que minhas próximas palavras desencadeariam uma reviravolta perigosa.

— Porque ela estava comigo... a noite toda. — Proclamei.

Seu semblante transitou da curiosidade para a decepção. Ele já havia entendido o que aconteceu.

— Ah, Beatrice. — Murmurou com pesar. — Pedi para que me informasse se algo estivesse acontecendo.

— Desculpe. — Baixei a cabeça. — Tudo estava tão confuso, e ainda está. É complicado demais.

— Ela sabe quem você é? — Indagou.

— Sim. — Respondi sem rodeios. — Esteve comigo quando Maya ligou, acompanhou-me até a casa dela. Ao chegarmos, Maya já agonizava no chão. Liguei para o 911 e identifiquei-me para solicitar a ambulância.

Ele coçou a cabeça.

— Ótimo, só piora. — Falou. — Vamos, conduzirei você aos meus superiores.

Segui em silêncio até uma sala.

— Aguarde aqui. — Ele determinou ao sair.

Sentei-me no amplo sofá, aguardando seu retorno. Não tardou para que voltasse, ladeado por dois homens, presumivelmente seus superiores. A presença deles indicava que a situação estava longe de ser favorável, me deixando apreensiva.

Ao adentrar a sala, um dos homens se dirigiu a mim.

— Oficial Parker.

— Sim, senhor. — Levantei-me, percebendo a gravidade da situação.

— Sente-se. — Ele indicou uma cadeira, instalando-se à minha frente.

Me sentei no sofá novamente, ansiosa pelo desenrolar da conversa. Minhas mãos suavam, e minhas pernas se agitavam nervosamente.

— Pode começar nos contando por que afirma que a senhorita Alice Evans é inocente? — Ele manteve o olhar fixo em mim.

— Alice estava comigo. — Afirmei.

— No momento do ataque à senhorita Maya Kyed?

— A noite inteira, senhor. — Respirei fundo, tentando transmitir convicção.

A infiltrada (romance lésbico) Onde histórias criam vida. Descubra agora