O Preço de uma Confissão

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Esse capítulo contém cenas que podem ser sensíveis para algumas pessoas
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BEATRICE PARKER

Caminhamos juntas até o gabinete do meu superior, onde, informei-lhe que Alice havia aceitado o acordo proposto. Pouco tempo depois, nos vimos reunidas em uma sala, cercadas por outros membros da polícia, inclusive meu chefe. A expressão de desconforto era evidente no rosto de Alice durante todo o encontro.

— Qual é o seu plano, Oficial Parker? — Questionou meu chefe, me fitando com a habitual expressão desaprovadora.

— Samuel demonstrou um interesse por Eva, minha personagem infiltrada. Se eu criar uma abertura, é provável que ele se abra comigo ou, pelo menos, baixe a guarda achando que tem controle sobre a situação. Enquanto isso, vocês permanecerão alertas, aguardando uma confissão. — Explanei.

— E qual é o meu papel nisso? — Indagou Alice.

— Você seria capaz de conceder acesso às câmeras dos quartos para a polícia? — Perguntei, dirigindo-me a ela.

— Sim. Até onde sei, não há gravação, mas posso enviar a transmissão ao vivo. — Respondeu ela.

— Ótimo. Então, você desempenhará seu papel como dona da boate como de costume, enquanto a polícia me observa constantemente pelas câmeras do quarto, pronta para agir quando necessário.

— Vocês também usarão escutas. — Acrescentou o superior. — As duas.

— Não subestime Samuel. — Alertou Alice.

Em breve, estávamos equipadas com pequenas escutas em formato de brincos, permitindo que a polícia monitorasse todas as nossas conversas.

— Levarei vocês para um local onde poderão passar o restante da noite e o dia seguinte até a abertura da boate. Não poderão sair daqui até que o plano esteja concluído. — Informou meu chefe.

Ao sairmos da sala, fomos conduzidas até um discreto hotel que eu conhecia ser utilizado pela polícia para proteger vítimas.

— Esse é o quarto de vocês. — Anunciou ele, abrindo a porta. — Vou pedir para trazerem algo para vocês comerem.

— Obrigada. — Agradeci, adentrando o ambiente.

Alice entrou em silêncio. O quarto, simples, acomodava duas camas de solteiro e um banheiro.

— Você está bem? — Perguntei a Alice assim que meu chefe saiu, fechando a porta.

— Sim. — Respondeu ela friamente, sentando-se na cama.

— Por que você não gosta de policial? — Não pude evitar questionar.

Ela riu com sarcasmo.

— Isso é o que você quer perguntar? — Disse.

— Nunca me contou que tinha um filho. — Comentei.

— Ah, por favor, você fingiu ser alguém que não é. — Retrucou ela. — Eu estava me apaixonando pela Eva. Você me fez acreditar que era real.

A infiltrada (romance lésbico) Onde histórias criam vida. Descubra agora