Capítulo 05👩🏻‍🌾

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         Desperto-me animada

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         Desperto-me animada. Hoje seria o início das minhas aulas. Havia se passado dois dias desde a partida do Sr. Arthur. Sinto-me aliviada, pois sua ausência significa que ele não estaria aqui para me dar broncas toda hora. Dirijo-me às escadas e encontro uma mulher de cabelos curtos e brancos à minha espera na sala de visitas.

— Bom dia! — comprimento, lhe oferecendo um pequeno sorriso.

— Bom dia, Dona Melissa. Sou a Senhora Gesa, sua professora — Apresenta-se com carinho.

— Ah, não precisa me chamar de Dona... Só Melissa tá bom.

— Claro, Melissa. — Gesa retribui o sorriso e logo iniciamos a aula.

A aula durou três horas, as matérias eram, gramática e matemática. A professora mencionou que ao longo da semana incluiria outras disciplinas.

Após o término da aula, dirijo-me à biblioteca, pego outro livro e corro para o curral. Sento-me no chão e mergulho na leitura. No entanto, ouço um barulho e me levanto rapidamente. Observo um cavalo completamente negro deitado no chão atrás de mim. Agacho-me para tentar entrar no curral e, por fim, consigo.

— Oi, amiguinho! — me aproximo devagar dele e coloco as mãos em sua cabeça. — O que aconteceu? Parece que você está machucado...

Vejo que há um caco de vidro em sua pata e está sangrando um pouco. Continuo acariciando sua cabeça com cuidado, removendo rapidamente o caco de vidro para não causar medo.

— Calminha, já passou — Ele se mexe um pouco, mas logo se levanta meio manco. Acaricio-o novamente, e sua cabeça encosta em minhas mãos. — Isso, amiguinho. Eu sou a Melissa, mas pode me chamar de Mel! Vou te chamar de... Max, o que acha? — Pude notar que ele era menino e, esse nome lhe caia muito bem.

— Max... — Repito em voz alta.

Passei a tarde toda conversando com ele, e ao entardecer, retorno ao casarão. Ao entrar na cozinha em busca de algo para comer, vejo um jovem de costas pegando uma maçã. Rapidamente, viro-me para sair, mas antes disso, sou notada por Rosana.

— Dona Melissa, a senhora veio comer algo? — Pergunta, me fazendo parar.

— S-sim. Mas talvez seja melhor eu voltar mais tarde — Falei, ainda parada sem olhá-los.

— Olá! — Ouço uma voz atrás de mim e me viro, notando que o jovem me observa atentamente de maneira profunda.

— Este é meu filho, dona. Eduardo. — Rosana se apressa em apresentá-lo.

— Dona? Por que a chama assim, mãe? A garota parece mais uma adolescente! — Eduardo questiona, provocando um leve rubor em minhas bochechas.

Observando-o melhor agora, ele está vestido com uma camisa listrada e jeans, combinando com seu chapéu marrom. Ele não é feio; tem um pequeno bigode engraçado, e, de fato, Eduardo possui sua própria beleza.

— Ela é a nova esposa do Senhor Arthur, filho — Rosana revela.

— Olá. —Digo timidamente.

— Como Arthur se casa e não avisa a ninguém? E ainda mais com alguém assim tão jovem...? — Indagou incrédulo.

Fico sem jeito e começo a sair da cozinha em direção a escada.

— Espera! — Eduardo pede, mas vejo sua mãe segurando seu pulso e sussurrando algo em seu ouvido. Ele se solta dela e se aproxima de mim. — É um prazer também, Melissa. — Diz casualmente.

Dou um pequeno sorriso, mas seu olhar insistente em mim me deixa desconfortável.

— Estou um pouco cansada. Acho melhor me retirar. Foi um prazer conhecê-lo, senhor Eduardo! — começo a subir os degraus, querendo sair de suas vistas.

— Ah, me chame só de Eduardo, por favor. — Ele pede, parecendo ter acordado de um transe.

Assenti, e ele permanece imóvel, mantendo o olhar fixo em mim. Um ruído de algo caindo nos faz virar simultaneamente, e avisto Katia em um canto, limpando algo que se quebrou.

— Acredito que seja melhor eu me retirar. Até mais, Melissa... — Eduardo afirma, erguendo um pouco o chapéu antes de finalmente sair.

Subo as escadas quando ouço Katia resmungar algo.

— O patrão não vai aprovar isso. — Paro e me viro para encará-la.

— Não aprovar o quê?

— Pelo que sei, ele não gostou de te ver conversando com os peões. Não é porque é o Sr. Eduardo que ele vai aceitar.

Fico um tanto apreensiva com o que ela está me falando.

— Não estávamos conversando nada demais. Você mesma ouviu!

— Hum. Não ouvi nada, garota. — Katia responde de forma ríspida e se vira para sair.

Respiro fundo e retorno ao meu quarto, tomei um banho e me deito, querendo apenas descansar um pouco, mas acabo caindo em um sono profundo. 

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