"Eu, sinceramente, não aguento mais!" É a única coisa que passa em minha mente enquanto caminho do dormitório de Zayn, até o meu.
Meus olhos pesados de sono em plena manhã de sexta e sinto meu estômago embrulhar assim que desço as escadas e entro no corredor onde fica o meu dormitório.
Quais serão as atrocidades que encontrarei dessa vez? Corpos de pessoas inocentes? Armas de fogo? Credo, não dá nem pra se duvidar disso.
Paro em frente a porta e prendo a respiração para evitar o cheiro que me inundava e abro a porta ao contar até três.
-Só pode ser brincadeira! - digo baixo ao adentrar o quarto e encontrar mais uma vez, toda aquela cena nojenta.
O chão do quarto lotado de garrafas e latas de bebida vazias, bitucas de cigarro e camisinhas usadas. Travo o maxilar quando encontro Rick dormindo no chão em meio a toda aquela bagunça.
Caminho até minha cama, segurando a vontade de vomitar meus órgãos para fora e quando me aproximo, balanço o edredom e o cheiro de álcool invade meu nariz, precisando levar a mão até a boca para evitar um desastre. Minha cama tomou um banho de vodca barata.
-PUTA QUE PARIU! - grito, me descontrolando pela primeira vez em um ano aguentando isso tudo e nem assim Rick se move do chão.
Caminho em passos pesados até aquele peso morto e dou um chute forte em sua coxa direita.
-Levanta dessa merda, porra! - é o que eu digo e o garoto arregala os olhos, gemendo e levando sua mão até sua coxa.
-O que foi agora? - sua voz embolada me irrita em um nível descomunal, então, chuto sua perna mais uma vez.
-Vai se foder! Vai se foder, você e esse quarto nojento - falo caminhando até meu guarda-roupa e retiro uma mala de mão que havia no fundo, a abrindo. -Não aguento mais esse cheiro de merda, sua voz de merda, esse quarto de merda! - jogo minhas roupas com raiva dentro da mala e ouço os passos de Rick, indicando que a madame finalmente decidiu levantar.
-Você podia ter ficado na festa... - fecho os olhos com força e me viro, contando até três.
-Se você soubesse o quanto eu estou precisando me controlar pra não te quebrar na porrada, você, sequer, ousaria falar comigo agora! - falo entre dentes, sentindo a raiva preencher meu corpo e volto a encher a minha mala. Nesse momento agradeço por não ter tantas coisas minhas aqui.
-Louis, você vai sair daqui? Para com isso, é só a gente limpar aqui rapidinho.
-A gente? - pergunto incrédulo, fechando a mala e soltando uma risada alta. -O que caralhos te fez pensar que eu tocaria em qualquer uma dessas imundícies? Os dois chutes foram poucos? É só me dizer, eu tô morrendo de vontade de socar a sua cara mesmo.
O garoto ergue os braços em rendição e eu respiro fundo, segurando a mala com uma das mãos enquanto vou em passos firmes até a porta, a abrindo e finalmente saindo daquela sala de tortura do filme Jogos Mortais.
-Desgraçado, arrombado, inútil, corno - saio murmurando enquanto piso firme em passos rápidos pelo longo corredor. Sinto meu ombro bater com força no ombro de um garoto e isso me tira do sério.
-Sai da frente também, porra! Tá achando que é invisível? - falo sem parar de andar, me virando minimamente para trás e percebo que derrubei seus fones no chão.
-Licença? Claro, pode passar! - ouço seu deboche e ergo o dedo médio no topo da cabeça, caminhando até a sala da secretária, praticamente escancarando a porta.
-Senhora Richards, me salva ou eu me jogo do topo desse prédio, eu juro! - choramingo largando a mala no chão e percebo que a senhora estava ao telefone, ela se despede e desliga a ligação, ajeitando seu óculos e me encarando por cima dele.
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Strawberry Lips - ls
FanfictionDurante toda a minha infância, ouvi pessoas dizendo com temor, as características do inferno: "Gritos e dor eterna" "Angústia" "Você implora por misericórdia" Mas, agora já adulto, eu descobri um inferno completamente diferente. Ele é rosa, molhado...