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Rodolffo acordou,  tomou café e foi para o trabalho.

Juliette estava de plantão diurno, então ele foi buscar as crianças à escola e seguiram para sua casa.

Tomar todos banho, saíram, compraram o jantar e foram para casa de Juliette esperar por ela.

Rodolffo dispensou a bábá.  Ele tomaria conta dos pequenos.

Pôs a mesa e ia começar a aquecer o jantar quando Ju chegou.

- Já fizeste o jantar? Questionou dando-lhe um beijo.  As crianças?

- Estão a brincar no quarto, respondeu mantendo-a no abraço.
Estou com saudades.

- Correu mal a noite?

- Depois conversamos.   Vai tomar um banho.   Eu aqueço o jantar.   Depois traz os pequenos.

Rodolffo ficava irritado com as insinuações.   Tudo bem que ele não contou, mas precisava ser assim?

- Ein!  Relaxa.  Não estou zangada contigo.   Quando quiseres,  se quiseres,  contas.

- Não tens fé  no que eu sinto por ti.  Isso é que me irrita.  Sinto que não vale a pena apostar na relação.

- Vou lá tomar banho para a gente não discutir.  Já volto.  Abre um vinho.

Juliette subiu e na realidade eu já estava chateado por saber que provavelmente um filho meu anda por aí e depois este descompromisso dela irrita-me a sério.

Pouco tempo depois desceram os três e eu servi as crianças.

- Tio, o Miguel hoje pode dormir de novo aqui?

- Depois resolvemos isso.  Agora vamos jantar.

As crianças tagarelavam e nós interagimos com elas mas pouco falámos entre nós.

- O jantar está muito bom.  Parabéns ao chef.

- Comprei no restaurante do condomínio.   Está muito bom.

- Meninos, terminaram?
Vão subir os dois, escovar os dentes e vestir o pijama.  Meia hora de brincadeira.  Depois vamos lá vê-los.

- Sim mamãe.

- Sim, mamã da Nônô.  Vou dormir aqui papá?

- Sim.

Os dois subiram e Rodolffo começou a tirar a mesa para lavar a loiça.

- Deixa que eu lavo.

- Eu não me importo.  Tu secas.

Rodolffo começou a lavar a loiça e Juliette abraçou-o por trás.

Ele não se manifestou e ela entrou na frente dele, e ficou entre ele e o lava loiças, continuando a abraçá-lo.

- Não penses que me vais ignorar o resto da noite.  Desculpa se às vezes pareço insensível.

- Não pareces, és.  Deixa-me terminar de lavar a loiça.

- Depois de um beijo teu.

- Só porque eu também estou com vontade.

Juliette levou o vinho e duas taças para a mesinha ao pé do sofá e logo Rodolffo se juntou a ela.

- Vamos deitar os nossos filhos.  Tenho muito para te contar.

Subiram para deitar os dois que ainda não estavam satisfeitos com a brincadeira.

- Amanhã é dia de escola.

Deram um beijo nos dois e desceram.

- Ju, o que vou contar faz parte do meu passado mas se for verdade pode interferir no meu presente.
Vou-te contar tudo.

Rodolffo contou da sua vida antes de ir para Portugal, da Telma e da hipótese dela ter tido um filho dele.

- E o que sabes dessa criança?

- Nada.  Só sei que ela nasceu e não viajou com a mãe.

- Assim vai ser difícil.   A amiga dela não sabe onde a criança nasceu?  Se foi num hospital ou noutra instituição?

- Não.  Foi isso que fui fazer ontem à noite na boate que eu frequentava, mas ninguém sabe.

- Nem a data provável do nascimento?

- A amiga dela disse que quando eu desapareci ela descobriu pouco tempo depois e ainda podia fazer aborto, mas ela não quis.

- Então estaria de pelo menos 3 meses.  Se terminou a gravidez podemos calcular o mês de nascimento.   Posso ver os nascimentos lá no hospital mas se foi noutro sítio é difícil.

- Ju, se eu encontrar essa criança vai alterar a nossa relação?

- Claro que não.  Eu não adoptei a Leonor?  Eu já amo o Miguel,  vou amar outra criança também.

E se ela foi adoptada?  Nunca saberemos.

- Eu estou angustiado.  Esta dúvida vai dar cabo de mim.

- Calma.  Vamos procurá-la os dois.

- Sabes? diz Rodolffo puxando-a para o peito dele.  É por isso que eu te amo.

Juliette fixou o olhar no dele e respondeu:

- Eu também te amo.

Os dois deram um beijo apaixonado.

- Vamos subir?  Hoje eu quero-te amar como minha mulher, namorada, amante, o que tu lhe quizeres chamar.

- Seremos um do outro.  Sem rótulos.

Dá-me um abraçoOnde histórias criam vida. Descubra agora