Acordámos na manhã seguinte já tarde.
Depois do café da manhã cada um foi fazer as suas obrigações. As crianças estavam de férias e com os avós.
Combinaram jantar todos juntos para contar a novidade a Leonor.
Rodolffo tinha encontrado uma casa que era ideal para a nova família. Só precisava da aprovação de Juliette. Não era muito longe e ficava num belo condomínio.
Rodolffo foi o primeiro a chegar a casa de Juliette e logo foi parabenizado pelos sogros. De seguida deu um beijo no filho e apertou Leonor num abraço depois de um beijo.
- Ai tio! Não me aperta assim.
- Desculpa.
Juliette chegou de seguida. Pediu para os pais ficarem com Miguel enquanto iam conversar com Leonor no quarto.
- Que foi, mamãe? Eu não fiz asneiras?
- Eu sei filha, mas eu e Rodolffo temos uma coisa para te contar.
Subiram para o quarto da Ju e sentaram-se todos na cama.
- Leonor, lembras-te quando a mamãe contou que eras adoptada?
Que não sabia quem era a tua mamãe nem o papai?- Sim. Fui abandonada no hospital e tu adoptaste-me.
- Então, hoje a mamãe descobriu outra coisa.
- O quê? Leonor estava a ficar impaciente e nervosa.
- A mamãe quer que fiques calma, mas descobri quem é o teu papai.
- Eu não tenho papai. Só a ti e o tio.
Ele me abandonou.- Não. Ele não sabia que tu tinhas nascido e quando soube ele te procurou.
- Sim. E depois?
- Ele já gosta muito de ti. E está bem pertinho.
Leonor olhou para Juliette e para Rodolffo que não conteve as lágrimas.
- Porque o tio está a chorar? Mamãe, o que foi?
- Leonor, o Rodolffo é o teu papai. Ele não sabia.
Leonor olhou para ele e não falou nada. Rodolffo segurou as mãos dela e puxou-a para um abraço e ela deixou-se ir.
- O papai te ama filha. Desculpa, mas eu não sabia que tinha uma filha.
Leonor deu um beijo na face de Rodolffo e Juliette e pediu:
- Mamãe, chama o Miguel.
- Porquê filha?
- Chama, por favor.
Juliette pediu para o Miguel subir e não estava entendendo nada.
Miguel sentou do lado de Leonor.- Miguel, lembras-te no primeiro dia de escola quando o outro menino te empurrou e eu fiquei de castigo?
- Sim. O que tem?
- Lembras o que é que me pediste?
- Lembro. Mas era o nosso segredo. Ninguém podia saber.
- Não é mais não. Agora podes dizer.
- Pedi para seres a minha irmazinha.
E tu aceitaste.- Pronto. Agora não é mais de mentira. Nós somos irmãos. O teu papai também é meu.
Eu e Ju olhámos um para o outro sem palavras. Abraçámo-nos os quatro e tentámos explicar da maneira mais simples tudo o que tinha acontecido.
Optámos por não contar sobre a Telma. Talvez no futuro.- Agora que tenho uma mãe, um pai e um irmão, não quero saber de ter duas casas. Isso é muito chato.
Mandámos as crianças descer para ficarem com os avós.
- A mamãe vai tomar banho. Já vou ter com vocês para jantar.
- Anda Miguel. Eles querem é namorar.
As crianças desceram e Rodolffo abraçou fortemente Juliette.
- Sou o homem mais feliz do mundo.
- Eu também sou muito feliz.
- Amor, amanhã vens ver a casa comigo? Eu quero comprar logo. Não vejo a hora de estarmos todos juntos.
- Mas já podes ficar aqui.
- Sim, mas tenho a sensação de que numa casa nova é como começar uma nova vida.
Queres ajuda no banho?- Nunca dispenso o que me oferecem, ainda por cima vindo dum gostoso.
- Gostoso, eu?
- Muito gostoso. Adoro me lambusar contigo. É como chupar manga.
- Por falar em chupar...
- Desiste. Tem muita gente em casa.
- Só um amor gostoso. E silencioso.
Felizmente as crianças eram barulhentas nas suas brincadeiras e não deixavam que o barulho que fazíamos chegasse até eles.
Depois de jantar os meus pais despediram-se e foram embora.
Combinámos que viriam passar o Natal connosco.As crianças estavam felizes e eu e Rodolffo, sentados no sofá olhávamos para eles com admiração.
- Amor, tu viste que eles já se consideravam irmãos? Realmente o sangue chama.
- Pois é. E ainda por cima era o segredo deles.
- Lembro até hoje do primeiro dia de escola. Eles a saírem de mão dada.
- E mantêm esse ritual até hoje.
- Que Deus os mantenha assim unidos por toda a vida.
- E a nós também. E que nos mande outros.
- Outros?
- Mais dois, queria eu. Tu não queres ter um filho, nascido de ti?
- Quero muito. Mas se não vier, sou muito feliz com o Miguel e a Leonor.
- Eu também, mas desejo ver esta barriguinha crescer.
- Só para me veres feia.
- Feia? Há lá coisa mais linda que uma mulher grávida?
- A Rita estava bonita?
- Amor...
- Podes falar. Eu não sinto ciúmes do teu passado. Ela era muito bonita.
- Tu também és. E eu gostava muito dela e sou grato pelo sacrifício que ela fez para o Miguel nascer, mas não se compara ao amor que eu sinto por ti.
Beijei-a com paixão e logo ouvimos uma salva de palmas e duas crianças às gargalhadas.
- Venham cá os dois.
Miguel sentou no colo de Ju e Leonor no de Rodolffo.
- Vocês dois estão felizes? perguntou Rodolffo.
- Muito disse Nônô.
- Mamã da Nônô, eu posso chamar de mamã também?
- Podes sim meu amor. Agora somos a Juliette e o Rodolffo, os papás de Miguel e Leonor.
- Pronto, estamos todos felizes mas são horas de cama. Os papás amanhã trabalham.
- Vamos, Miguel. Sempre tem alguém para estragar os rolês.
- Esta nossa filha está assanhadinha demais, diz Juliette sorrindo para Rodolffo e saindo atrás dos dois.
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Dá-me um abraço
FanfictionA história de duas crianças, nascidas em Países diferentes, mas com muito em comum. O destino encarregar-se-à de juntá-las.