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𝐀 𝐃𝐎𝐑 𝐄 𝐀 𝐂𝐔𝐑𝐀
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"Vamos lá! Conte-me — estou em pulgas e agulhas, amigo!", instiguei Theo a começar a falar. Ele se sentou na grama, fazendo com que eu o seguisse e, de sua bolsa, tirou um recorte de jornal, entregando-o a mim.

EX-COMENSAISA DA MORTE EXIGEM UM JULGAMENTO JUSTO

Depois de serem presos no início do ano passado, todo o Mundo Mágico foi surpreendido com uma nova petição particular; os Comensais da Morte declarados que aparecem na famosa lista de Pettigrew estão exigindo um julgamento justo para ditar suas sentenças, querendo que seus casos sejam verificados e estudados novamente em profundidade para tentar evitar uma vida inteira entre as paredes escuras de Azkaban. Será que esses condenados famosos, mas imensamente ricos, vão pagar por seus crimes ou o Ministério vai ignorar o que eles fizeram e devolver-lhes o almejado poder anterior? Tivemos acesso ao Departamento responsável por esse tipo de situação e eles prometeram a eles uma chance de se defenderem.

Pisquei os olhos, completamente surpresa.

"Mas eles já foram condenados! A maioria deles está em Azkaban com sentença de prisão perpétua."

A carta de Pettigrew, as marcas em seus braços e as testemunhas tinham sido a chave para pegá-los.

"Sim, mas o Ministério adora beijar o traseiro das velhas famílias de sangue puro", reclamou Theo, irritado. "Aposto que eles prometeram àquela cambada de canalhas corruptos uma boa parte de suas fortunas..."

"Você acha que ele vai tentar fazer uma dessas provas?", perguntei a ele, um pouco preocupado com a reação de Theo. Eu já sabia que a resposta era afirmativa, o maldito filho da puta do Sr. Nott estava desesperado, tentando voltar a ter suas posses e ser abusivo com seu filho. Theo havia me contado como aquele desgraçado tinha começado a se machucar dentro da cela, agora que não tinha meu amigo para usar como saco de pancadas quando estava furioso.

"Muito provavelmente", Theo bufou, longe de estar feliz. "Eu me informei que eles vão tentar se comunicar com suas famílias fora de Azkaban — aposto que o filho da puta do meu pai vai tentar entrar em contato comigo. Mas ele pode ir à merda."

"Sim, ele não merece nenhum pensamento seu", eu o apoiei, observando-o acender seu terceiro cigarro seguido.

Theo sempre tinha uma máscara de tranquilidade no rosto, mas, na realidade, ele era uma pessoa nervosa e que costumava pensar muito nas coisas que aconteciam ao seu redor. Essa foi uma das razões pelas quais ele começou a fumar: para acalmar aquela ansiedade faminta que o dominava de vez em quando.

"Estou aqui com você, amigo. Você vai se sair bem", murmurei, colocando minha mão sobre a dele.

"Eu sei", ele sussurrou, olhando para a água, franzindo as sobrancelhas.

Mesmo depois de todo esse tempo como amigos, eu sabia que Theo não se abriria completamente comigo.

A dor, tanto mental quanto psicológica, pela qual seu pai o havia feito passar por tantos anos também deixou uma marca em sua mente. Ele era incrivelmente autoconsciente em relação a suas emoções e sentimentos e tinha muita dificuldade em expressá-los em palavras — algo que muitas vezes o frustrava — e, mesmo sabendo que eu realmente falava sério quando dizia que sempre estaria ao seu lado, ele minimizava a importância de suas emoções para engoli-las sozinho.

"Tudo bem, chega de sentir pena de mim mesmo", ele explodiu, entregando-me o cigarro para que eu desse uma tragada. "O que vamos fazer amanhã?

"Vamos à festa da Lufa-lufa?" Dei de ombros, "Ficar bêbados, talvez?"

TOUCH THE STARS | George Weasley - PortuguêsOnde histórias criam vida. Descubra agora