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𝐃𝐎𝐂𝐄 𝐕𝐈𝐍𝐆𝐀𝐍𝐂̧𝐀
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Comecei a correr assim que ele começou a caminhar em minha direção, sem mudar de expressão. Meu corpo estava incrivelmente entorpecido e desconectado por causa do pânico e, por um momento, senti que o escritório de Dumbledore estava a séculos de distância de mim.

"Você não pode escapar de mim, Willow!", eu o ouvi se aproximando de mim, sorrindo com aquele sorriso diabólico dele. "Estou esperando por esse momento desde que você foi embora, sua vadia".

Fluke continuou me perseguindo, fazendo-me sentir que não havia como fugir dele. Parecia que o corredor não tinha fim, que ele iria me pegar de qualquer maneira e, assim como nos meus pesadelos mais sombrios, ele me teria novamente em suas garras e acabaria me destruindo, assim como havia prometido. Ele apareceu do nada e eu sabia que se ele me pegasse, me arrastaria de volta para o Inferno com ele.

"Eles estão vindo, você sabe?", ele disse, com orgulho, "Seu querido Dumbledore está a apenas um suspiro da morte e Bartô Crouch Jr está garantindo que todos nós tenhamos passe livre dentro deste seu lugar sagrado e imundo".

Tentei continuar correndo, ignorando suas palavras, ignorando o quão opressora e dolorosa era sua presença e fazendo o meu melhor para chegar ao escritório. Meu coração estava quase invadindo meu peito por causa da força que batia e meu cérebro agora agia mais por puro instinto e terror do que por razão e lógica. Queria me afastar daquele desgraçado o mais rápido possível e mesmo sabendo que poderia enfrentá-lo, o medo que ele provocava em mim era tão agudo, profundo e congelante que eu só conseguia tentar fugir.

A parte mais assustadora era a sua calma, o quão devagar ele andava, o quão sereno ele falava, o quão controlado ele parecia — como se tivesse certeza de que iria acabar me alcançando, como se soubesse que já havia vencido.

Corra, Willow. Pelo amor de Merlin, não pare de correr.

Meu corpo começou a doer por causa da fraqueza que eu estava, minhas pernas pareciam queimar por causa do esforço e ainda não sei como consegui colocar o ar dentro dos meus pulmões encolhidos.

Eu estava prestes a tocar a estátua dourada da Fênix que abria o escritório, sentindo o gosto da liberdade nas pontas dos dedos, pensando que, pela primeira vez, eu havia vencido, quando ele jogou mais uma de suas muitas cartas e truques.

"Ah, não, sua puta, você não vai embora tão facilmente", ele murmurou, apontando a varinha para minhas costas, "CRUCIO!"

Senti a mesma dor que me atingiu alguns meses atrás, na última vez que ele me torturou, me atingindo como um caminhão e me fazendo revivê-la tão forte e destrutiva quanto da primeira vez. Cada centímetro do meu corpo gritava de dor e eu não pude deixar de cair no chão, me contorcendo, tentando escapar dele, enquanto meus olhos observavam a estátua dourada.

Caramba, eu estive tão perto...

Eu ouvi sua risada maníaca quando ele começou a se aproximar de mim, tentei deslizar para longe dele enquanto minha garganta parecia estar se afogando em lágrimas, mas não funcionou. Fluke imediatamente puxou meu cabelo, me fazendo virar e me jogando contra o chão, enviando outra corrente de dor quando minhas costas bateram no chão frio e rochoso.

Ele abriu minhas pernas contra minha vontade e se ajoelhou entre elas, agarrando meu rosto com uma mão e colocando sua varinha abaixo do meu queixo para me ameaçar. Seu rosto carregava aquele sorriso nojento de superioridade e arrogância, mas seus olhos amarelos estavam cheios de ódio. A dor estava me cegando, mas eu ainda conseguia ver como seu aspecto havia piorado durante esses meses — agora ele parecia mais um cadáver ambulante do que um homem.

TOUCH THE STARS | George Weasley - PortuguêsOnde histórias criam vida. Descubra agora