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Me levantei e caminhei pelo quarto. Parei diante de um enorme espelho, maior que o meu. Olhei-me no espelho com curiosidade, não havia nem sinal da marca que antes habitava em minha testa. Minha pele estava pálida. Meus olhos voltaram a sua cor natural, preto. Meus longos cabelos negros estavam perfeitamente arrumados, como se alguém os tivesse penteado enquanto eu dormia.

Minha mente estava conturbada. Por mais que tentasse assimilar o que estava acontecendo, eu não conseguiria.

Uma agonia invadiu meu peito e uma enorme vontade de chorar tomou conta de mim, mas não consegui derramar uma gota de lágrima.

— Zoey Johnson... — murmurou uma voz.

Olhei ao redor do quarto, à procura da voz, mas não havia nada e nem ninguém.

Pronto. Agora eu também ouço vozes.

— Zoey Redbird... Siga-me ao seu destino... — murmurou a voz novamente.

Zoey Redbird? Não sabia que fantasmas erravam o nome de suas vítimas.

Tive a impressão de que a voz veio da janela.

Caminhei lentamente até a grande janela. Olhei para baixo e era pelo menos trinta vezes mais do que a janela da minha casa, isso porque eu nem conseguia enxergar o chão devido à escuridão da noite.

— Se pular não vai morrer, mas com certeza irá se machucar muito. — uma voz rouca ecoou pelo quarto.

Meus pés se desequilibraram e senti meu coração sair pela boca e quando estava prestes a cair, mãos grandes e firmes agarraram minha cintura me impedindo de despertar de uma altura de quase um arranha-céu.

— Sinto em lhe informar que viverá pelo resto da eternidade. — ele disse, olhando-me  nos olhos

— Eu não estava tentando pular — disse eu com um tom meio assustado

Ficamos nos encarando em silêncio enquanto ele ainda me segurava pela cintura, seu olhar era frio e sem vida, do mesmo jeito que vi na escola.

—Pode me soltar? — peço, desviando de seu olhar

Tom me soltou por alguns segundos como se fosse me deixar cair, mas ele me agarrou novamente. Meus olhos se fecharam e eu soltei um grito agudo. Abri os olhos vendo um sorriso latino nos lábios do trancado.

— Está maluco?

— Você quem pediu para que eu lhe soltasse — Um sorriso cínico se instalou em seu lábios

— Me ponha no chão, Kaulitz. — suspirei

Ele me pôs no chão e deu um passo para trás, como se estivesse me analisando.

— O que quer? —perguntei

— O que estava fazendo na janela?

— Só estava respirando um ar fresco — minto.

Ele me analisa por mais alguns estantes, mas logo diz.

— o conselho lhe espera, querem conversar com você sobre sua entrada na morada sombria. — ele se vira e caminha até a porta e eu o sigo.

Passamos por um longo corredor e paramos diante de uma enorme porta marrom com uma enorme caveira. A porta se abriu sozinha, liberando a visão de várias mulheres bastante elegantes e homens bem vestidos.

Eles me olhavam sem nenhuma expressão ou sentimento. Confesso que era meio intimidador, mas mantive a cabeça erguida.

— Por favor, entrem — Disse uma voz masculina.

Tom entrou sem nem hesitar, seus passos eram confiantes, seu olhar não demonstrava nenhuma expressão quando passou por mim. Eu apenas o segui em direção aquelas pessoas.

Marked-Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora