Sol em minha vida

Capítulo 10

Agora, Thales e Solange estavam tomando sorvete juntos, muito felizes por estarem uma na companhia do outro.

-Qual sabor você escolheu?-perguntou a moça puxando assunto.

-Escolhi cupuaçu e doce de leite e você?

-Chocolate e abacaxi com vinho-disse Solange fazendo uma brincadeira no final-Porque sou chique, meu bem.

Como reação,  ele sorri olhando para ela. Depois, sem perceber, inconsciente mesmo, começa a observá-la comendo, viu-a colocando a colher na boca com o sorvete e logo, a sua expressão de prazer por estar muito gostoso, de forma a fechar os olhos, por alguns segundos, de tanto deleite. Olhando isso, o rapaz pensou:

-Como ela é atraente comendo!

Porém, retomando o momento presente, Thales constrangeu-se de seus pensamentos, tanto que a amiga perguntou:

-Tudo bem, Thales?

-Sim, tô preocupado com um assunto pessoal-desculpou-se e mudou de assunto-Qual seu sabor de sorvete favorito?

Assim, passaram-se 4 meses e amizade e o vínculo entre os dois crescia cada vez mais forte. Essa situação estava ajudando Solange a se curar mais rapidamente. Já estava andando normalmente, apesar de algumas vezes, mancar.

Diante desse contexto, iniciava-se o 3º período da graduação, com o início da disciplina de Introdução à Psicanálise, que seria a favorita de nossa heroína ao longo do trajeto. O facilitador dela era um pouco baixo, mas apesar disso, era esbelto, altivo, formal e extremamente elegante com suas madeixas tingidas de louro natural, muito semelhante ao estilo Clodovil. Chamava-se Osíris.

-Minha gente, hoje é o nosso primeiro dia de aula, eu vou fazer uma breve apresentação do que vamos abordar no decorrer desse semestre, com a ementa e já deixo no  sigaa duas questões para vocês já irem refletindo sobre elas. Quero que vocês me entreguem até essa data marcada, ela servirá como nota de vocês somada à autoavaliação. O que é essa autoavaliação? É a nota que vocês irão medir o desempenho de vocês na disciplina, valendo de 0 até 2 pontos. Combinado? Alguém tem alguma dúvida?

Todos permaneceram calados, então, ele deu prosseguimento a sua enunciação:

-Então, ótimo, vou iniciar aqui, se surgir alguma dúvida pontual, vocês podem me perguntar no decorrer das aulas.

Dessa maneira, ele prosseguiu a aula, em um estilo germano-brasileiro.

No dia seguinte, Thales iria se encontrar com Priscilla para almoçarem juntos. No entanto, recebeu a seguinte mensagem alguns segundos antes:

Pri: amor, n vou poder almoçar com vc hj

Thales: o q aconteceu?

Ela pensa um pouco antes de responder e, em seguida, digita:

Pri: apareceu um trabalho de última hora na faculdade

Thales: ah, certo, então fica para a próxima.

Infelizmente, o rapaz havia ficado muito triste. Ele queria passar um tempo com sua namorada, mas não daria certo. Apesar de outras vezes, isso já ter acontecido quando ele não se importou muito, agora, já fazia um tempo que eles não se viam e parecia que o relacionamento deles já não estava tão bem como antes. Desde aquele dia da suposta traição, parecia que vivia altos e baixos com Priscilla e nada de estabilidade.

Para esquecer isso, o rapaz decidiu se concentrar no trabalho de Psicanálise, mandando uma mensagem para PH:

Thales: e aí, vamos fazer o trabalho?

PH: n, cara, tô com catapora

Thales: o q? Catapora n é doença de criança?

PH: n sei, só sei q tô com uma quebradeira no corpo e cheio de bolinhas vermelhas q coçam para um caralho, minha mãe disse q é catapora

Thales: q merda, cara

PH: pois é, alguém deve ter feito macumba pra mim 

Thales: eu ia te convidar pra fazer o trabalho, mas, pelo visto, n dá

PH: é, convida outra pessoa

Se eu sobreviver, vou falar com o prof pra fazer só depois

Nesse instante, Thales solta o celular, deixando-o em cima de sua mesinha de cabeceira e pensa: "Quem será que eu chamo pra fazer esse trabalho comigo?"

Enquanto isso, no apartamento de Solange, ela e as amigas conversavam na cozinha:

-Como vamos fazer o trabalho de Psicanálise?-questionou a primeira proprietária do imóvel.

-Solange, o trabalho é em dupla-declarou Josciele.

-O quê?-Solange ficara incrédula-Então, como vou fazer?

-Procure alguém-respondeu Haline-Tem muitas pessoas legais na nossa sala.

Aquilo, mesmo que parecesse bobo, deixou Solange extremamente triste, porque somado à outros sentimentos que estava passando, só fez aumentar o complexo emocional que se passava em seu interior, sentia-se extremamente rejeitada e excluída, apesar de, em verdade, não sê-lo. Então, reagiu, como era de seu costume para lidar com sentimentos negativos, retirou-se por algum tempo para ficar sozinha, deixando as outras meninas.

Dentro do quarto, a jovem jogou-se na cama chorando como uma criança ferida. Sentia-se extremamente só e era como se ninguém a amasse ou gostasse dela, parecia que não tinha amigos.

Assim, uma nuvem de pensamentos sombrios surgiam na sua cabeça, achava-se preterida.

Com compaixão, envolvia-a no meu abraço espiritual, era horrível ver minha querida filha chorando daquele jeito. Dessa forma, ela se aconchegou, sentindo-se melhor. Com isso, sua frequência se elevou e parou de chorar.

De repente, recebeu uma mensagem no celular, era Thales.

Thales: Oi

Seu rosto se iluminou e seu coração vibrou de alegria, respondendo:

Sol: Oi

Thales: como vc tá?

Sol: to bem, melhor agora e vc?

Thales: Tbm

Vamos fazer o trabalho de psicanálise juntos?

Solange, como reação, faltou desfalecer de felicidade, era muito melhor fazer o trabalho com Thales, porque ele era homem e sentia atração por ele, do que com suas amigas, apesar de gostar muito delas.

Assim, ela ficou tão feliz que até se esqueceu de responder o rapaz e foi logo saindo do quarto, pulando de alegria, deixando Josciele e Haline atônitas devido àquela mudança de humor repentina.

-Meu Deus, o que deu nela? Ha ha ha-comentou Haline

Nesse momento, Thales começa a ficar estranhando não ter nenhuma resposta da moça, mesmo ela estando online, decidindo ligar pra ela. Eles já eram superamigos, já tinham intimidade para isso.

-Ui, meu celular tá tocando- Solange sai de volta para o quarto.

Assim, ela atende, permanecendo nesse estado eufórico.

-Que é, Thales?

-Eu quero saber se você aceita ou não

-Eu já não te disse, homi, que sim

-Não disse nada não, mas tá bom

Nesse momento, Solange olha as mensagens, constatando que realmente não havia dito nada.

-Foi mal aí, Thales, achei que havia respondido.

Aquele dia era um sábado, Solange e suas amigas decidiram ir para um barzinho chamado 4 portas que ficava em frente à Margem. Lá, era um lugar à pouca luz onde os jovens conversavam e desenvolviam suas relações pessoais, ingerindo bebida alcóolica.

Por coincidência, qual foi a surpresa das 3 amigas, quando encontraram Thales numa mesa tomando cerveja com a namorada.

E aí, está curioso(a) para saber o que vai acontecer, não percam as cenas dos próximos capítulos!!!