Cap 6

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CHARLIE SPRING

-E ele simplesmente saiu? Sem dizer uma palavra? -Alice diz indignada.

-Eu mandei ele embora.

-Foda-se? Ele poderia ter dado um tchau ou sei lá. Nunca gostei dele mesmo. Fez muito bem de ter dado um fora nele.

-Eu posso continuar?

Ela deixa. Estamos sentados no chão do meu quarto em pleno sábado, Alice chegou na minha casa do nada dizendo que precisava saber das fofocas e disse ela que toda a escola está sabendo que o Nick salvou minha irmã quase congelando na rua. Ela me pediu desculpas pelo ocorrido na escola, confesso que já tinha esquecido.

Eu ainda estou de pijama contando tudo para ela e ela dando pitacos, o que me dificulta continuar com a história.

-É...ele foi embora. No outro dia amanheceu nevando e o Aled me ligou me chamando para ir para a cafeteria aqui perto, sabe? Eu aceitei, até aí tudo bem. Quando do nada Nick entra. Eu fiquei tipo o que?

Aled é meu amigo de infância, eu conheço ele desde que nasci, não me imagino sem ele. Só que nós vemos muito pouco.

-QUE? Ele não tem cara que vá a cafeteiras.

-ENTÃO! Mas tá bom. Ele sentou e não tinha me visto então fiz de tudo para não olhar para ele, continuei conversando com o Aled ele finalmente me viu, só que eu tentava o máximo não olhar para ele. Não deu muito certo, acabei encarando-o e ele acabou olhando para mim, a gente ficou na troca de olhares por muito tempo -eu me apoio na cama e olho para a janela na minha frente.

-E ele quebrou a troca de olhares e eu devo ter ficado muito vermelho. Ele ainda deu um sorrisinho e começou a mexer no celular.

-Eu matava -Alice dá essa incrível ideia.

-Continuando, aí ele começa a conversar com uma garçonete e depois de um tempo saiu e SEM PAGAR! Eu acho que a garçonete era amiga dele, mas porra eu tive que pagar. Depois de uns minutos eu e o Aled saímos e eu encontro o Nicholas FUMANDO NA ESQUINA! -Eu me exalto.

-OI?

-SIM. Ele começou a me seguir com os olhos e eu fiz de tudo pra não olhar para ele. O que era difícil já que não parava de me encarar. Bom o Aled que me disse.

-Ele não consegue te esquecer. -Ela começa a rir. -Você causa esse efeito nas pessoas.

-Que efeito?

-Para de se fingir de bobo. Ele ficou obcecado por você e nem vem de discordar comigo. EU VI!

-Eu também fiquei por ele. -Abaixo a cabeça colocando as mãos no meu rosto. -AAAH.

-Você supera -ela bate na minha cabeça. -Ele tava muito lindo quando salvou sua irmã? Tipo um herói?

-NOSSA DEMAIS! O CABELO MEIO MOLHADO SABE?

-Úmido, Charlie.

-Quando ele falou que eu estava só de cueca eu quis me matar, juro -eu jogo a cabeça para trás.

-QUE? COMO VOCÊ ESQUECEU DE CONTAR ESSE DETALHE?

-Eu tinha acabado de dormir umas dez horas seguidas, devia estar todo amassado e graças a Deus eu estava de blusa.

-Você ficou de pau duro né? -Ela ri e me empurra.

-QUE? NÃO.

-Calma aí, era brincadeira -ela ri mais ainda.

-Para de rir porra -eu mando.

Ficamos conversando por muitas horas, tomamos chocolate quente e ela comeu um sanduíche. Quando ela foi embora eu comecei a ler um novo livro.

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