Cap 7

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CHARLIE SPRING

                             3 dias depois
  Londres, Inglaterra.

-Ela está de castigo por isso Charlie, não se mete no que você não está sendo chamado -minha mãe diz colocando salada no seu prato.

-Ela é minha irmã, eu tenho direito de saber porque ela não pode sair comigo para tomar a porra de um sorvete -digo quase gritando, não sou de falar palavrão na frente da minha mãe.

-Olha a boca. Você não está com seus amigos não.

Eu olho para meu prato cheio e passo o garfo por cima do arroz, estou sem fome nenhuma.

Eu só perguntei para minha mãe o motivo da Tori não estar no jantar e nem poder ir comigo comprar sorvete de sobremesa, Jane, minha mãe, respondeu que Tori saiu para uma festa sem autorização dela e se não fosse pelo Nick ela estaria morta na rua.

Ela acabou descobrindo tudo com uma mãe de algum fofoqueiro da escola, eu também estou querendo saber porque ela demorou tanto para voltar do trabalho.

-Eu quase saio de casa para ir com Tori.

-Você não faria isso -Jane diz.

-Por que acha isso? Eu tenho direito já que minha mãe me abandonou em casa, não atendia minhas ligações e sumiu.

-Eu não te abandonei coisa nenhuma. Estava cheia de trabalho e não conseguia olhar o celular.

-Você podia ter avisado né? -Ela já está furiosa e agora largou o garfo e se endireitou na cadeira.

Ainda não comi nada, meu prato já está esfriando e eu ainda não estou com fome.

-Come logo essa comida, você não é mais criança para ficar de frescurinha!

Meu pai continuava quieto só comendo sua comida, ele sempre foi assim. Minha mãe podia falar o que fosse e ele não falava nada, eu posso contar nos dedos as vezes que ele interferiu em alguma briga. Não sei se é porque ele tem medo da minha mãe ou preguiça de brigar com ela.

-Eu não estou com fome -largo o garfo no prato e me levanto. -Tori não deveria ficar de castigo, você que foi uma mãe irresponsa...

-Não ousa terminar essa frase, Charlie-ela me corta.

-Ou o que? Vai me deixar de castigo também? -Eu sei que não deveria provocar ela.

-Sobe logo para seu quarto e leva seu prato, você vai comer sim e não apareça mais na minha frente hoje.

Obrigado, você me ajudou muito Jane. Eu subo para o quarto de Tori. Bato na porta algumas vezes e espero ela atender.

A porta se abre e ela está com um conjunto de moletom e descalça, com muitas olheiras profundas e um olhar triste. Eu odeio ver ela assim.

-Eu trouxe comida -estico meu braço com o prato cheio de comida. -Não entendo essa coisa de proibir o filho de jantar, é tão anos noventa.

-Obrigada Charlie -ela pega o prato da minha mão e respira fundo.

-Quer sair escondido para comprar sorvete? -pergunto animado.

Eu nunca fiz isso na minha vida, não sei onde estou com a cabeça de fazer isso.

-Tá frio lá fora. Está com previsão de nevar.

Me empolguei, eu amo neve. Eu amo natal, fim de ano, presentes... tudo. Sair na neve é melhor coisa do mundo.

-Eu não ligo, vamos por favor! -Ela me olha pensando seriamente em sair do calor no seu quarto e ir para o frio e neve que está lá fora.

-Espera eu comer e me arrumar. Quando eu terminar bato na sua porta, você sai pela sua janela e eu pela minha. Pode ser?

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