Cap 9

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NICHOLAS NELSON

8 anos atrás.
Massachusetts, Estados Unidos.

Falam que os pais são pessoas que devem te proteger a todo custo, te ensinar o melhor e sempre querer o melhor para você. Não importa quem você seja e te aceitem.

Só que isso não passa de uma grande mentira, isso é um estereótipo de pais que todos filhos sonham em ter e eu não tive essa sorte. Talvez só minha mãe seja como o estereótipo.

Meu pai chegou em casa bêbado todo agasalhado, não consigo decifrar se aquilo que ele está sentindo é raiva, calor ou frio. Diria raiva. Sempre é raiva, por qualquer coisa, não importa quem tenha feito, seja eu ou minha mãe, ele bate, fala coisas que me machucam e devem machucar mamãe também.

Ela está fazendo a janta, o cheiro está muito bom, deve ser sopa de legumes, minha favorita em dias frios. Ele entra e exala bebidas alcóolicas e raiva.

-Por que você está sentado essas horas, Nicholas? Nicholas, Nicholas...Você não pode querer descansar essas horas -ele bate no relógio de pulso. -Pensei que estivemos conversados.

O que seria conversados para ele? Seria me espancar mesmo sem eu saber o motivo? Seria me ameaçar? O que ele diria com isso? Eu passei o dia na escola pensei que poderia descansar alguns minutos, mamãe que disse.

Eu odeio meu nome porque ele fala muito e o jeito que sai da boca dele me dá arrepios. Eu o odeio.

-Eu já fiz tudo que voc... o senhor... mandou. -Darian, meu pai, cruzou os braços e eu sabia que deveria ter ficado calado.

Ele agarra meu pulso e me tira do sofá. Minha mãe vira e olha a cena, eu sei que ela queria me tirar dos braços dele.

-Tira suas mãos dele, Darian! -minha mãe me defende.

-VOCÊ FICA NA SUA, CARALHO -ele me empurra de volta para o sofá e segue até minha mãe com passos duros e furiosos.

-Não faz isso, pai por favor -eu imploro chorando.

Ele empurrou minha mãe no fogão e a panela caiu no chão junto a sopa que eu tanto queria e ela estava fazendo com tanto amor.

A sopa respinga nas pernas dela, eu vejo a pele ficar vermelha, ele queimou ela.

Eu odeio tanto ele, odeio mais quando ele machuca ela do que quando me machuca. Meu pai deveria me mostrar o que é o amor não o que é o ódio, eu nem deveria chamá-lo de pai, ele não é isso.

Eu começo a andar em direção a minha mãe, para conseguir tirá-la do braços dele.

-NICHOLAS VAI EMBORA! -meu pai grita empurrando minha mãe contra o fogão, eu vejo os cabelos dela pegarem fogo.

Eu não posso ver isso e deixar passar, não mesmo, não posso ver os cabelos que minha mãe tanto cuida e ama sendo queimados.

Odeio o jeito que ele pronuncia o meu nome, ele diz ele com raiva. Odeio meu nome por causa dele, minha mãe disse para mim que queria que meu nome fosse somente Nick ou Nicky, ele que quis colocá-lo assim. Isso me deixa mal, ele gosta de me chamar por esse nome, porque sabe que foi ele mesmo que escolheu.

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