NICHOLAS NELSON
-Você podia ter passado a bola, Nelson. -Harry diz batendo nas minhas costas.Eu quero tanto que ele pare com isso que podia pisar em cima da sua cara e seu cabelo feio. Eu só respiro e balanço a cabeça.
Esse treino foi muito estressante, eu só não conseguia pensar, organizar tantas coisas que passam pela minha cabeça. O medo que passa pela minha mente o dia inteiro. E que Charlie não sai um segundo da minha cabeça, ele parece ter desaparecido da escola, uma coisas que eu tenho certeza é que ele está me ignorando.
Na aula de história ele fica quieto, conversa as vezes com o garoto do lado, ele nunca está no armário o horário que eu estou e muito menos ele está no banheiro. Charlie parou de matar aulas e até de fazer suas necessidades somente para não me encontrar no banheiro ou nos corredores e eu sei disso.
Não sei se ele está fazendo isso por medo ou por ódio de mim. Eu não importo, já que amanhã tem umas das maiores e mais esperadas festas do ano e eu sei Charlie vai.
Eu me despeço de alguns garotos e vou andando até meu carro. De longe vejo duas pessoas correndo do estacionamento, o que eu acho estranho já que as aulas acabaram faz tempo e as únicas pessoas que ficam aqui são os jogadores de rugby por causa dos treinos.
-QUE? -Eu grito surpreso com a situação que meu carro está.
Meu carro está riscado nas laterais, alguns desenhos estranhos e algumas estrelas, eu acho que que desenharam um pênis. A algo escrito no meio de todo os desenhos. Que língua é essa pelo amor de Deus.
"Scoundrel." Eu não sei se aquilo foi escrito por uma criança de 10 anos ou por alguém que escreve em árabe, mas demorei muito para entender.
Eu tento respirar e não ficar bravo com aquilo, foi um filho da puta que escreveu isso para brincar com a minha cara. Eu sei que foi os dois que saíram correndo daqui.
"EU TE ODEIO CANALHA!"
Essas foram as palavras de Charlie, ele não pode ter feito isso, ele não. Ele nunca faria isso, eu sei que não.
Eu chuto algum pneu de qualquer carro tentando tirar essa raiva do meu corpo. Entro no carro e dirijo até o mesmo bar da noite que eu salvei Tori.
Eu preciso beber, eu preciso esquecer isso ou eu vou bater na casa do Charlie mesmo sem ter a certeza que foi ele. Todos na rua olham para meu carro, tentando entender como alguém teve coragem de fazer isso e tentando decifrar o que está escrito.
Assim que abro a porta o cheiro de bebida passa por mim, e tão forte que sinto que já estou bêbado. Está muito cheio, é sexta no final de tarde. Eu sei que estaria assim. Eu sento em um sofá de couro e chamo um garçom.
-Duas doses de tequila por favor.
-Senhor quantos anos você tem? -Ele pergunta sério.
Não pode ser, nunca me fizeram essa pergunta, normalmente eu aparento ser mais velho. Tudo está dando errado hoje, como pode?
-21 moço -eu minto.
Mesmo tendo minha identidade no bolso, não tenho falsa, nunca me pediram ela. Não demonstre medo nem nada do tipo, se controle Nick.
-Tem identidade aí?
Ele quer mesmo me ferrar, eu respiro tentando criar alguma desculpa para que eu possa beber logo e esquecer o meu carro riscado, que toda vez que eu olhar vou lembrar que eu sou um "Canalha."
-Não. Me desculpa, eu posso embora então.
Se faça de coitado, as vezes funciona.
-Eu preciso mesmo da sua identidade garoto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Somente nós.
FanfictionCharlie Spring começa mais um ano na mesma escola e já sabe que será a mesma coisa que todos os anos anteriores. Só que um garoto ruivo rodeado de garotas chama sua atenção. Nicholas não é o garoto gentil que ele pensa.