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—Que ideia de girico, hein? — murmurei ao perceber a ponte levantando.

— Eu disse que tinha uma surpresa, ó! — Tej respondeu com entusiasmo.

— Vou acabar ficando órfã de vez por sua causa. — Cruzei os braços, lançando um olhar acusador.

Logo depois, dois carros saltaram pela ponte. Um deles saiu da pista, o que garantiu a vitória de Brian.

Suki chegou em segundo lugar, logo atrás.

Assim que Brian saiu do carro, corri até ele e o abracei apertado.

— Isso aí! Bullet e Suki arrepiaram na ponte! — Tej exclamou ao se aproximar. — Acho que vou começar a cobrar entrada!

Tej entregou 10 mil dólares a Brian, que dividiu uma parte com um amigo.

Enquanto isso, me aproximei de Suki, que estava abaixada, inspecionando a frente do carro.

— Droga! — a asiática resmungou, e eu não contive o riso.

— Pelo menos ganhou daqueles dois idiotas — murmurei, e ela sorriu em resposta.

— Ei, aparece na oficina mais tarde com esse para-choque, vai lá pra gente dar um jeito... — Tej sugeriu, aproximando-se de Suki.

Revirei os olhos, cruzando os braços enquanto observava ao redor.

— Se liga, hein. — Suki se levantou, lançando um olhar desafiador para Tej. — Quem sabe eu apareça.

Antes de sair, deixou um beijo na bochecha dele, arrancando um sorriso satisfeito.

— É a polícia! Polícia! — alguém gritou, e a sirene confirmou a confusão. Em segundos, todos começaram a correr.

— Vem, Little Bullet! — Suki abriu a porta do carro e me chamou.

Pensei em Brian por um momento, mas sabia que ele era esperto o suficiente para se virar sozinho. Sem hesitar, entrei no carro e fugimos dali.

Chegamos à garagem do Tej, onde Suki estacionou o carro.

— Será que ele vai demorar muito? — perguntei, olhando para fora, na esperança de ver Brian aparecer.

— Fica tranquila, estamos falando do Brian. Ele vai ficar bem. — Suki tentou me acalmar, puxando-me para longe.

Passei a noite com ela, esperando por Brian, mas ele não voltou. A cada hora, a preocupação crescia.

— Desencana! Já já ele aparece, gatinha. — Tej comentou ao passar por mim, usando um traje todo branco acompanhado de um chapéu.

De biquíni, Suki e eu nos sentamos para assistir à corrida de Tej, dessa vez na água.

— Tá ficando muito bom. — Murmurei, admirando o caderno de desenhos que ela me mostrou.

— Aí, Tej Parker! — Brian apareceu, e eu respirei aliviada. — Esse é Roman Pearce!

Os dois homens se cumprimentaram com entusiasmo.

— E aí, Suki? — Roman cumprimentou a asiática.

— Qual é, gatinho? — ela respondeu, sorrindo.

— Sum... — Brian me chamou, vindo me abraçar.

— Fiquei preocupada com você. — Murmurei, apertando-o com força.

— Como saiu de lá? Procurei por você, mas não te achei. — Ele separou o abraço, segurando meus ombros.

— Vim com a Suki.

— Valeu, Suki. — Meu irmão agradeceu, e ela sorriu de volta.

— Que nada! A Little Bullet já é minha amiga. Fica tranquila!

Quando me sentei novamente, Roman se aproximou com um sorriso caloroso.

— Rome... — murmurei, abraçando-o. — Senti sua falta, irmão.

— O que aconteceu com os seus cachinhos? — Ele bagunçou meu cabelo, notando que estava liso. — Também senti sua falta, fedorenta!

— É chapinha, lindo. Assim que molhar, os cachinhos voltam. — Sorri, e ele beijou minha testa.

Fui adotada pela família de Brian quando tinha três anos, o que fez com que eu crescesse ao lado dele e de Roman. Mas, quando Brian entrou para a polícia e Roman foi preso, acabamos nos afastando.

Tentei visitá-lo algumas vezes, mas Brian me impediu, dizendo que aquilo não era lugar para uma criança.

Eu tinha quinze anos! Já não era mais criança!

— O que essa tatuagem em mandarim quer dizer? — Roman perguntou, apontando para uma das minhas tatuagens.

— Nãote.

— Nãote? — Ele arqueou as sobrancelhas.

— Não te interessa, idiota.

A resposta arrancou risadas de todos ao redor.

— Ei, Tej! Ele vai ficar na cidade por um tempo. Será que dá pra ele usar o barco? — Brian perguntou.

— Qual é o problema com o seu muquifo? — Tej questionou.

— Nenhum. Só não quero ele lá. Tem péssimos hábitos. — Roman respondeu antes de Brian completar:

— Além disso, a Summer está comigo, e não tem muito espaço.

— Ah, a Summer? — Tej sorriu, malicioso. — Ela pode ficar comigo, e seu amigo fica com você.

— Sonha, pretinho! — Respondi, rindo.

Nos aproximamos de Jimmy, que inspecionava dois carros desconhecidos para mim.

— Esses carros estão cheios de grampos eletrônicos — anunciou Jimmy.

— Já que é mecânico, por que não tira logo isso, compadre? — Roman perguntou, e eu olhei para Jimmy, curiosa pela resposta.

— Vou tentar, mas não é moleza, cara!

Tej se aproximou com Suki.

— Onde arranjou esse Skyline, hein? Onde você tem andado, meu parceiro? — Tej perguntou a Brian.

— São maneiros. — Suki comentou, e Jimmy concordou.

— Estão tão grampeados que quem fez isso vai saber até quando você não usar cinto de segurança!

— Faz o que puder, Jimmy. — Brian pediu, e ele assentiu.

— Deixa comigo!

Enquanto isso, Brian comentou com Roman:

— Tá vendo aquele Cadillac do outro lado da rua?

— Tô.

— Tão seguindo a gente desde a casa do Verone.

Quando os dois se preparavam para sair, segurei a manga da camisa de Brian.

— Pra onde você vai?

— Não posso te contar. Não quero te meter em furada, Summer. — Ele respondeu, segurando meus ombros.

— Promete que vai voltar em segurança?

— Prometo que vou tentar. Te amo, fica bem. — Deixou um beijo na minha testa antes de sair com Roman.

— Saco! — resmunguei.

— Vem, lindinha. Fica aqui com a gente! — ouvi Suki me chamar, e sorri, indo até ela.

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MINA RALÉ - TEJ PARKER Onde histórias criam vida. Descubra agora