Adrian Giggs e o apóstolo de Jade

1- Transformo um esfregão em uma lança

Quando tudo isso começou eu tinha uma visão completamente diferente da qual eu tenho hoje. Eu achava que o mundo se resumia naquele ciclo repetitivo de pessoas, locais, situações, e por aí vai. Deste modo, eu nunca pensei que a magia era real e que ela podia me ajudar, mas acredite ou não, ela é! Toda a minha jornada me ensinou que até mesmo aqueles que são fracos e desprezíveis aos olhos dos outros podem se tornar heróis com o empurrãozinho da própria vontade e determinação, claro, sem esquecer-se dos bons amigos. Mas antes de contar o auge, é necessário contar como tudo começou, não é? Afinal, nada disso teria acontecido se eu simplesmente não tivesse ido para a aula naquele dia. Prazer, meu nome é Adrian Giggs e eu vou contar a história de como eu vivi os meus melhores e os meus piores momentos!

Aproveite.

O melhor momento do dia é quando se dorme. Concorda comigo? Não? Olha, dormir faz com que a gente possa sonhar e descansar da rotina estressante e cansativa de sempre, pra quando acordar, viver o mesmo dia novamente. Talvez seja na maioria das vezes assim, até que, boom! Um misterioso pesadelo surge do fundo do seu subconsciente! Pois é, foi assim que eu me senti naquela hora.

Eu estava preso em correntes, mas não era capaz de nem mesmo ver meu corpo, o que foi um alívio, ao menos o pesadelo fez questão de evitar a minha decepção em ver aquele corpinho magricela. O local não era de costume, mas bem, era um sonho? Tudo nele era repleto de jade, desde o chão até as paredes, o teto, até mesmo as tochas brilhavam em cor verde, como se tudo fosse feito de jade. O pior não era nem isso, em minha frente havia um trono feito também de jade, seus adornos eram de ouro e havia as mais diversas pedras preciosas incrustadas nele mas eu não consegui identificar quase nenhuma, eu sou burro tá bem? 

A voz que eu ouvi foi à parte realmente arrepiante. Passou pelos meus ouvidos num sibilo odioso como se fosse uma serpente e senti todos os meus pelos eriçarem como se não houvesse nada que eu pudesse fazer para fugir ou correr, mesmo que fosse o que eu mais quisesse. Ouvi algo metálico, algo como uma corrente que estava se arrastando pelo chão daquele salão de jade. Tentei virar minha cabeça em direção ao som, mas novamente, falhei, pois é, quem diria?

Quando aquilo se sentou no trono pude ter uma boa visão do que era, e foi amedrontador:

Era um homem de pelo menos quase dois metros com inúmeras espadas perfurando o seu corpo violentamente, eu não consegui acreditar ou imaginar como ele estava vivo. Rapidamente o homem tirou uma das espadas de sua garganta, fazendo jorrar um sangue escuro e viscoso, que nem parecia sangue.

— Você é Adrian Giggs? — Perguntou com a voz áspera e dolorida.

Então você deve estar pensando que por eu ter descrito ali atrás que eu seria um herói eu agi com coragem e respondi como um verdadeiro herói diria? Então, claro que...

— N-não! Q-q-quem seria esse, senhor? Eu nunca o vi em toda minha vida. —Claro que não, me acovardei, pois é.

— Preciso que me encontre, garoto, você tem aquilo que eu preciso, venha até o castelo de jade e me devolva o que é meu.

— Moço, eu não sei de nada disso, eu sou apenas um estudante, por favor, me solta.

Eu estava desesperado, não entendia nada do que tava rolando, e tudo que eu queria era forçadamente tentar acordar, mas toda hora que eu tentava, sentia meu corpo pesar, como se tivessem agulhas perfurando as minhas costas e aplicando pressão.

— Me encontre, e tudo fará sentido para você, Adrian Giggs... — O que poderia fazer sentido?

— Por favor, me deixe ir! — Implorei chorando.