Ficamos na mesma situação por cerca de dois dias. Bombur me visitava todos os dias onde conversamos por hora, e ao mesmo tempo ele me ensinou a como acessar e usar os presentes que ele me deu. Soube como usar o celular, o notebook, o smartwatch e ele me deu cerca de dez mil dólares. É um ótimo dinheiro, poderíamos ficar hospedados num lugar melhor e de certo modo, mais seguro. No entanto, pensava em já usar esse dinheiro para barganhar.
Não falava com Yonie e nem com Serena, e obviamente nem eles comigo. Eu queria, mas depois da revelação de Bombur eu comecei a ligar todos os pontinhos, e de repente tudo fazia sentido pra mim. Eles sempre queriam ficar sozinhos, sempre queriam conversar sozinhos, sempre pediam pra ficar sozinhos, mas adivinha quem não deixava eles ficarem sozinhos? Além disso, eu tinha afastado a Serena do seu incrível momento de se declarar para ele, e ela por ele, e eu ainda fui lá e fiz isso aí. Fiquei obviamente me sentindo um lixo, pensando em como resolver a situação, mas talvez a resolução desse problema não fosse acontecer exatamente agora. Eu estava junto de Bombur naquele momento, ele era um cara legal e de personalidade forte. Inevitavelmente, eu já estava me preparando para ir embora. Ele preparou uma desculpa perfeita: Já estava pronto para me entregar para os elfos, quando infelizmente eu consegui escapar usando meus poderes dracônicos (decidimos que por proximidade dos resultados, eu seria um dragão de água), e que eu teria inundado completamente tudo, causando estragos, mas que foram corrigidos rapidamente.
Já estava com tudo que eu precisava. O relógio em meu pulso direito, o mesmo que tinha o meu anel, a lâmina das mil penumbras. Eu gostava demais da espada que Balmared me fez, não estava disposto a sacrificá-la. Juntei em uma mochila alguns pertences como comida, dinheiro, o notebook, mas não precisei de mais nada. Minha calça e minha camisa já serviam para a missão perfeitamente. minha calça tinha cerca de dois bolsos, onde em um deles estava meu celular novo, que por sinal era ABSOLUTAMENTE INCRÌVEL, e além disso, minhas roupas tinham se modificado para que eu fique bem camuflado entre as pessoas. Minha camisa agora tinha se moldado para virar também um sobretudo com capuz, onde eu iria utilizar para me mover sem ser notado.
Com tudo isso pronto, agora já era hora de enfim conseguir sair devidamente. Bombur disse que iria mandar Yonie e Serena se aprontarem, e que deveríamos nos encontrar no portão sul. Foi assim que eu encontrei meus amigos pela primeira vez em dias, Yonie me deu um sorriso e Serena ficou quieta, não me olhou nos olhos. Isso me deixou bem triste no momento inicial, mas talvez fosse merecido.— Certo, Adrian, Bombur me falou que você tem um celular com você!
— Sim, isso aí.
— Pode me passar? Vou ligar para minha prima.
E assim eu fiz, Yonie digitou um número e logo estava conversando com a prima dele. Falaram alguma coisa sobre se encontrar, Starbucks, conversas, amizade, mas ele parecia levemente incomodado com algo. Deu uns olhares meio desviados, desligou e então me devolveu.— E aí? — Disse Serena.
— Claire estava com... Alguém...
— Um namorado?
— Não, uma namorada, eu acho, e bem... Elas estavam... Sabe?
— ... Não, não creio. — Serena estava desacreditada.
— Eu não precisava ouvir o que eu ouvi.Tirando o trauma de Yonie, a surpresa de Serena e a minha não muito boa impressão inicial, nós partimos juntos. Ao atravessar aquele portão entramos em um outro elevador, e novamente estávamos em Miami após alguns minutos subindo.
Fora isso pedimos um táxi e o caminho foi normal, não conversamos muito e eu estava desenhando no meu celular. Serena olhou bem irritada, afinal, era ela quem estava do meu lado. Yonie não deve ter visto, Serena não fez nada para se opor aos meus desenhos. Quando o carro nos deixou em frente a um Starbucks perto da praia, era por volta de dez horas da manhã. A minha dita melhor amiga me deu um cascudo na cabeça, e tomou meu celular.— Adrian, os elfos rastreiam esses celulares.
— Me devolve! — Gritei, irritado, tentando pegar da mão de Serena.
— Não, eu não vou, temos que destruir isso!
— Ei, vocês dois, parem. — Disse Yonie, me devolvendo o celular. — Bombur quem projetou, não foi? Ele deve ter pensado em tudo antes de entregar pro Adrian.
— E foi justamente o que ele fez! — Exclamei. — Poxa, Serena, você TALVEZ devesse usar um pouco a lógica.
— Deveria? Pois bem! Estou voltando para Nova Safra, cuidem dessa missão vocês dois.
— Vai lá então, não preciso de você!
E então Serena simplesmente saiu de lá andando, indo embora, com uma irritação devidamente demonstrada em forma de xingamentos verbais e gestos bem ofensivos que não precisam de descrição. Eu devolvi com mais xingos e gestos, mas não sigam meu exemplo, é feio e errado.
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Adrian Giggs e o apóstolo de Jade
AdventureAdrian Giggs é um garoto de dezesseis anos que deseja ser quadrinista nos estados unidos. Vivendo uma vida não tão pacífica, descobre um novo mundo escondido abaixo do nariz de todos, entre eles, dentro e fora da vista comum. Ao descobrir que sua vi...