Mal conseguia enxergar naquela confusão, você sentia seu coração querendo saltar pela boca. O mundo parecia ter parado e tudo o que se ouvia eram gritos e alunos desesperados saindo de suas salas de aula. Aquilo era mesmo real? Sangue? A princípio , você pensou se fosse apenas um trote idiota do terceiro ano. Mas não, estava de fato acontecendo.
O dia já havia começado de maneira estranha, uma angústia e tristeza que não te abandonavam desde que pisou fora da cama. Sua mãe até permitiu que você faltasse às aulas, mas você não queria passar um dia inteiro sem ver seus amigos. As aulas estão quase acabando, e talvez você não vá para a mesma universidade que eles.
— Não olhe para trás! — Gritava o garoto de cachos ruivos enquanto puxava a mão de Stan, um colega com quem você havia conversado algumas vezes uma delas, inclusive, quando o protegeu da sua irmã, Shelly, de quem ele tinha medo desde criança.
— Onde está o Eric? Não podemos sair sem ele! — O loirinho, um pouco mais baixo que você, estava desesperado. Você só o puxou pela mão, impedindo-o de ficar para trás.
— Não temos tempo!
Lágrimas rolavam pelo rosto do garoto enquanto ele deixava você o conduzir.
Aqui estava você, Aiko, tendo sua aula interrompida por um tiroteio na escola. Isso já havia acontecido uma vez antes. A sensação que você tinha era de que os adolescentes estavam cada vez mais frustrados com suas vidas miseráveis e, de alguma forma, descontavam o ódio cometendo atos violentos contra pessoas inocentes.
Você olhou ao redor e não viu Shelly nem Kevin, vocês costumavam andar juntos, desde o ensino fundamental. Vocês se aproximaram logo que você se mudou para South Park. A vida na Califórnia nunca foi fácil para você. Na sua antiga escola, você costumava ser alvo de bullying por parte de colegas que pareciam ter certo preconceito por você ser filha de japoneses.
— Foram duas vítimas, mas não sei quem são — disse um simpático britânico, Pip, enquanto corria ao seu lado. Vocês são melhores amigos, você foi a primeira e única pessoa que conversou com ele desde que ele se mudou para a cidade.
— O Michael não estava com você? - Você perguntou, olhando ao redor enquanto corria.
— Ele me disse que trancaram a porta de saída. Ele foi com alguns colegas tentar arrombá-la - explicou.
— Não vamos morrer, certo, Aiko? — O loirinho que você segurava pela mão buscava algum conforto.
— Não vamos morrer, eu prometo — você quis dizer aquelas palavras com toda a sua força. Mas era difícil ter certeza. A única certeza que você tinha é que estava preso com os assassinos dentro de uma imensa escola. Cada segundo parecia o último.
Ao virar o corredor, avistou Tolkien, que apontou para uma sala vazia, mandando todos entrarem. Sem hesitar, você agarrou o braço do britânico e puxou o loirinho assustado com você. Juntos, se abaixaram embaixo da mesa do professor, procurando abrigo e esperando que o perigo passasse.
Enquanto Pip tentava desesperadamente pedir ajuda pelo celular, você abraçava o loirinho, tentando acalmá-lo. Seu coração apertava ao pensar nas consequências emocionais que esse terrível evento poderia trazer para ele. Sabia que essa experiência certamente geraria um trauma difícil de reverter no futuro.
Você tentou manter a calma enquanto as sirenes ecoavam ao longe, a espera de uma ajuda que parecia nunca chegar. No silêncio tenso da sala, só se ouvia a respiração ofegante dos três. A adrenalina corria pelo seu corpo e o medo se misturava com a incerteza do que poderia acontecer a seguir.
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One Shots | South Park | Female Reader ✓
Hayran Kurgu"𝘝𝘰𝘤ê 𝘴𝘢𝘣𝘦 𝘲𝘶𝘦 é 𝘮𝘪𝘯𝘩𝘢 𝘧𝘳𝘢𝘲𝘶𝘦𝘻𝘢." Em uma cidade montanhosa no Colorado, a filha do prefeito, que antes fazia parte de uma gangue japonesa, juntamente com seus amigos, lidera um perigoso e clandestino esquema de tráfico de órgã...