Just Friends

Ciúmes.

Bruno

Depois de um longo dia de gravações, restam na casa eu, Camila, PH, Thomaz e Aila. É a noite de lançamento do novo prato da Cams no Paris 6, e eu queria estar lá por ela nesse momento especial. O resto do pessoal acabou por não poder ir, porque a data foi modificada de última hora, mas tenho fé que vai ser uma noite interessante.

Me encosto no carro, enquanto PH coloca uma música no rádio, já sentado no banco do motorista. Estou prestes a questionar a demora dos outros três, que estavam se arrumando, mas então vejo o ícone do perfil de Aila no Instagram, indicando um novo story. Não me preocupo em esperar um pouco para abrir, pensando ser uma foto sua, mas o que encontro é um pouco mais que isso.

Camila, Aila e Thomaz em um boomerang em frente ao espelho perto do banheiro da balada. Thomaz está com os braços ao redor das duas garotas, e mesmo que não deva, um incômodo surge em meu peito. Não é por ser ele, mas pelo fato de que eu não estou falando com ela.

Aila também acrescentou como legenda: "Dinner Night". É bem a cara dela, esses storys conceituais e cheios de preparação. Nada como os que eu posto dela distraída.

— Meu Deus, estamos atrasados. – Camila pronuncia, assim que chegam a garagem.

Solto uma risada de escárnio.

— Thomaz, vai no meio? – Aila pede, abrindo a porta depressa e passando por mim, como se eu fosse um fantasma.

— Claro... – ele diz.

Mas eu não o dou esse tempo. Quando ela entra, já estou logo atrás e garantindo meu espaço entre os dois. Camila entra no banco do passageiro e Thomaz vem logo atrás de mim.

Aila solta um longo suspiro, e o carro dá partida. Olho para meu amigo, que pergunta o que deu em mim, mas ignoro.

Desço meus olhos para o celular no colo da garota ao meu lado, e noto as mensagens dos fãs que viram sua publicação recente. Há vários elogios, e muitos comentários sobre a sua intimidade com Thomaz, claro.

— Parece que os fãs estão mesmo animados com Aitho né? E vocês adoram dar mais motivo. – provoco, mas finalizo minha frase olhando para o garoto.

Eu achava muito engraçado que ele reclamasse tanto dos dilemas de seu relacionamento, e até mesmo dos fãs que passavam dos limites, mas não perdia a chance de dar um gostinho de dúvida para eles ou até mesmo para Gi. No fim, eu o respeitava por amar o cara, e por ele ser meu melhor amigo. Agora especificamente, eu não ligava para respeito, só queria irritar Aila um pouco mais. Se ela quisesse ficar com a cara virada para mim, que fosse por um motivo bom.

— Olha quem fala, o que você não faz por um biscoito? – Aila se defende.

— Forço casal. – murmuro, com um sorriso cínico, encarando a paisagem.

— Cara? – posso sentir o olhar de Thomaz sobre mim.

— O que tá rolando aí? – Camila pergunta, com uma risada nervosa.

— Eu não forço casal nenhum. – Aila gospe as palavras.

— Eu não disse que força.

— Mas quis dizer isso. – ela cruza as pernas.

— Você não pode dizer o que eu quero dizer ou não, Aila. Ainda mais se não quer nem me ouvir falando qualquer coisa.

— Namoral, Bruno? Deu, né? – PH chama atenção, me lançando um olhar significativo pelo retrovisor.

Engulo a seco. Philipe não é de cortar ou ser grosso com ninguém, então talvez eu esteja passando um pouco dos limites. Mas ainda sim, acho que alguém precisava entender o meu lado.