Confiança.

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Oii pessoal. Tenho nem cara lavada de aparecer aqui, mas eu realmente estava sem criatividade e muitas vezes sem tempo pra escrever, então a única coisa que posso pedir é desculpas 🤞

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Aila

Não costumo beber tanto assim, ao ponto de ficar de ressaca e tudo mais. Ontem, no entanto, eu estava feliz. Queria extravasar, fazer tudo que tinha vontade. Estava grata.

Hoje, tudo ficou cinza.

- Ele precisou ir - diz Camila para todo o grupo. Sua voz é firme, mas há um toque de preocupação. - Não é nada super sério por enquanto, mas ele sentiu que precisava ver a irmã, e eu que não ia impedir. Ele saiu cedo, mas pediu para que vocês curtissem a viagem do mesmo jeito nesses dias que faltam. - Ela olha para cada um de nós na mesa do café da manhã, mas, no final, se fixa em mim. - E disse que ama vocês.

Ergo as sobrancelhas, soltando uma risada curta e sarcástica, que chama atenção de todos. Meu rosto fica quente, e então volto a prestar atenção no meu achocolatado.

Ama? Até parece. Eu não devo estar incluída em "todos". Simplesmente acabamos de começar algo, eu praticamente me entrego para ele, passo pela barreira de enfrentar os sentimentos de um dos meus amigos mais antigos, conto para todo mundo sobre nós dois, pago de idiota na frente dele e sou obrigada a escutar que "ele não me quer dessa forma". E ainda resta ousadia nesse garoto para ir embora no dia seguinte sem aviso prévio ou despedidas?

Honestamente, ainda bem que não dormi com ele. Pelo menos nisso, ele pensou. Considerando que provavelmente já estava planejando ir embora, se isso tivesse acontecido, tudo estaria pior. Estou preocupada com Bianca também, é óbvio. O que só me irrita mais, já que eu tinha o direito de saber sobre. Bruno deveria ter confiado em mim, primeiramente como melhor amiga dele, e depois como sua quase alguma coisa.

- Você tá bem? - pergunta Luís, sentado ao meu lado. O lugar que o Bruno deveria estar.

Olho para ele e forço um sorriso.

- Claro.

- Ele não queria que ficasse chateada.

Reviro os olhos, sentindo a frustração aumentar.

- E como é que você sabe?

Luís suspira, passando a mão pelo cabelo de forma nervosa.

- Ele falou comigo.

Dou uma risada amarga e encaro Luís com intensidade.

- Vocês dois? - Minha voz é uma mistura de incredulidade e raiva. - Você sabia que ele ia voltar pro Brasil, Luís?

Ele hesita, desviando o olhar antes de responder.

- Eu... fiquei sabendo ontem à noite, mas não era um direito meu te contar.

Sinto a raiva borbulhar dentro de mim, e minha voz sai mais fria do que eu pretendia.

- Ah, claro. Você nem estava falando com ele, sugeriu que eu e o Bruno não daríamos certo, e no fim, descobre o segredo antes de mim? Ótimo, realmente, vocês dois são ótimos amigos.

Termino de comer e beber o achocolatado, e então sinto meu rosto inteiro se aquecer novamente, mas não é vergonha, e sim vontade de chorar. São muitas informações ao mesmo tempo, e minha cabeça não está pronta para nenhuma delas agora.

- Ailinha, onde você vai? - Junia pergunta assim que me levanto da mesa.

Paro de andar, tentando controlar minha fala.

- Eu não vou sair hoje, gente - digo, me virando devagar, uma lágrima parada em meu olho.

Encaro o rosto de Camila, esperando alguma compreensão. Jean é o primeiro a levantar, me analisando por completo, mas não vem até mim, apenas balança a cabeça e coloca sua caneca no balcão com certa força.

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