It's Just Me and You

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Jungkook's P.O.V

02:14
Wednesday, 07, April.

Os gritos machucam minha garganta. Sacudo os braços, mas a sensação de estarem embrulhados me agonia, e não consigo me livrar do tecido. Não consigo mexer as pernas, tem um peso em cima de mim.

Não vejo nada. Está escuro. Está frio. E por um longo tempo, o único som são os gritos apavorados saindo do fundo do meu peito.

Mas então ouço meu nome. Um chamado desesperado entre minhas súplicas terríveis.

– Jungkook!

O peso aumenta, e de repente meus braços estão presos também. A voz se torna mais próxima.

– Jungkook, abre os olhos! Abre os olhos!

Eu os abro.

Sempre foi fácil reconhecer Jimin. O conheço como conheço a mim mesmo, suas características são tão familiares quanto é me olhar no espelho.

Mas seu rosto demora muito tempo para tomar forma, sobrevoando acima do meu. Continuo lutando para me soltar até perceber que não é uma face sem olhos e uma bocarra, mas sim o rosto humano e preocupado do meu melhor amigo.

Ele segura meus braços ao lado da minha cabeça, seu peso prende minhas pernas contra o colchão.

Sempre foi fácil, mas agora ele me segura. Porque se dependesse da minha capacidade falha de reconhecê-lo facilmente, não seria só preocupação a manchar seu rosto.

– Olhe para mim. – Sua voz é baixa, mas firme. – Olhe para mim, Jungkook.

Me forço a encontrar seus olhos, torcendo os punhos para me livrar do aperto. É tão difícil respirar, e está apertado... Mas Jimin segura mais forte.

– Sou eu. – Ele está sério, o olhar cravado no meu rosto. – Olhe para mim. dita porque não consigo parar de tentar livrar meus punhos de seu aperto, olhando para onde as mãos dele me prendem, com o mesmo desespero que meu peito sobe e desce, em pânico.

Então eu paro. Engolindo ao me voltar completamente para o rosto de Jimin, não consigo forçar minha respiração a desacelerar.

– Solte a faca.

– O quê...? – Um sussurro fraco; sem fôlego e perdido.

– Solte a faca. – Não há qualquer flexibilidade na voz, e é isso que me faz abrir a mão direita.

Um estampido metálico soa ao lado da cama quando o objeto cai da minha mão. Não me lembro de ter uma faca comigo, mas tenho uma vaga ideia de como foi parar ali.

– Sabe quem eu sou? Está me vendo? – questiona, e gostaria de estar tão calmo quanto Jimin parece estar, embora a seriedade em sua voz esteja colocando as rédeas de volta em meus impulsos descontrolados.

– Ji... – ofego, sem fôlego.

– Não há mais ninguém aqui. Ninguém pode te machucar. – promete ele, firme como aço, a luz amarelada do abajur na cômoda ao lado faz sombras em seu rosto sério. – Está tudo bem. Você está bem.

Um choramingo quer escapar da minha garganta dolorida, mas Jimin repete mais uma vez. E mais uma. E mais uma. Até minha mente estar toda de volta à realidade.

Sob seu aperto, eu relaxo. Meus punhos param de tentar lutar, as pernas não mais se mexem como se precisassem fugir.

Montado em mim vestido com uma camisa cinza com um cheiro que não é o dele, Jimin afrouxa as mãos me segurando. Quando vê que não vou lutar, solta de vez meus punhos. Olha por cima do ombro com um suspiro exausto, mas aliviado.

Love is a SinOnde histórias criam vida. Descubra agora