Sobre justiça, fome, gratidão e promessas.

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Olá meus vingativos, tudo bem?
Bom vim esclarecer uma coisa, Jimin produz leite! SIM ELE PRODUZ, ele é um ômega que pode gerar filhotes, e como todo mamífero que tem filhotes o que o filhote MAMÍFERO precisa para sobreviver? Isso mesmo leite!
Mas vai além disso meu caro leitor, nesse universo que eu escrevo essa belíssima obra, o leite é um alimento muito, muito especial, tomado até mesmo pelos alfas, devido as suas propriedades nutritivas e medicinais, ou seja vai ter mais macho adulto mamando aqui, ou mulher também pois teremos alfas mulheres aqui também, bem é isso espero que eu tenha esclarecido isso para vocês, qualquer dúvida chama nois.
Comentem e votem e bom capítulo.
XOXO.


Eu perdi a noção dos dias, das horas, da vida.
Desde que fui aprisionado, eu já não sei quem sou por vezes, mas assim que o pequeno ômega vem até mim, com seu cheiro doce.

Eu só sei quem eu sou quando ele está aqui, eu só tenho sentido quando ele está aqui, pois quando ele se vai tudo é escuridão, tudo é o breu...
No dia da traição eu vi a face de Jimin, escondido dos guardas, sei que ele queria impedir, mas eu implorei com os olhos para  que não fizesse.

As correntes em minhas mãos me permitem tocá-lo por vezes, sentir a maciez e o calor que ele emana me faz sentir vivo, me faz lembrar que estou vivo.

Quando Jimin me ofereceu o próprio seio eu estranhei, afinal o costume de dar leite aos alfas é apenas em ômegas marcados.

— Não posso lhe trazer muita comida príncipe, então por favor aceite, só assim terá nutrientes suficientes para sair daqui, só assim vai sobreviver até poder assumir o trono novamente.

Convencido me pus a sugar o doce líquido, este que se tornou meu alimento favorito, mesmo antes estar aprisionado nunca senti um gosto tão bom, eu sabia exatamente o horário que o ômega vinha todos os dias, eu ansiava por isso, ansiava pelo toque, pelo sabor, pela voz, por Jimin.

Sei que éramos amigos na infância, afinal meu pai não me diferenciava de nenhuma criança do reino, me deixando ter diversos amigos e principalmente aprender sobre o meu povo, era um rei excepcional que nem mesmo coroa usava, afinal ele dizia.
Posso governar essas terras, posso lutar em guerras, mas na verdade sou em quem serve a vocês e não ao contrário.

E assim ele fez o reino prosperar sendo um exímio governante, a simplicidade de meu pai conquistou o coração de minha mãe, ela não cansava de me dizer isso, e apesar de sua beleza mamãe era uma beta, o que consideraram inapropriado para uma rainha, mas meu pai pouco se importou quando a pediu em casamento, por mais que ela fosse de família nobre essa era a coisa com a qual meu pai menos se importava, isso a fascinava...

O amor emanava de ambos, a compreensão, o afeto, a confiança.

— Relacionamentos são sobre construir Jungkook, a cada dia um novo tijolo, a cada ano uma nova parede, e logo você torna o outro seu lar, e é assim que descobre o quão bom, por mais que seja trabalhoso, é amar.

Foi o que ela me disse, com um brilhante sorriso na face, quando perguntei como era ser alguém casado.

Mas provavelmente mesmo que eu a veja sorrir de novo não haverá mais aquele brilho, afinal meu pai já não estava mais entre nós, assassinado a modo frio pelo irmão, mamãe pode sentir pela marca, eu perdi meu pai de uma vez, e um pedaço de minha mãe se foi com ele... Ela adoeceu assim que soube que meu pai havia partido, e não pode nada fazer quando meu tio acusou-me de traição contra ele, me condenando ao calabouço, apenas para usurpar de uma vez o trono que sempre desejou.

Em toda a minha vida, eu nunca havia sentido ódio, ou sede de vingança, afinal meu pai me ensinou que quando se sente coisas assim, parte dentro de nós apodrece e morre... Ele estava certo pois eu me sinto morto a maior parte do tempo, engolido pelo ódio, pelo rancor, pelo desejo de me vingar.

E eu o faria, eu esfolaria meu tio em praça pública, quebraria cada um de seus ossos, o deixaria perecendo com ao sol e aos abutres como o verme que é, e ainda assim desejaria que sua alma ardesse no fogo da condenação pela eternidade.
Jurei a mim, a minha mãe e ao meu povo, vingança e eu a faria, nem que fosse em meu último suspiro eu a faria!

— Desculpe a demora Jungkook, estamos terminando os preparativos, conseguimos um aliado forte para sua fuga, não passará de amanhã, ainda irá demorar um pouco para poder tomar o trono, mas pelo menos terá sua liberdade novamente. — Jimin fala doce e manso, eu adoro como deixei de ser o príncipe e passei a ser seu Jungkook, eu observo que hoje ele não está com as roupas da cozinha, o velho avental e o hanbok gasto que estou habituado a ver lhe cobrindo, hoje ele usa um diferente, em tons azuis claros, combinam com os cabelos loiros e compridos, que hoje estão ainda mais brilhosos.

O ômega percebe meu olhar em suas vestes, e ri, eu amava vê-lo sorrir.

— Tivemos o primeiro dia de festival hoje, e tive que servir alguns nobres, então precisei me ajeitar um pouco, estou estranho?—  Ele fala como se não esperasse uma resposta.

— Lindo, muito lindo.—  É o que consigo dizer sentindo o aperto da máscara em meu maxilar.
Os olhos violeta se focam em mim, as bochechas se tornam rubras,  e um mínimo sorriso surge.
Nenhuma pintura se compara a beleza que meu olhos vislumbram nesse instante.

Park Jimin era a criatura mais bela que já pus meus olhos, isso era um fato desde nossa infância, mas agora em sua juventude tudo se multiplicou, ele é uma criatura celestial que nos dá o ar da graça nesse mundo que não o merece... Pois o mundo inteiro é pouco para ele, talvez o universo não seja suficiente.

— Obrigada Jungkook, eu vou lhe alimentar agora, precisa comer bastante pois amanhã será o grande dia, em meio aos fogos do festival, iremos te libertar. — Diz enquanto desamarra o tecido que prendia o Hanbok em seu corpo, logo me expondo sua pele leitosa e macia.

Gostaria de lhe dizer que irei retribuir tudo o que ele e os outros fizeram por mim, mas não valeria a penas pois eu só poderia dizer poucas palavras, assim que estivesse livre dessa maldita máscara reafirmar minha promessa olhando em seus olhos, segurando sua mão, lhe passando todo o sentimento que tenho por ele.

Mas por hora eu iria fazer o que ele pediu, iria me alimentar o suficiente para ter forças, para saciar a minha verdadeira fome.

A fome por justiça.

Vindicta ABO+JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora