ELIZABETH
No dia seguinte, assim como ele havia dito, procurei por seu escritório por cerca de meia hora até finalmente achar.
Seu escritório ficava escondido, literalmente intocado em um prédio que aparentava ser abandonado, pois estava literalmente caindo aos pedaços.
Quando entrei no local o cheiro de mofo adentrou em minhas narinas me obrigando a colocar a mão no nariz o tapando. O cômodo era mal iluminado e repleto de livros, teias de aranha no teto e poeira.
— Você deve ser a Elizabeth, certo? Estava esperando por você. — Um homem alto, com a voz rouca apareceu prendendo minha atenção a ele.
Sua presença era notada por qualquer pessoa que o visse; sua altura, ombros largos e postura, que apesar de ser desleixada, o deixava com um ar de indiferente.
O homem sentou em um sofá de couro preto e olhou para o sofá em sua frente, me convidando para sentar a sua frente.
Um tanto hesitante, me sentei a sua frente me encolhendo no sofá. O homem tinha imensas olheiras abaixo dos olhos, indicando noites más dormidas. Ele exalava um forte cheiro de café misturado com cigarro, seu cheiro era tão forte que não se iqualava ao forte cheiro de mofo do local.
Aquele lugar precisava de uma faxina, e com urgência.
— Não fique hesitante. Pode me contar o que aconteceu na última vez que o viu; vou precisar de toda a sua colaboração para encontrar seu namorado. — Seus olhos baixos me fitavam com um tédio sem fim.
Me questionei se eu realmente poderia confiar naquele homem. Mas agora já era tarde, pois não deveria ter gastado meu tempo vindo aqui, caso não confiasse nele ou até mesmo naquele policial.
— Nós trocamos algumas mensagens pelo dia e durante a noite ele foi a minha casa para assistir um filme juntos, mas quando ele chegou acabamos discutindo por motivos de ciúmes por parte dele e então ele foi embora. — Lembrava dos mínimos detalhes daquele dia enquanto contava ao homem. — No dia seguinte eu o mandei mensagens de texto e liguei várias vezes, mas não houve retorno. Fui até sua casa, mas também não havia ninguém lá. Depois disso ele desapareceu por completo.
O homem me olhou e analisou o resto do cômodo, como se estivesse analisando aquela situação.
— Pelo o que eu ouvi falar do policial, não há câmeras e nem sequer uma única testemunha, o que acaba dificultando ainda mais meu trabalho. Mas posso tentar ajudá-la. Está disposta a pagar o que for para descobrir a verdade, Senhorita Elizabeth? — Seu tom ameaçador fez meu corpo tremer.
Ele parecia saber algo que com certeza eu me arrependeria de descobrir sobre Kart. Porém, estava disposta a descobrir toda a verdade sobre ele, mesmo que a verdade não seja da maneira que eu gostaria que fosse.
— Pode contar comigo. Me mostre a verdade, Senhor Vassiliev.
Ele jogou a cabeça para o lado e abriu um sorriso mostrando os dentes.
— Não sou tão velho quanto pensa. Sou bem mais novo que você, Senhorita Elizabeth. Não precisa ser tão formal comigo, e se acostume pois daqui em diante nos veremos por muito tempo.
Senti um frio na espinha com suas palavras frias, e uma sensação de perigo percorreu todo o meu corpo, como se estivesse me avisando que eu deveria fugir dali e não voltar mais. Mas agora já era tarde, já que comecei, iria até o final.
Mesmo que aquilo me custasse caro.
— Já disse que pode contar comigo. — Bradei firmemente.
Não sabia o que se passava na cabeça daquele homem, pois seu sorriso não saio de sua face, pelo contrário, ele sorriu ainda mais.
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Ligação
FanfictionEm meio ao desespero e busca incansável pelo seu namorado, Elizabeth, recebe ligações peculiares, sendo na mesma hora e todos os dias. Por um mês, à garota se mantém lúcida de qualquer irritação sobre aquelas repentinas ligações, mas um dia ela entã...