— É melhor cumprir com a sua palavra, Elizabeth. — Suas palavras frias e firmes, além de uma nota de 50 na mesa; foi tudo que ele havia deixado.
Naquele momento, com meu coração afoito, ansioso e a ponto de um colapso, percebi que Arthur Vassiliev era alguém muito mais que só um detetive qualquer.
Minhas mãos tremiam um pouco e meu corpo dava leve espasmos pelo choque de segundos atrás.
Durante o dia Anna me questionou o que havia acontecido comigo, mas em resposta colocava a culpa no cansaço.
Anna sabia de tudo. Sabia tanto quanto qualquer outra pessoa.
Incógnitas sem respostas se formularam em minha cabeça, e mesmo com horas depois daquilo, não conseguia esquecer aquele sentimento.
Com o passar das horas, e consequentemente, o findar do dia, mais a hora daquele encontro forçado, se aproximava. Meus dedos estavam inquietos e isso me incomodava, tanto quanto incomodava a Anna, que já parecia está sem paciência com o barulho dos meus dedos batucando à mesa sem cesar.
Mas apesar do barulho a lhe irritar, ela não disse uma palavra sequer.
Naquele dia a cafeteria chegou mais cedo do que o habitual. Mesmo querendo, não conseguia me concentrar em meu trabalho e no fim de tudo, só consegui pensar no que aconteceria logo logo.
A noite estava fria o que me fez optar por uma roupa mais quente. Me sentia um folhado de queijo. Na minha bolsa, levava apenas o essencial, celular, chaves e carteira.
Como havia dito, às 20hrs, eu já estava pronta e apenas esperando o tal transporte prometido. Segundos depois de eu sair na rua, um carro, inteiramente preto e luxuoso, parou na frente da minha casa.
Não era de ciência minha saber muito sobre carros, mas qualquer pessoa ignorante sobre o assunto sabia muito bem que aquele carro não era comum.
A viagem foi tranquila. O motorista não deu sequer um piu durante a viagem. Quando fui deixada no restaurante, agradeci e lhe dei um leve sorriso.
O lugar era de médio porte, mas aconchegante e não tão movimentado.
Exatamente do jeito que eu gosto.
Quando entrei, de longe vi Arthur acenar para mim. Com o resto de confiança, caminhei em sua direção me sentando na cadeira em sua frente.
— Fico feliz que tenha vindo de bom brado. Não gosto de forçar às coisas.
— Eu pude notar o como você não gosta de forçar as coisas hoje pela manhã. — Bradei com sátira.
— Você não sabe o como ele ficou abalado quando você disse que não viria, caso soubesse, entenderia o porquê fiz aquilo. — Relaxou os ombros.
— E então. Cadê o tal, Ele? — Questionei curiosa.
— Bem ali! — Apontou preguiçosamente para a entrada.
Um senhor alto entrou lentamente no local, cativando a atenção de todos ali presentes. O homem era alto, tão alto quanto um jogador de basquete. Julguei que ele havia uns 2 metros de altura.
Seus traços assim como seu porte eram marcantes. O maxilar marcado perfeitamente como se fosse desenhado pelos anjos. O corpo mesmo coberto por camadas de tecidos, tinha um porte físico invejável. Seus cabelos eram loiros, mas não loiros tingidos, e sim, naturais.
Em segundos analisei aquele homem como sequer havia analisado em qualquer outro alguém.
Aquele homem seria o meu precipício.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ligação
FanfictionEm meio ao desespero e busca incansável pelo seu namorado, Elizabeth, recebe ligações peculiares, sendo na mesma hora e todos os dias. Por um mês, à garota se mantém lúcida de qualquer irritação sobre aquelas repentinas ligações, mas um dia ela entã...