Capítulo 6 | Maxim Vassiliev

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— É melhor cumprir com a sua palavra, Elizabeth. — Suas palavras frias e firmes, além de uma nota de 50 na mesa; foi tudo que ele havia deixado.

Naquele momento, com meu coração afoito, ansioso e a ponto de um colapso, percebi que Arthur Vassiliev era alguém muito mais que um detetive qualquer.

Minhas mãos tremiam um pouco e meu corpo dava leve espasmos pelo choque de segundos atrás.

Durante o dia Anna me questionou o que havia acontecido comigo, mas em resposta colocava a culpa no cansaço.

Anna sabia de tudo. Sabia tanto quanto qualquer outra pessoa.

Incógnitas sem respostas se formularam em minha cabeça, e mesmo com horas depois daquilo, não conseguia esquecer aquele sentimento.

Com o passar das horas, e consequentemente, o findar do dia, mais a hora daquele encontro forçado, se aproximava. Meus dedos estavam inquietos e isso me incomodava, tanto quanto incomodava a Anna, que já parecia está sem paciência com o barulho dos meus dedos batucando à mesa sem cesar.

Mas apesar do barulho a lhe irritar, ela não disse uma palavra sequer.

Naquele dia a cafeteria chegou mais cedo do que o habitual. Mesmo querendo, não conseguia me concentrar em meu trabalho e no fim de tudo, só consegui pensar no que aconteceria logo logo.

A noite estava fria o que me fez optar por uma roupa mais quente. Me sentia um folhado de queijo. Na minha bolsa, levava apenas o essencial, celular, chaves e carteira.

Como havia dito, às 20hrs, eu já estava pronta e apenas esperando o tal transporte prometido. Segundos depois de eu sair na rua, um carro, inteiramente preto e luxuoso, parou na frente da minha casa.

Não era de ciência minha saber muito sobre carros, mas qualquer pessoa ignorante sobre o assunto sabia muito bem que aquele carro não era comum.

A viagem foi tranquila. O motorista não deu sequer um piu durante a viagem. Quando fui deixada no restaurante, agradeci e lhe dei um leve sorriso.

O lugar era de médio porte, mas aconchegante e não tão movimentado.

Exatamente do jeito que eu gosto.

Quando entrei, de longe vi Arthur acenar para mim. Com o resto de confiança, caminhei em sua direção me sentando na cadeira em sua frente.

— Fico feliz que tenha vindo de bom brado. Não gosto de forçar às coisas.

— Eu pude notar o como você não gosta de forçar as coisas hoje pela manhã. — Bradei com sátira.

— Você não sabe o como ele ficou abalado quando você disse que não viria, caso soubesse, entenderia o porquê fiz aquilo. — Relaxou os ombros.

— E então. Cadê o tal, Ele? — Questionei curiosa.

— Bem ali! — Apontou preguiçosamente para a entrada.

Um senhor alto entrou lentamente no local, cativando a atenção de todos ali presentes. O homem era alto, tão alto quanto um jogador de basquete. Julguei que ele havia uns 2 metros de altura.

Seus traços assim como seu porte eram marcantes. O maxilar marcado perfeitamente como se fosse desenhado pelos anjos. O corpo mesmo coberto por camadas de tecidos, tinha um porte físico invejável. Seus cabelos eram loiros, mas não loiros tingidos, e sim, naturais.

Em segundos analisei aquele homem como sequer havia analisado em qualquer outro alguém.

Aquele homem seria o meu precipício.

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