Capítulo 5 | Marionete

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ELIZABETH

Logo após sair daquele local, me dirigi a minha casa, mas antes, parei em uma pequena loja e comprei algumas latinhas de cerveja.

Queria esquecer todas aquelas cenas enojantes que tinha visto há pouco tempo atrás.

Quando cheguei em casa, apenas tirei o sobretudo e os sapatos, joguei a bolsa no sofá e coloquei o celular na pequena mesa da sala. Comecei a beber à primeira lata como se não houvesse amanhã.

Aos poucos sentia o álcool fazendo efeito, minha cabeça começou a rodar aos poucos e estava perdendo o controle do meu próprio corpo.

Abracei meus joelhos e lágrimas começaram a jorrar. 

Me perguntava quando foi que fiquei tão decadente, ao ponto de recorrer a bebida. Minhas lágrimas não era por Kart, e sim por mim. Ele havia morrido para mim.

Não importa quanto tempo você esteja do lado de uma pessoa, você nunca à conhecerá verdadeiramente.

No fundo pedia a Deus para que ele estivesse queimando no fogo do inferno, pagando por todos os seus pecados. Mas mesmo assim, queria que ele sofresse muito mais que só ir para o inferno.

Toda tortura do mundo seria pouco.

Senti meu celular vibrar na pequena mesa central. Olhei de relance e comecei a engatinhar em direção.

Um número desconhecido brilhava na tela, mas o número era completamente diferente do que costumava me ligar.

— Eu bloqueei.

Me lembrei do meu surto que tive à tarde, o que resultou nisso.

Pelo menos agora não receberia ligações de alguém que nem sequer fala.

Peguei o celular e atendi o colocando na orelha.

— Quem é? — Fechei os olhos me deitando no chão gelado.

—Você me bloqueou, moya boginya?
— A voz conhecida bradou sem muitas delongas.

— Fiz o que eu deveria ter feito desde o dia em que você começou a me ligar.

Em resposta ele suspirou com ar de riso e se manteve calado por alguns segundos.

— Quer saber de uma coisa?

— O quê?

— Você pode bloquear quantos números quiser. Eu sempre, sempre vou achar um jeito de manter contato com você. Mesmo que eu tenha que usar à moda antiga.

Sorri sem os dentes, abrindo os olhos em seguida.

— Você é bem doidinho, né? O que você quer comigo?

— Você quer encontrar o asqueroso do Kart, não é? Eu posso te ajudar. Que tal um acordo?

— Prossiga.

— Eu irei ajudar você a pelo menos encontrar os ossos dele, mas em troca quero uma noite.

— Não sou Deus para controlar o tempo.

— Hahaha. Muito engraçada. Vou simplificar então. Você, na minha cama, eu te fudendo. Entendeu agora?

Senti um arrepio percorrer minha espinha. Eu queria me enganar falando que o tempo está frio, mas no fundo sabia que aquele homem, seja lá quem for, mexia comigo.

— Não vou aceitar dar a minha buceta para alguém que eu nem sequer vi.

— Amanhã às 20hrs irei mandar alguém buscá-la. Pense no assunto enquanto isso.

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