Capítulo 2 | Nome

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ELIZABETH

Ainda com aquela voz em minha cabeça, fui para casa; naquele resto de dia, não se passava um segundo sequer sem que eu pensasse naquele homem de voz estranha e sufocante. Eu estava errada por está pensando naquele homem desconhecido que faz questão de me ligar todos os dias, para no final, desligar na minha cara.

Eu sempre me perguntava o porquê daquelas ligações e o porquê delas ainda estarem continuando. Eu fui, com toda certeza, o mais compreensível o possível em relação a isso; mas mesmo depois de ameaçá-lo a ir a polícia, o homem não parou, pelo contrário, começou a ligar mais de uma vez por dia e em horários aleatórios.

Na madrugada de ontem, às duas e trinta, o homem decidiu ligar no meio da noite. Lembro-me vagamente de uns xingamentos serem soltados da minha boca, talvez a embriaguez do sono tenha me afetado de certa maneira, pois eu jamais em sã consciência xingaria tanto alguém como o xinguei.

Outra pessoa que também estava sendo afetada por toda essa loucura foi Anna, pois à minha querida colega de trabalho, e também, amiga íntima, colocou na cabeça que eu deveria procurar esse tal russo.

Aquilo já estava me deixando louca!

- Já foi atrás do seu russo da voz de ator pornô? - A morena tinha um sorriso mínimo nos lábios quando tomou seu café.

Lá vem, mais uma vez, essa história.

- Anna, eu não sei o que você está pensando, mas qualquer besteira será anulada! Sabe muito bem que eu namoro, sou comprometida, entendeu?

Anna jogou seu cabelos para trás e voltou seus olhos para os meus; quase como se estivesse lendo à minha mente.

- Eliza, você é à primeira e a maior corna mansa de toda Burford! Tá na cara que Kart te traía até com cadela leprosa, e você, é à única cega que não via isso!

- Não é nada diss-

- Nada disso? Querida, o seu chifre está tão grande que tapou os seus olhos! Mas quer saber de uma coisa, Eliza? - Tomou um gole de seu café. - Eu dou graças a Deus, Buda ou qualquer entidade que tenha levado essa praga da sua vida, para bem longe daqui. E quer saber de mais uma? Se eu fosse você, pararia de ser essa corna mansa idiota que você é!

- Não foi bem assim... Só aconteceu, Anna! Kart nunca me trairia, a gente sempre se deu bem e-

- Ah! fala sério, Elizabeth! Aprende a se valorizar! Não é porque vocês estavam juntos na desgraça que você tem que aguentar ser chifrada até no buraco do cu! Agora, você está bem e ele deu no pé, xispou, se mandou, escafedeusse, partiu, au revoir, bye, entendeu? - Franziu o cenho. - Você acha mesmo que eu não vi aquele roxo imenso no seu braço? - Em um sussurro ela disparou aquelas palavras que achei que doeram mais do que uma surra.

De fato, não havia explicação nenhuma para aquilo. Eu era, e ainda sou, uma completa idiota, e com certeza, se ele aparecesse agora me pedindo desculpas, eu o perdoaria.

Burra.

- Não vou perguntar nada, até porquê, sei que você vai ficar desconfortável; mas me prometa que irá esquecê-lo de vez, ouviu? - Em concordância, acenei com à cabeça para cima e para baixo, em uma sequência.

Anna, infelizmente, estava mais do que certa. Odiava admitir, mas se dependesse de Kart, com toda certeza, aqueles roxos em meu pulso se tornaria algo pior.

Me sentia triste em saber que no fundo eu não significava mais nada para ele. Para mim, ele era tudo e mais um pouco; saber que à nossa história terminou dessa maneira me deixa com náuseas; pois do meio para o fim, ele mudou tanto que cheguei à desejar que ele morresse.

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