Peguei o telefone e disquei o número que até já havia decorado de tantas vezes que ele apareceu na tela do meu telefone.
Esperei alguns segundos enquanto um sentimento ruim se formava no pé da minha barriga.
- Tá demorando demais. - O tom alto e arrogante do policial bradou no pé do meu ouvido me fazendo ficar mais tensa ainda.
Quando eu preciso essa praga não atende.
Alguns segundos se passaram e ouvi um alto suspiro do policial atrás de mim. Sua careta de cão chupando manga e seu pé batendo impacientemente no chão deixava o lugar mais pesado ainda.
- O tempo acabo-
Sua fala foi interrompida por um quase grito meu.
- Maxim!? Ah graças a Deus! - Suspirei aliviada.
Ouvi uma risada curta do outro lado.
Com certeza ele já sabe o que está se passando comigo.
- Que surpresa mais agradável, moya boginya. E então, qual a honra de sua ligação? - Indagou em tom de riso.
- Tenho pouco tempo então vou ser breve. Fui presa por algo que não fiz e você disse que eu podia usar você como eu quisesse. - Fechei os olhos pensando se minha decisão realmente era coerente. - Me tire daqui. - Soprei como um sussuro.
E novamente ele riu do outro lado, mas dessa vez seu riso era estridente, uma verdadeira gargalhada.
- Sabe que isso será cobrado. - Seu riso cessou em segundos.
- Podemos negociar depois que você me tirar daqui.
- Seu tempo acabou, Elizabeth. - O policial se pronunciou logo se aproximando mais de mim. - Volte para a sua cela.
Suspirei desligando a chamada.
Fiz da exata maneira que o homem pediu, fui para a minha sala sem nenhuma resistência, além do mais, as coisas poderiam piorar caso eu tentasse fazer alguma coisa.
Me sentei no chão sujo da cela enquanto olhava para o teto.
Quem sabe a melhor solução seria começar a gritar e despentear meu cabelo enquanto saio correndo pela delegacia.
- Acho melhor que você não esteja aprontando nada, assassina. - Soprou entre os dentes.
Pensando melhor, esse homem com certeza ficaria feliz em me dar um tiro caso eu fizesse qualquer movimento suspeito.
Olhei para a fora da cela e o homem continuava a me observar.
- O que foi? Tô com merda na cara? - Questionei irritada.
Ele riu sem humor e se aproximou das grades com passos lentos.
- Deveria ter vergonha do que fez, mas uma assassina como você não deve ter consciência de quanto uma vida vale. - Cuspiu as palavras olhando nos meus olhos.
Seu ódio por mim estava estampado em seu olhar. Naquele momento, caso eu não estivesse em uma situação tão horrenda, se não houvesse aquelas grades eu com certeza já teria feito esse boato realidade.
Mas quem iria confiar em alguém que está sendo acusado de assassinato?
- E você deveria ter vergonha de sair julgando as pessoas sem ao mesmo saber da verdade. - Rebati.
- Melhor do que ser uma alguém da sua laia.
Revirei os olhos e ri sem humor.
- Alguém da minha laia!? E você não se enxerga, né? - Apontei o dedo para ele. - Aposto que um policial da sua laia com certeza deve sair prendendo todo mundo que ele julga ser ladrão, né não?
O homem riu anassalado e se aproximou mais da grade.
- Você é uma vadiazinha mesmo. Não é atoa que essa tal de Kart metia chifre em você que nem um maluco. Bem feito para você, padeirazi-
Um auto som da grade veio e junto com ele o som do policial caindo no chão.
Olhei para ele tentando entender o que diabos havia acontecido, mas logo um everest conhecido se aproximou das grades.
- Desculpe a demora, minha deusa. Deve ter sido difícil ter ficado no mesmo ambiente que pessoas tão desagradáveis como esse homem. - O olhou de relance.
Engoli em seco quando o vi afastar com o pé.
- Que tipo de transporte foi esse que você usou?
Ele riu sem os dentes olhando para mim.
- Estava por perto.
Que mentira descarada.
- Vou te tirar daí. - Logo ele tirou uma chave de seu bolso e destrancou a porta vindo em passos grandes em minha direção.
Seus passos foram tão rápidos que a única coisa que deu tempo de fazer foi levantar do chão gélido e sujo.
Nós ficamos frente a frente, dessa distância pode notar o quão seus olhos são azuis e algumas tatuagens em seu pescoço que estavam escondidas pela camisa de gola alta.
Sua mão foi de encontro ao meu rosto e então acariciou levemente minhas bochechas.
- Vamos embora daqui. - Disse por fim antes de pegar minha mão com delicadeza e me levar para fora daquele lugar.
Quando passei pelo homem notei uma pequena mancha de sangue se formar lentamente.
O canto dos meus lábios se curvou levemente.
- Bem feito. - Sussurei comigo mesma.
- Como foi perder seu réu primário? - Indagou sugestivo.
Pensei alguns segundos antes de responder.
- Pensei que perderia meu réu primário com algo bem ridículo, mas não achei que fosse algo tão ridículo quanto.
O homem parou de andar e logo se virou para mim ainda segurando minha mão.
Ele riu levemente e curvou a cabeça para o lado.
- É você mesmo, moya boginya?
Revirei os olhos e o puxei pela mão para continuarmos a andar.
- Sim, sou mesma! - Exclamei confiante.
- Não sei que tipo de monstrinho você está se tornando, mas qualquer nova versão sua será de bom grado, contanto que continue sendo minha. - Acochou o aperto de nossas mãos.
- Aliás, para onde estamos indo? - Indaguei.
- Estamos indo para o meu carro.
- Vai me levar para casa? - Questionei curiosa.
Ele me olhou de relance e continuou andando.
- Vamos para casa resolver o que você me deve, depois levo você para qualquer lugar que quiser.
- Contanto que não seja a morte, por mim tudo bem. - Falei simplista.
O loiro parou a frente de um carro preto e destravou as portas, e então abriu a porta do passageiro.
- Nem que eu tenha que comprar o inferno para evitar isso. Entre.
O olhei uma última vez e entrei no carro.
Suspirei esperando ele entrar no carro enquanto ainda processava suas palavras anteriormente.
- Comprar o inferno, não é? - Me auto questionei.
Vamos ver até aonde sua obsessão por mim irá, Maxim.
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Oi pessoal desculpem a demora.
Desculpem os erros. Até a próxima!
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Ligação
FanfictionEm meio ao desespero e busca incansável pelo seu namorado, Elizabeth, recebe ligações peculiares, sendo na mesma hora e todos os dias. Por um mês, à garota se mantém lúcida de qualquer irritação sobre aquelas repentinas ligações, mas um dia ela entã...