Always Will Be You - Tomoe x Leitora [Kamisama Kiss]

8 | A Tentação

Caminho em direção à minha sala, segurando um monte de vassouras, completamente desorientada.

Eu detesto dias de limpeza na escola!

Ao distribuir as vassouras para a turma, sigo em direção à minha tarefa de limpar as cadeiras. No entanto, acabo me distraindo e, em um devaneio, pego-me olhando através das janelas da sala de aula.

O dia se apresenta chuvoso, envolto em certa melancolia. Apenas os sons da chuva escassa caindo e os sussurros dos alunos envolvidos na limpeza da escola ecoam ao meu redor. Gosto da chuva; ela me traz uma sensação de tranquilidade. Ao mesmo tempo, é capaz de dar vida aos meus pensamentos mais profundos, corroendo-me lentamente.

Acho que é melhor eu continuar a limpar antes que alguém venha reclamar comigo.

Eu estava prestes a sair do lugar onde estava quando de repente escuto meu nome sendo chamado.

— S/n, pega! — Nanami arremessa uma garrafa de água em minha direção, e por sorte, consigo pegá-la em pleno ar.

— Oh, obrigada! Eu estava mesmo precisando disso. Você é incrível! — agradeço com um sorriso genuíno.

— Imagina. O que você estava fazendo?

— Na verdade, nada em especial. Ia voltar para a sala para continuar limpando.

Mal termino de falar e nossa atenção é abruptamente capturada pela voz estridente de Isobe.

— Ei, olhem! Uma cobra!

Aquela afirmação repentina soou como um alarme para nós duas.

— Uma cobra? — pergunto, franzindo o cenho, enquanto me junto com Nanami para ver o que estava acontecendo do lado de fora da sala.

Isobe está apontando para o chão, no meio do corredor. Muitos alunos encaram a cobra, curiosos. Eu me aproximo cautelosamente, e logo identifiquei uma pequena cobra branca, aparentando estar perdida e assustada.

Isso é...

— Provavelmente alguém a trouxe como parte de uma brincadeira. Vamos lidar com isso e voltar à limpeza — sugere Nanami, tentando manter a calma.

É um momento bem agitado, com alguns alunos ficando alarmados ao verem a cobra se movendo um pouco, enquanto outros parecem se divertir, brincando com a situação e ameaçando se aproximar dela.

— Vamos pegá-la! — diz Isobe, incentivando a ideia.

— Esperem aí! — interrompo rapidamente, chamando a atenção dos alunos — As cobras brancas são consideradas servas dos deuses. Elas podem trazer má sorte e até mesmo amaldiçoar quem as incomoda — atravesso o corredor entre eles e pego a cobra, que se enrola no meu braço sem apertar.

— V-Você pegou nela! — Isobe diz, ainda um pouco assustado.

— Fiquem tranquilos, esta cobra é inofensiva, até chega a ser fofa — comento enquanto acaricio levemente sua cabeça. Me aproximo da janela mais próxima e a solto para fora — Não é seguro para você andar por aqui. Melhor ir para um lugar mais seguro.

A cobra me encara por um momento antes de rastejar até os arbustos e sumir de vista. Sorrio levemente, observando na direção para onde ela foi embora.

— S/n, está tudo bem com o seu braço? — Nanami pergunta, mostrando preocupação em seu rosto.

— Oh, sim, estou bem. Ela não me mordeu.

— Tem certeza? O seu braço está todo vermelho...

Ao seguir o olhar de Nanami, percebo que, além das marcas vermelhas deixadas pela cobra, há uma marca adicional em meu pulso. É quase como um anel branco com pequenas bolinhas, parecendo até uma pulseira.