Always Will Be You - Tomoe x Leitora [Kamisama Kiss]

1 | O Maldito Yokai Raposa

Boa leitura!

À sombra da noite, eu me encontro em um banco solitário, rodeada pela vastidão escura do céu estrelado. Cada estrela brilhante acima de mim parece ser um lembrete cintilante da beleza do universo, um contraponto tão cruel à dor que carrego em meu coração.

Com as dívidas deixadas pelo meu pai pesando os meus ombros, deitei a minha cabeça no banco, encarando o céu com uma expressão estóica.

A noite estrelada é testemunha silenciosa do abismo de desespero em que me encontro. Enquanto as lágrimas secam e o mundo gira em seu silencioso esplendor, eu busco força nas estrelas para encontrar um caminho, uma nova direção, e, eventualmente, a esperança que brilha em algum lugar, talvez não muito longe no horizonte.

Com o peso da situação insuportável em meus ombros, busco inúmeras soluções em minha mente, mas cada ideia parece se desfazer diante de mim, como um castelo de cartas em um vendaval implacável. Cada tentativa de escapar dessa situação lamentável se transforma em um beco sem saída, e a escuridão da incerteza se aprofunda a cada passo que dou.

A luta interior se intensifica quando considero ligar para Nanami, minha única e melhor amiga, mas hesito, temendo sobrecarregá-la com meus problemas mais uma vez.

A sensação de impotência é avassaladora, e a raiva em relação ao meu pai cresce a cada minuto. O que vou fazer com minha vida agora? É um dilema angustiante que me assola, e amaldiçoar meu pai parece ser a única maneira de expressar toda a minha frustração e desespero.

No meio da minha lamentação desesperada, fui abruptamente interrompida por gritos masculinos que ecoaram nas proximidades, o que fez-me endireitar no banco subitamente. Com o coração acelerado e os olhos arregalados, varri a escuridão em busca da origem dos gritos, até finalmente avistar um homem agarrado a um poste de iluminação.

A cena surreal me fez esquecer por um momento a minha própria tristeza, substituindo-a por uma mistura de preocupação e curiosidade, como se a vida me desse um breve intervalo para afastar as nuvens escuras que pairavam sobre mim.

Ao perceber a razão pela qual o homem se agarrava ao poste, minha confusão aumentou. Ele estava ali devido um cachorro que latia furiosamente para ele. A situação, que antes parecia estranha e dramática, de repente adquiriu um tom quase cômico. O contraste entre a tristeza e os problemas que me afligiam e a cena inesperada que se desenrolava diante de mim trouxe um lampejo de ironia e humor em meio ao caos da minha própria vida.

— Por favor, alguém tira esse cachorro de cima de mim! — berrou o homem misterioso.

Ele está com medo de um... cachorro?

Decidi me levantar do banco e caminhar em direção ao homem, dizendo "Xô! Xô!" de forma suave, enquanto fazia gestos para o cachorro se afastar. O cachorro, eventualmente, cedeu e se afastou, permitindo que o homem descesse do poste, aliviado, com as mãos apoiadas nos joelhos.

Assim que o cachorro se foi, o homem desceu do poste, colocando as mãos nos joelhos, aliviado.

— Obrigado por me salvar, garota. Depois de todos esses anos que eu pensei em voltar... quando cheguei, um cachorro começou a correr atrás de mim.

A ironia da situação não passou despercebida, e a conexão inesperada com esse estranho em apuros trouxe um lampejo de esperança à minha própria situação complicada, como se o universo estivesse tentando me mostrar que até nas situações mais inusitadas, a vida pode surpreender e oferecer ajuda inesperada.

— Você não se dá bem com os cachorros? — pergunto a ele.

— M-Mais ou menos... Acho que não sou muito bem vindo nessa cidade.