11 | O Compromisso Eterno

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O crepúsculo anuncia a chegada da noite, envolvendo-nos em sua escuridão implacável. Sentados em um banco, Tomoe e eu encaramos o vazio, desprovidos de lar, sustento ou qualquer perspectiva. Evitamos contato visual, mergulhados em um mar de desesperança. Tudo o que tínhamos foi arrancado pela Divindade do Trovão. Maldita seja Narukami.

— Não há mais para onde voltar, não é mesmo, Tomoe? — minha voz carrega o peso do desânimo enquanto ecoa na quietude da noite — E agora? O que faremos? Me sinto como quando fui despejada...

As orelhas de Tomoe pendem para baixo, seu rosto sombrio revelando nenhuma emoção.

— Você é livre para seguir seu próprio caminho... — sua voz é neutra, quase indiferente — Este é o mundo humano. Você, sendo humana, encontrará um lugar para pertencer, e eu não precisarei mais me preocupar com um problema que nem você.

— Seu julgamento afiado continua mesmo depois de se tornar uma criança... — murmuro.

Então, de repente, Tomoe parece prestes a desmaiar, seu corpo repentinamente cedendo.

— Tomoe! — com meu coração acelerado em pânico, impeço-o de cair apanhando-o em meus braços, já sentindo sua temperatura alta — Meu Deus!

Ele está ardendo em febre! O que eu faço?! Eu levo ele pra um hospital ou pra um veterinário?!

Desesperada, seguro Tomoe em meus braços enquanto corro desenfreadamente em direção ao hospital, mas ao chegarmos lá, deparamo-nos com um aviso informando que estava fechado naquele dia. O céu escurece ainda mais, as nuvens despejando chuva cada vez mais intensa a cada momento.

— Que idiota eu sou... Tomoe não é humano, e eu o trouxe para o hospital humano. Ele ainda está queimando em febre... Preciso encontrar um lugar para ele descansar.

Ao me virar para sair, pronta para vagar sem rumo pela chuva, Kurama aparece diante de mim, segurando um guarda-chuva sobre sua cabeça, me observando suavemente.

— S/n? O que você está fazendo aqui? E... espera, onde está a sua marca de Divindade da Terra? — sua expressão se torna uma mistura de surpresa e confusão.

Sem que eu perceba, minhas forças se esgotam completamente. Eu não percebi o quanto estava cansada, então, desabei sobre Kurama, enterrando meu rosto em seu peito. Meu gesto repentino o pega desprevenido, fazendo-o largar o guarda-chuva enquanto me segura em seus braços, acariciando minhas costas.

— Kurama... — sussurro, quase suplicante — Me ajude...



Logo, estou na casa de Kurama, um refúgio improvável em meio à tempestade que parece envolver minha vida. Sentada ao lado da cama onde Tomoe repousa, passo uma toalha pelo meu cabelo, tentando amenizar a sensação de frio e umidade que me envolve. Kurama permanece de pé, observando-nos com uma expressão preocupada, mantendo uma distância respeitosa, mas sua presença acaba sendo estranhamente reconfortante para mim.

— Você tinha faltado aula porque estava doente... Me desculpe por incomodá-lo. — digo enquanto entrego a toalha de volta.

— Doente? Isso foi só uma desculpa para eu poder ir trabalhar. Aquela escola não entende a vida de uma celebridade... é complicado conseguir permissão. Mas tudo bem, afinal, sou o primeiro ídolo a se inscrever lá — Kurama responde com um ar de arrogância e audácia.

— Mas você é um demônio tengu, certo?

— Não me chame de tengu...! — ele aproxima seu rosto do meu, um tanto irritado — ... eu sou um anjo caído, entendeu?

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⏰ Última atualização: Mar 26 ⏰

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Always Will Be You - Tomoe x Leitora [Kamisama Kiss]Onde histórias criam vida. Descubra agora