Always Will Be You - Tomoe x Leitora [Kamisama Kiss]

2 | A Divindade Da Terra

No dia seguinte, sou acordada pelo sol da manhã, levantando-me abruptamente.

— Cara, que sonho! Meu pai fugiu, eu fui despejada da minha casa e me perdi. Foi então que um cara me deu essa casa. Quando cheguei nela, era um templo. Então eles ficaram me chamando de Divindade da Terra. E eu fiquei tipo "Quê?". Então um demônio muito rude chamado Tomoe disse que não aceitaria isso — eu dou risada — Que sonho!

— Bom dia, Divindade da Terra! — disseram Kotetsu e Oniki simultaneamente, próximos do meu futon.

Ah, droga... Não foi um mero sonho.

— Sem mais delongas, gostaríamos que você fizesse algumas coisas.

— Que coisas? — pergunto em meio a um bocejo.

— Os deveres da Divindade da Terra!

— Quê...?

[...]

Após isso, fui obrigada a dedicar horas intermináveis varrendo o quintal, removendo sujeira das paredes, agrupando folhas em pilhas, limpando o chão e arrancando ervas daninhas.

— ISSO É O TRABALHO DE UMA DIVINDADE?? — exausta, viro-me para os servos — Me desculpem, mas nunca afirmei que pretendia ser a Divindade da Terra.

— O-O que você está dizendo? Não há mais ninguém além de você para proteger este templo, agora que Tomoe se foi! Nós dedicamos muitos anos ao serviço deste templo. E também estamos prontos para servi-la, S/n-Sama! Pode nos comandar como desejar! — responderam simultaneamente.

— Falando nisso... — me abaixo à altura deles.

— Sim?

— Quem, na verdade, é Tomoe?

— Ele é um profeta que serviu a Mikage — explicou Onikiri — É como um servo divino.

— Ele costumava ser um demônio raposa. Foi escolhido para ocupar o lugar da Divindade dos Cães, já que Mikage odeia cachorros — acrescentou Kotetsu.

Meio que eu já sabia dessa última parte...

Solto um suspiro e decido retomar o trabalho, continuando a arrancar as ervas daninhas do quintal — o que é uma tarefa cansativa.

— Acho que posso encarar isso como garantir meu sustento... Ai! — Acabo me arranhando ao puxar uma planta.

— Caramba, você não consegue nem capinar direito — disse Tomoe, surgindo do nada — Você é realmente inútil.

— O quê? Pensei que tivesse ido embora — provoquei.

— Acho que você não tem o que é preciso para ser uma Divindade da Terra — retrucou — Por que não volta para casa antes que seja tarde demais?

— Eu não tenho um lar para retornar — Respondo, sem encará-lo.

— Hã?

— Fui expulsa por causa das dívidas do meu pai. — Sinto Tomoe fitando minhas costas por um instante, o vento bagunçava nossos cabelos enquanto o silêncio se estabelecia entre nós.

— Quem se importa? — Sua resposta ecoou antes de desaparecer novamente.

— Ehhhh???????

Pra que isso, cara?

[...]

Desisto e me deixo cair exausta no chão, completamente saturada da tarefa incessante de limpeza.

— Cansei! Me prometeram que eu seria uma deusa, mas parece que estão apenas explorando minha disposição.

Subitamente, uma voz ressoa, parecendo distante e próxima simultaneamente, instigando-me a erguer-me.