CAPÍTULO TREZE: UMA AJUDINHA

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DENNIS CONTINUAVA ENTRETIDO em suas pesquisas que se iniciaram no dia anterior, correlacionando dados e imagens não só na Inglaterra, mas procurando semelhanças relacionadas em ataques de outros países. Infelizmente, acessar informações do tipo de outros países era algo bem mais complicado, mas nada que alguns contatos não resolvessem. Assim como já imaginava, esse culto desconhecido estava envolvido também com eventos por toda Europa. Uma coisa que conseguiu, durante suas pesquisas e deduções, é que existe uma espécie de padrão nos cultistas dessa seita: assim como o homem que matou o policial Blackhart, todos parecem serem indivíduos de pele pálida, bastante altos e fortes, sem pelo algum.

Seja lá qual fosse a razão para tal aparência, ao menos era uma possível pista. Entretanto, eram raríssimas as imagens em que esses indivíduos apareciam. Ainda não havia sido encontrada a identidade do suspeito e, para piorar as coisas, Dennis não conseguira encontrar nenhuma imagem do sujeito em outros momentos que não fossem próximos dos atentados terroristas. Era como se, de alguma forma, esse homem desaparecesse assim que seus prováveis objetivos eram cumpridos.

Porém, talvez houvesse uma pessoa que pudesse lhe ajudar...

...

— Opa, cheguei! – James disse, após estacionar seu carro na garagem e entrar em sua casa. Amelie e Elizabeth estavam sentadas num sofá bege, assistindo algum desenho qualquer. Sua filha, assim que o viu, saltou do sofá e correu até ele, abraçando-lhe com força – Oh, meu amor! Como você está?

— Eu estou ótima, e você, papai?

— Estou melhor agora – disse, dando-lhe um beijo na testa. Elizabeth, já em pé, caminhou até ele e o abraçou – Boa noite Elizabeth. Obrigado por ficar até esse horário. Foi um dia bem parado, tive que compensar nas últimas corridas.

— Não tem problema, senhor Western. Vou arrumar minhas coisas e já saio.

— Certo, você quer...

— Dessa vez não precisa, senhor Western. Um amigo meu vem me buscar. Fique tranquilo. Mas obrigada! – Elizabeth o interrompeu, mantendo um sorriso simpático no rosto.

Assentindo, James seguiu para o primeiro andar, onde tomou um bom banho, enquanto pensava sobre os últimos dias. Apesar das corridas terem diminuído, o dinheiro que recebera da passageira Lavionette compensaria bastante os poucos clientes que pegara como motorista de aplicativo. Ainda pensando nela, não pôde deixar de relembrar da colossal indústria para qual a levou. Durante aqueles dias, pesquisou sobre a tal SN LIFE e, para sua surpresa, poucas informações encontrou sobre a mesma.

Como se, de alguma forma, sua existência fosse desconhecida para o mundo, ainda que tivesse um enorme aporte financeiro e fosse uma das pioneiras nos ramos de manipulação genética e farmacêutica.

...

Já fazia alguns minutos desde que Elizabeth havia saído. James ficou sentado no sofá, fazendo carinho nos cabelos de sua filha – que felizmente puxou a beleza da mãe – enquanto assistiam a um programa infantil que ela adorava.

A campainha tocou e James, tranquilamente, caminhou até a porta de entrada.

— Boa no-... ah não – James se interrompeu, ao ver Dennis parado na porta da frente com um sorriso enorme no rosto – Não, não... mas que... caralho, merda!

— James, calma. Eu não viria aqui se não fosse importante! – Dennis tentou acalmá-lo. James olhou pra os lados, procurando qualquer um que pudesse ver Dennis em sua porta. Rápido, o puxou para dentro.

— Papai, quem é esse? – Amelie perguntou, curiosa. Sorridente, Dennis acenou para ela.

— Eu sou o Dennis, amigo do seu pai! Você gosta de doce? Eu trouxe uma barra de chocolate – disse, entregando para a menina que encarou o doce com um brilho especial nos olhos.

O Culto da Cabra Negra de Mil Crias • Série Tentáculos do Caos, livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora