CAPÍTULO 15

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Mila

Olhando para o meu anel de noivado enquanto estava deitada com a cabeça sobre o peito da minha irmã, mergukhei brevemente de uma memória nostálgica do natal, onde cumprimos aquela aposta boba, e era óbvio que o perdedor seria eu, porque o B-jin foi malandro o suficiente para pedir a gente em casamento enquanto víamos uma aurora boreal no mirante.

Aquela noite colorida se tornou ainda mais memorável do que eu imaginava, tendo em vista que o ardente desejo de querer aumentar a família se aflorou em mim, mesmo que engravidar naturalmente fosse algo muito impossível de acontecer.

Bem, ainda sobre o casamento, não estavamos pensando em datas, o Jin estava meio enrolado com assuntos políticos, aquela proposta dele assumir a reserva para acolher mestiços e órfãos ainda ficava rondando no seu ouvido como um mosquito irritante, e ele andava ainda mais extressado por causa da minha irmã que se insentou de opinar sobre isso.

— Aqui, o que você acha? — Kim me mostou uma roupa de criança num site extrangeiro. Eu ergui o rosto para cima e olhei diretamente para ela. — O que foi? — Indagou.

— Você ta empolgada. Quer que tenhamos uma menina?

— É para a irmãzinha do B-Jin.

— Nem sabemos ainda o sexo do bebê. — Sorri. — Só faz três meses.

— Eu sei, é estranho, porque a mamãe em quatro teve os bebês. Eu não consigo me imaginar passando um ano inteiro grávida.

Eu continuarei olhando para ela, mesmo que meu pescoço sofresse com isso e pisquei devagar, organizando meus pensamentos.

— Bem, você poderia tentar.

— Mila, eu não vou engravidar, sinto muito. Eu te admiro por ter essa coragem e determinação toda, e estou aqui para o que der e vier, mas você... Você sabe que eu tenho medo, isso vai doer para um caralho, e se eu morrer, ou o bebê morrer? Porque se ele morrer, eu morro de tristeza. — Me puxou para um abraço apertado, me deixando envolvida no carinho do seu gesto.

— Eu posso morrer também. — Isso não deixava de ser uma realidade.

— Acha que não sei disso? Mas eu estado bem, eu vou até o inferno para te trazer de volta.

— E porque eu iria para o inferno? — Semicerrei os olhos.

— Foi só modo de falar, meu anjo. — Beijou minha testa.

Segurei o cabelo dela entre os meus dedos e suspirei pesado, porque sabia que as chances da Kim se reproduzir eram maiores do que as minhas, e os riscos menores também, se ela resolvesse mudar de ideia para tentar também, eu ja me sentiria realizada, porque não importava de qual barriga o bebê iria se gerar, ele era o nosso filhote, e seria imensamente amado.

— Eu quero que se pareça com você, que tenha personalidade forte, tenha um cabelo lindo e branquinho como o do B-Jin, seja doce, mas não burro, inteligência, mas não arrogante, engraçado e esperto, e que tenha a coragem do papai Miki.

— Está idealizando?

— Profetizando. — Falei suave e bolei para o lado, indo me sentar na cama e jogar minhas pernas para fora dela. — Estou com tanta inveja da sogra.

— Mila...

— É sério, as vezes até penso que teria sido melhor ter nascido como um peixe, um polvo, ou sei lá... Mas ai eu não seria filha dos meus pais, então tento pensar diferente e... — Olhei para o lado e vi o Jin de toalha, ele estava secando o cabelo com um menor e parado como se não quisesse interromper a nossa conversa. — E na maioria das vezes me sinto uma garota de sorte, e que na verdade estou sendo gananciosa demais.

52 HertzOnde histórias criam vida. Descubra agora