CAPÍTULO 3

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Jorge

Antes...

— Posso mesmo dormir aqui? — Perguntei ao meu colega tubarão que estava parado do lado debaixo..

— Não me faça mudar de ideia. — Shark retrucou.

Eu me sentia confortável no quartel general dos mini coelhos, como diminui de tamanho consegui ficar confortável nas almofadas da casinha na árvore e planejava ter uma noite tranquila de sono.

— Tudo bem, prometo que não vou sair daqui. Boa noite.

— Droga, sua baleia idiota! Se você continuar desse tamanho eu vou me sentir mal por te deixar dormir no relento. — Resmungou o tubarão.

— Cara, eu tenho quase oitenta anos. Sossega, se alguma coisa acontecer eu fico no meu tamanho normal de três metros. — A casinha iria estoura com o meu tamanho, então eu não poderia esquecer desse detalhe.

— Seu tamanho normal é de três metro? Puta que pariu! Eu tô me preocupando atoa.

Sorri para o teto e fui me gabar.

— Quando eu tô bem pequeno consigo ter mais de cem mil cavalos de potência.

— O que isso quer dizer? — Indagou na lata.

— Que sou muito rápido? Sou o ser mais rápido dos mares. — Eu só tinha que ter cuidado em não atropelar ninguém.

— Mas porque cavalos e não baleias de potência?

— É uma unidade de medida padrão. — Expliquei.

— E o que isso quer dizer?

Fiquei em silêncio por um momento, pensando.

— Não sei. — Fui sincero. — Eu realmente não sei.

— Não é você que tem um diploma em Harvard? — Me alfinetou.

— Cara eu me formei em Artes, não em física. E nunca precisei saber o que caralhos cavalos de potência é para poder atuar como um marinheiro ou cozinheiro.

— Que desperdício. — Riu da minha cara.

— Tá rindo de quê? — Minha voz até ficou fina. — Tu também não sabe o que é, o sujo falando do mal lavado.

— Vai dormir, free Willy.

Escutei os seus passos se distanciando e levarei da cama de travesseiros até a grade da casinha.

— Só para você saber, Willy é uma orca! Seu sem cultura!

Shark ficou parado perto da entrada da casa e ergueu o dedo do meio para mim, mostrei o meu também, e nisso ele entrou para dentro, deixando as luzes do lado de fora acessas.

Eu voltei para dentro, indo ligar a tela touch na parede e pegar o estoque de salgadinhos das crianças. Apesar de serem quatro meninos barulhentos e bastante energéticos, eles eram organizados com a próprias coisas, com certeza iriam brigar comigo depois, mas eu conseguia segurar a barra e fazer a bateria deles acabar em pouco tempo.

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