CAPÍTULO 17

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Sem revisão, galera! Boa leitura, espero que gostem.

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Jorge

Já fazia duas horas que eu estava deitado olhando para o teto pensando nas coisas que haviam acontecido nas ultimas semanas, especificamente sobre a doença do Tyr, sobre a teoria da Mila sobre companheiros destinados, sobre o fato da minha irmã Nadja ter resugido dos mortos, ainda tinha o relacionamento conturbado do meu filhote mais novo com o Zeus e gravidez gemelar da Borya.

Nos meus últimos trinta anos de vida eu nunca mais tinha ficado doente, porém meu corpo, minha mente não aguentaram a sobrecarga de informações, acontecimentos e responsabilidades e acabei ficando acamado por dois dias após um desmaio repentino.

O B-Jin parecia um louco preocupado, ele passava em frente ao quarto pelos menos umas cinquenta vezes por dia, extressou até mesmo a borya, que andava numa fase muito delicada e sensível, ela chorou porque ele esbarrou sem querer na mão dela e um pedaço de bolo caiu no chão. Não tinha sido o bolo todo, só um pedacinho.

— O que foi? — Ela perguntou de repente, quase me fazendo ter um infarto.

— Nada... Volte a dormir.

— Não consigo com você encarando o teto igual uma estatua.

— Eu vou dormir também, prometo. Feche seus olhos. — bolei para o lado e enfiei a mão dentro dos cabelos dela, massageei um pouco do coro cabeludo, queria que ela se sentisse bem e relaxasse. — Borya, feche os olhos.

— O Cheng está tendo pesadelos. — Cramunhou. — A cabeça dele é barulhenta, todos os sonhos são horríveis, é como assistir vários filmes de terror.

Isso era novo, não sabia que ela conseguia entrar na cabeça dele, eu nem imaginei que era possível, o meu irmão mais velho era arisco e muito desconfiado.

— Tivesse ido para a cabeça do K-Jell. — Apesar de estar curioso para saber o que ele rinha visto.

A Borya costumava invadir o sonho dos outros, principalmente de pessoas que eram muito próximas a mim e que eu conseguia fazer conexão mental, mesmo que ela nunca tivesse feito isso intencionalmente.

— Ele não está dormindo, nem o B-jin, nem as meninas. Se estivessem eu teria ido, não sei como fui puxada até o Cheng e também não sei como ele consegue dormir desse jeito.

— O que você viu? — Fechei os olhos e continuei fazendo cafuné nela.

— Guerra. Não como hoje, não tinha armas de fogo. Ele era pequeno, assustado, ficava vagando com uma pessoa nos lugares mais estranhos possíveis, o cheiro, a temperatura... eu juro que parecia um cemitério a céu aberto.

Estremeci só de imaginar.

— Ele passou por muita coisa na vida. — Tentei não ver isso na sua mente, era algo grotesco mesmo e fiquei com um coração apertado, até fiz uma careta em dor.

— O homem só gritava e pedia para ele fazer as coisas, roubar pertences dos mortos, capturar ratos para experimentos, limpar feridas... ele era tão pequeno. — Falou com uma.voz de pesar. — Você sabia disso?

— Não. Ele não costuma dizer exatamente datas, ou histórias ruins. Mas sei que ele é umas das pessoas mais velhas do concelho. — E era astuto e inteligente, alguns outros anciões odiavam o fato de que ele conseguiu se manter jovem por tanto tempo. — Eu sei que ele já passou por muita coisa.

Pelas marcas que pareciam linhas no seu corpo, aquilo eram cicatrizes que se curaram, principalmente nas costas e no peito.

— Não quero entrar na cabeça dele nunca mais. — Foi sincera. — Pelo menos não em condições tão insalubres.

52 HertzOnde histórias criam vida. Descubra agora