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06

Seis anos atrás

Yoongi desembarcou em Seul exatamente às 23h da noite em meados de novembro, o que estava fazendo em sua cidade natal depois de quatro anos ele não saberia dizer, ou até sabia, mas preferia ignorar.

Era mais fácil.

Ao sair do aeroporto, foi atingido pelo ar ameno da noite, seus cabelos negros se esvoaçaram brevemente com o sopro de uma brisa leve. Enquanto aguardava pelo carro que havia solicitado, buscou dentro de sua bolsa a carteira de cigarro, tirando um e acendendo logo em seguida.

Yoongi nunca teve o hábito de fumar, mas acabou adquirindo logo quando se viu perdido sem a sua progenitora. Sua mãe, Min Iseul, faleceu há exatos quatro meses, consequência de uma hemorragia após uma cirurgia para combater o câncer no pâncreas. E desde então a única forma de nutrir todo o vazio que o Min vem sentido tem sido com cigarros e bebidas. Se orgulhava disso? É claro que não, mas se encontrava em um beco sem saída.

A decisão de terminar com a sua namorada veio logo depois, nem mesmo ela conseguia aquecer o seu pobre coração. Por isso, fumar e beber de vez em quando ajudavam-no a relaxar, mas sem dúvidas, um péssimo hábito.

Mas havia algo no qual tem lhe ajudado, não tanto como gostaria no entanto.

Apesar de ser completamente e perdidamente apaixonado por música, se tornando um dos melhores produtores com tão pouca idade, mesmo assim, como as bebidas e os cigarros, quando tudo passava, seu coração ainda continuava quebrado.

Respirou fundo enquanto observava os carros em movimento pela avenida de Seul, ainda aguardava pelo o que havia pedido, tragando mais uma vez o cigarro em sua mão. Fechou os olhos por um instante e soltou o ar em seguida, observando a fumaça desvanecer à sua frente. Um par de faróis seguindo em sua direção acabou chamando a sua atenção, por isso tratou de jogar o cigarro no chão e amassá-lo com a sola de seu tênis para em seguida pegá-lo e o jogar na lixeira mais próxima.

Quando o Uber parou à sua frente, Yoongi adentrou comprimentando o motorista em seguida. O trajeto até o hotel no qual ficaria hospedado foi silencioso, apenas seus olhos observando atentamente a capital coreana completamente iluminada e o trânsito agitado. Yoongi sentia-se um pouco nostálgico depois de tanto tempo longe daquele lugar.

Como em um filme antigo, as memórias que evitava tanto recordar passou por sua mente, seus pensamentos o levando para os dias que passou em Seul, mentiria se dissesse que não havia sido feliz enquanto morava na Coréia do Sul. Passou por momentos incríveis que, claro, nunca poderia esquecer. Conheceu pessoas incríveis, na qual ainda as levaria em seu coração, mas não mentiria se o perguntasse qual as lembranças mais valiosas para si. E também não mentiria se o perguntasse quem ele mais sentia falta.

A verdade é que Yoongi tinha um fio de esperança em poder reencontrar uma certa pessoa, Jung Hoseok, seu melhor amigo, ex-melhor amigo.

Desde que foi expulso da casa dos Jung, Yoongi se perguntava todos os dias como aquele garoto de sorriso de coração estava, se perguntava se ele sentia sua falta tanto quanto Yoongi ainda sentia a dele. Apesar de ter saído completamente machucado naquele dia, não podia evitar a saudade que havia feito seu coração de moradia, afinal, era inevitável, o sentimento que sentia pelo outro era precioso demais. No entanto, aquela maldita frase ainda permanecia em um canto de seu coração, era simplesmente doloroso demais lembrar daquelas palavras.

Mas precisava, apenas precisava.

Quando decidiu voltar a Seul, a predominância em seus pensamentos era o reencontro que gostaria de ter com Hoseok, queria apenas saber como o outro estava, claro que não sabia se ele gostaria de o rever, havia se passado tanto tempo afinal, mas se trocassem apenas um oi seria de bom grado para Yoongi. Por isso viajou decidido em o reencontrar, ou pelo menos tentaria.