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Quando Hoseok chegou novamente ao hotel em que Yoongi estava hospedado, já no dia seguinte, ele não sabia dizer como estava se sentindo. Se conseguiu dormir na noite anterior por três horas seguidas, foi muita. Estava nervoso, agitado, preocupado e todos esses sinônimos. A cada suspirar, o medo lhe invadia. Enquanto aguardava por Yoongi, seu coração se agitava ainda mais, como um enxame de abelhas, poderia até jurar ouvir o zumbido das abelhas no fundo de seus ouvidos.

Não conseguia tirar dos pensamentos a conversa que tivera com sua mãe, e se Sana realmente for filha de Yoongi? Ambos estariam prontos para essa revelação? E principalmente, como Sana reagiria? Nos pensamentos de Hoseok só importava uma coisa: o bem estar da sua filha, independente do próprio bem estar.

Passou os dedos esguios pelos cabelos, desalinhando os fios sedosos e perdido no próprio devaneio, acabou não percebendo quando Yoongi chegou, um toque singelo no vidro da janela do passageiro o acordou de seu transe. Hoseok abriu um sorriso sincero, suas covinhas aparecendo timidamente e por fim abriu a porta permitindo a entrada do mais velho, seus olhares se encontraram, se conectando mais uma vez.

— Bom dia, meu amor. — Apesar de não deixar transparecer, por dentro Hoseok estava uma confusão sem igual, acabou dizendo com a voz mansa, mantendo um tom ameno. — Dormiu bem?

Antes mesmo de lhe responder, Yoongi sentou-se sobre o banco de couro e se aproximou do mais velho, selando os lábios de coração em seguida.

— Bom dia, Hoba. — Suspirou pesadamente. — Na verdade, não consegui dormir. Estou tão, mas tão nervoso e ansioso que não consegui pregar os olhos. — Fez uma pausa, suas mãos apoiadas em suas pernas deslizaram pelo tecido da calça repetidas vezes. — Estou tão apavorado, Hoseok.

Hoseok entendia, entendi muito bem na verdade. Estava com esse mesmo sentimento, e até arriscaria a dizer que talvez um pouco mais nervoso que o próprio Yoongi. Mas conseguiu proferir calmamente:

— Vai dar tudo certo, Yoon. — Pegou sua mão esquerda e a levou aos lábios, beijando os nós de seus dedos em seguida. Queria passar alguma calmaria para Yoongi, mas sabia que talvez neste momento não conseguiria transpassar tudo o que de fato gostaria. — Comprei café. — Por fim, entregou um dos copos plásticos que estava no suporte apropriado.

Yoongi sorriu e agradeceu, pegando o café que lhe foi direcionado e bebendo uma boa quantidade em seguida.

Após dar partida no carro, seguiram todo o trajeto até o orfanato em silêncio, não era constrangedor, longe disso. Apesar da atenção voltada ao trânsito à sua frente, a mente de Hoseok não deixava de martelar e martelar no que aconteceria ali alguns minutos. O que o futuro ou destino havia preparado para si? Para Yoongi? Seria tudo isso uma mera coincidência?

O trajeto percorrido foi tranquilo, a grande e movimentada Seul não estava com o trânsito tão agitado, por isso, não demorou para que Hoseok estacionasse o veículo em um estacionamento aberto da grande construção antiga já conhecida por si. Seu coração estava ainda mais apertado do que antes, porque Hoseok conhecia aquele lugar, conhecia aquela construção, conhecia aquelas paredes de concreto desgastadas.

Um leve tremor serpenteou pelo seu corpo enquanto ainda mantinha olhar sobre o prédio, observando atentamente os detalhes ornamentais que compunham aquela construção. Tantos orfanatos em Seul, seria apenas uma singela coincidência Yoongi procurar informações da própria filha justo no orfanato em que o Jung encontrou o seu pequeno lírio?

— Hoseok, está tudo bem? — Perguntou o mais velho novamente, ao notar a tensão que havia caído sobre o mais novo. — Tá parecendo mais nervoso do que eu.

Hoseok se virou para Yoongi, seu semblante um pouco assustado. No entanto, ele relaxou, sorriu pequeno tentando não demonstrar ao mais velho a agonia cada vez mais crescente dentro de si.