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ARABELLA's pov

Várias semanas se passaram, e Matteo foi se distânciando das pessoas, não falava com ninguem.

Tinha dias que ele chegava com um olho roxo, a boca cortada, e essas coisas.

Nick andava muito preocupado, sem saber o que fazer com o amigo.

As notas do garoto caíram muito, bem diferente de antes.

Eu estava muito preocupada.

ANGELINA's pov

Bom dia! - eu disse, me jogando nos braços de Nick - Você está animado pro seu jogo amanhã?

- Eu... to sim, claro... - ele disse meio triste.

- O que ouve? Porque está assim, aconteceu algo?

- O Matteo. To preocupado com ele, só isso...

Puxei Nick para um abraço bem forte e confortável.

- Nick... o Matteo está passando por algo que não sabemos... - eu disse, acariciando o cabelo louro macio de Nick.

- Eu sei o que está acontecendo.

Fiquei surpresa. Saí do abraço.

- Sabe?

- Sim. Problemas com o pai. Assim como eu. - Nick disse com a cara fechada.

- Então é aquilo com o pai... e o que pretende fazer para ajudá-lo? - perguntei.

- Esse é o pior. Eu não sei... - o garoto disse olhando para baixo.

Puxei o garoto para um abraço novamente.

- Vai ficar tudo bem. Ele vai sair dessa. Porém, vamos ajudar o quanto possível.

MATTEO's pov

Acordei as 8h12, perdi a primeira aula.

Me levantei, e fui fazer as necessidades básicas: Escovar o dente, ajeitar o cabelo e talvez um banho. Porém, hoje eu tinha que cuidar do corte na boca do dia anterior.

Peguei um remédio, apliquei. Ardia um pouco.

O dia passou, chato como sempre, não falei com ninguem.

Cheguei em casa as 23h, sendo que tinha que chegar as 22h.

Cheguei devagar, sem fazer barulho, porém, quando eu estava passando pela frente da porta do escritório, meu pai me viu, e me chamou.

Entrei no escritório, ele me xingou, e me perguntou o que eu tinha na cabeça como todos os dias.

Eu não liguei, pois já estava custumado, pedi desculpas como sempre, e me virei para sair.

Porém, o mesmo me chamou pelo nome, me virei de volta para o homem.

Nem tive tempo de pensar, o homem estava com uma tesoura na mão, indo para cima de mim.

- MAS QUE PORRA VOCÊ ESTÁ FAZENDO?! - perguntei, assustado e confuso.

O homem não respondia, apenas tentando me acertar com a tesoura pontuda.

Eu fiquei me defendendo, sem entender nada do porque o ataque. Sempre brigamos, mas nunca algo tão trágico.

O mesmo estava pressionando a tesoura contra o meu peito, com a intenção de me cortar ou algo assim.

- ESTÁ TENTANDO ME MATAR?! - perguntei, me defendendo.

- VOCÊ É UMA DECEPÇÃO! TOMARA QUE VOCÊ MORRA QUEIMADO NO INFERNO, SEU PROJETO DE MERDA! - foi o que ele respondeu, ainda tentando me acertar.

A raiva me consumiu e eu o empurrei com toda a minha força, fazendo o mesmo cair no chão.

- EU TE ODEIO! MAIS QUE TUDO NESSE MUNDO! - gritei, com raiva -  EU TE AMAVA, MAS VOCÊ CONSEGUIU SER TÃO MERDA QUE FODEU COM A MINHA VIDA TODA!

Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto, eu tinha uma expressão de ódio. Terminei a minha fala, e sai do escritório, batendo a porta.

- Eu não acredito, ele tentou me matar... - eu disse, entrando no meu quarto - o meu próprio pai tentou me matar...

Meu quarto estava bagunçado assim como a minha cabeça.

Me sentei no chão com as mão na cabeça, tentando achar uma posição confortavel.

- Que vida idiota... pensando bem, ele tem razão. Eu não devia ter nascido. Eu sou um incomodo...

Ouvi um barulho, alguém abrindo a porta.

- Filho...

Filho?

- Filho? Agora eu sou seu filho?

- Você sempre foi meu filho, Matteo...

- Saí, eu não quero te ver.

- Me perdoa Matteo...

- Não. Vai embora.

- Por favor...

- Vai embora.

- Eu sou seu pai!

- VAI EMBORA!

O homem nem se moveu, então me levantei, e sai do quarto.

Sai da casa, andando pelas ruas vazias, escuras e melancólicas.

Sem rumo.

ARABELLA's pov

Era uma noite de Sexta-feira, eu não estava em casa.

De repente, no meio das ruas vazias e silenciosas, escuto uma sirene.

Fui me aproximando, tentando entender o que estava acontecendo.

Vi um prédio, reconheci, era a nossa escola, mas... porque sirenes?

Me aproximei muito mais, e quando vi, tinha policiais, olhando pra cima, gritando algo inaudivel.

Cheguei a escutar um "não faça isso!", então olhei para cima.

Fiquei em choque.

Lá em cima, estava Matteo, na sacada da escola,

ameaçando pular.

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